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Zigoto (do grego zygōtos "junto" ou "jugado", derivado de ζυγοῦν zygoun "juntar" ou "jugar")[1], também denominado ovo nos animais, é a célula eucariótica resultante da fecundação, que ocorre entre dois gametas mutuamente compatíveis, sendo o produto final da reprodução sexuada. O genoma do zigoto é uma combinação do DNA de cada gameta, contendo toda a informação genética necessária à formação de um novo indivíduo. Em organismos multicelulares, o zigoto é a primeira etapa no desenvolvimento, sucedido por diversas clivagens, já em organismos unicelulares, ele pode se dividir assexuadamente por meio da mitose, produzindo indivíduos idênticos.
Oscar Hertwig e Richard Hertwig realizaram algumas das primeiras descobertas na formação do zigoto animal[2].
Nos animais, o zigoto é denominado ovo e resulta da união de dois gametas: ovócito e espermatozoide. É uma célula totipotente, ou seja, é capaz de guardar as características genéticas dos progenitores, podendo gerar todas as linhagens celulares do organismo adulto.
Através de várias divisões mitóticas dá origem a um novo indivíduo (embrião). A quantidade e a distribuição do vitelo variam de acordo com o organismo considerado e dependem, inclusive, do tipo de desenvolvimento do embrião.
Nos humanos, a formação do zigoto ocorre após a fecundação, na qual o ovócito liberado e um espermatozoide se combinam para formar uma única célula diploide (2n), o zigoto. Assim que a fecundação em si se inicia, ou seja, a entrada do espermatozoide no ovócito, ocorre a divisão da segunda meiose, formando duas novas células: uma célula haploide com apenas 23 cromossomos, quase todo o citoplasma e o pronúcleo do esperma (óvulo) e outra célula haploide muito menor, o corpúsculo polar, que logo sofre apoptose. No óvulo, o DNA então é replicado nos dois pronúcleos separadamente, provenientes do oócito e do espermatozoide, portanto por um breve momento o zigoto é tetraploide (4n). Após aproximadamente 30 horas após a fecundação, há a fusão dos pronúcleos e a primeira clivagem produz duas células diploides (2n), chamadas blastômeros[3].
Entre a fecundação e a nidação, o embrião é considerado um concepto pré-implantado.[4]
Logo após o término da fecundação, o concepto se desloca ao longo do útero enquanto continua realizando clivagens[5]. Após quatro divisões, o concepto consiste de 16 blastômeros e é denominado mórula[6]. Através dos processos de compactação, divisão celular e blastulação, no quinto dia de desenvolvimento, o concepto toma a forma de um blastocisto, assim que se aproxima do ponto de nidação[7]. Quando o blastocisto se separa da zona pelúcida, ele pode ser implantado no endométrio uterino e iniciar o desenvolvimento embrional.
Por meio de experimentos no zigoto com edição CRISPR/Cas9, há a possibilidade de cura de doenças herdades geneticamente[8].
Nas plantas verdes, o zigoto pode apresentar poliploidia se a fertilização ocorrer entre gametas não reduzidos meioticamente[9]. Ele é formado em uma câmara chamada de arquegônio. Nas plantas que não produzem sementes (lato sensu pteridófitas), o arquegônio normalmente possui o formato de um balão de vidro, com um longo tubo oco, pelo qual o gameta masculino entra. O zigoto então realiza suas clivagens e cresce dentro do arquegônio.
O zigoto vai dar origem ao esporófito, o estágio que produz esporos; a germinação desses esporos dá origem ao gametófito, capaz de produzir os gâmetas haploides. Nas espermatófitas, o zigoto primeiro se transforma num embrião que se encontra dentro da semente, enquanto nas pteridófitas, o zigoto se desenvolve diretamente na planta adulta[10].
Nos fungos, ocorre o processo de cariogamia, no qual a fusão dos núcleos de dois gametas sexualmente compatíveis dá origem a um zigósporo, que produz uma nova hifa cujos núcleos poderão então, dependendo do ciclo de vida da espécie, sofrer mitose ou meiose para gerar esporos capazes de se desenvolver em novos indivíduos[11].
Quando submetidas a estresse ambiental, como a privação de nitrogênio, no caso de Chlamydomonas, as células são induzidas a formar gametas.[12]
No protista Plasmodium vivax, uma de suas formas infecciosas é chamada de merozoito, cujas células podem gerar gametas após meiose. As formas sexuais (macrogametas e microgametas) são aspiradas por novo mosquito Anopheles ao picar um ser humano infectado. No intestino do mosquito o microgameta sofre exflagelação e funde-se com o macrogameta, gerando um zigoto. Este diferencia-se em oocineto, uma forma móvel, que atravessa a parede do estômago e se aloja na membrana basal diferenciando-se em oocisto e desenvolvendo-se em esporozoítos, estourando o oocisto e migrando para as glândulas salivares do inseto, de onde invadem um novo hospedeiro humano. Podem exisitir muitos oocisto no estômago do Anopheles, mas os danos causados a parede do estômago quando os oocistos eclodem não parecem ter efeito negativo na longevidade do mosquito[13].
GILBERT, S. Developmental biology 11ª edição; ed. Sunderland, Massachusetts: [s.n.] ISBN 9781605354705. OCLC 945169933
COBB, M. An Amazing 10 Years: The Discovery of Egg and Sperm in the 17th Century. Reproduction in Domestic Animals (em inglês). 47: 2–6. ISSN 1439-0531
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