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O árabe palestino é um contínuo dialetal árabe do ramo levantino falado pela maioria dos palestinos na Palestina e em Israel e por populações da diáspora palestina. Juntamente com o árabe jordaniano, possui o código de idioma ISO 639-3 "ajp", conhecido como árabe levantino meridional. Subvariantes desse grupo dialetal apresentam diversas características bem distintas, como o falado no norte da Cisjordânia e o falado por palestinos na região de Hebrom, este mais semelhante ao árabe falado por descendentes de refugiados palestinos que vivem na Jordânia e no sudoeste da Síria.
Este artigo ou secção contém uma lista de referências no fim do texto, mas as suas fontes não são claras porque não são citadas no corpo do artigo, o que compromete a confiabilidade das informações. (Julho de 2010) |
Árabe palestino | ||
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Falado(a) em: | Palestina Israel | |
Total de falantes: | 5,1 milhões (2014) | |
Família: | Afro-asiática Semítica Semítica ocidental Semítica central Semítica sul-central Árabe Árabe levantino Árabe palestino | |
Escrita: | Alfabeto árabe | |
Estatuto oficial | ||
Língua oficial de: | não há | |
Regulado por: | não há | |
Códigos de língua | ||
ISO 639-1: | -- | |
ISO 639-2: | --- | |
ISO 639-3: | ajp
| |
Como é muito comum nos países de língua árabe, a variante falada por uma pessoa depende tanto da região de origem como do grupo social a qual pertence. No caso do árabe palestino, são três os grupos dialetais: o palestino urbano, o palestino rural e palestino beduíno. Desses, o mais aproximado ao árabe levantino setentrional (árabe sírio e o árabe libanês) é o urbano, especialmente em Jafa e Nablus e, em menor grau, Jerusalém, Hebrom, Acre, Haifa, Safed e Nazaré. Dialetos rurais palestinos têm características como na pronúncia do qaf como kaf, que os diferenciam de outras variantes do árabe, especialmente em Jenin e Tulcarém. Os beduínos usam duas subvariantes diferentes na Galiléia e no Neguev - os primeiros mais próximas do árabe najdi e os últimos do árabe hejazi.
São significativas as diferenças entre o árabe palestino e as demais formas do ramo levantino, como o árabe sírio e o árabe libanês. Essas diferenças são, porém, variáveis, considerando as diferenças que há entre os dialetos do próprio árabe palestino.
Uma característica bem típica dos dialetos árabes palestinos é pronúncia dos verbos em hâmeza (letra) com vogal de som 'o' no imperfeito. Como exemplo, temos no Fuṣḥa o imperfeito de اكل (akala), "comer", como آكل (ākulu; e o equivalente comum no dialeto palestino é بوكل (bōkel). O prefixo b marca o presente do indicativo. Assim, na Galileia, o uso coloquial da expressão: "Eu estou comendo" ou "Eu como" é ana bōkel e não ana bākəl usado na forma Síria. Já os beduínos do sul usam ana bākul.
O árabe palestino também partilha alguns aspectos similares ao do árabe egípcio, se distinguindo assim de outros dialetos árabes do Levante:
Como em muitas formas da língua árabe coloquial, os marcadores de cláusula sintática do árabe moderno padrão (AMP) الذي، التي، اللذان، اللتان، الذين e اللاتي são substituídas por uma única forma, إللي
A partícula de som li- se funde à raiz precedente para indicar objeto indireto. Assim a expressão qultu lahû do AMP é expressa como 'ultillo, qultillo or kultillo e o AMP Katabtu lahâ é Katabtilha em árabe palestino.
AMP | árabe palest. | Português |
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لماذا Limāًâ | ليش Layڑ | Por que |
ماذا māًâ | ايش ayڑ, شو ڑū | o Que |
كيف Kayfa | كيف Kīf, چيف ĉīf, كنف kinf | Como |
متى matā | إيمتى īmtā, إيمتين īmtīn | Quando |
اين ayna | وين wayn | Onde |
من man | مين mīn | Quem |
A seguir são apresentadas as diferenças entre as variedades do árabe palestino:
Como já foi exposto, os dialetos rurais são geralmente discriminados e as pronúncias urbanas vêm ganhando terreno, o que já acontece em outros grupos de dialetos árabes. Em contraste, os dialetos beduínos usam alguns remanescentes antigos bem comuns, mesmo entre os com mais estudo. Mesmo sendo estigmatizados pelos outros árabes israelenses, as características básicas do dialeto beduíno (Ex. o qāf pronunciado como g) são usadas em todos os contextos dos falantes beduínos com curso universitário. Assim, um fenômeno similar ao do desaparecimento do /tʃ/ diante do kāf – como já visto no “triângulo” – poderia já ter ocorrido no Negueve. Isso não deve, porém, ocorrer com os Beduínos do Negueve que se deslocaram para Lod e Ramle na década de 1960 e vêm apresentando tendência a adotar o dialeto urbano padrão.
Adicionalmente, Há famílias de origem síria ou libanesa que ainda falam o dialeto de origem, ou num idioleto que assimila parcialmente o árabe palestino, mantendo alguns aspectos do dialeto original.
O árabe palestino, juntamente com as demais formas do árabe levantino, é muito influenciado pelo aramaico, língua falada no Levante antes do árabe.
Os dialetos rurais do árabe palestino apresentam muitas características similares ao hebraico clássico.
Os árabes israelenses tendem a tomar palavras e características do hebraico moderno, e a língua resultante é o chamado árabe israelense. Exemplos:
Essas palavras de origem externa são frequentemente "arabizadas" para refletir não só a fonologia do árabe, mas também a do hebraico falado pelos árabes. Como exemplo, a segunda consoante de מעונות seria pronunciada como uma fricativa faringal sonora, em lugar da oclusiva glotal tradicionalmente usada pela grande maioria dos judeus de Israel.
O filme Ajami, de 2009, indicado ao Oscar 2010, é quase todo falado em árabe israelense.
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