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futebolista brasileiro Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Walter Casagrande Júnior (São Paulo, 15 de abril de 1963) é um comentarista esportivo, jornalista e ex-futebolista brasileiro que atuava como centroavante.
Casagrande durante sua passagem pelo Ascoli | ||
Informações pessoais | ||
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Nome completo | Walter Casagrande Júnior | |
Data de nascimento | 15 de abril de 1963 (61 anos) | |
Local de nascimento | São Paulo, SP, Brasil | |
Nacionalidade | brasileiro | |
Altura | 1,91 m | |
Pé | destro | |
Apelido | Casa Casão | |
Informações profissionais | ||
Período em atividade | 1980–1996 (16 anos) | |
Clube atual | aposentado | |
Posição | centroavante | |
Clubes profissionais | ||
Anos | Clubes | Jogos e gol(o)s |
1980–1986 1981 1984 1986–1987 1987–1991 1991–1993 1993 1994 1995 1996 |
Corinthians → Caldense (emp.) → São Paulo (emp.) Porto Ascoli Torino Flamengo Corinthians Paulista São Francisco-BA |
12 (15) 23 (11) 9 (2) 96 (41) 64 (25) 35 (7) 42 (10) 2 (2) 2 (1) | 210 (91)
Seleção nacional | ||
1985–1986 | Brasil | 19 (8) |
Trabalhou como comentarista de futebol na TV Globo entre 1998 e 2022. Atualmente possui uma coluna no portal UOL.[1]
Revelado no Corinthians, Casagrande iniciou sua carreira em 1980. Porém, logo após ter se profissionalizado, o jogador, aos 18 anos, teve um desentendimento com Oswaldo Brandão, então técnico do time.[2][3] Por esse motivo, Casagrande foi cedido por empréstimo à Caldense, de Poços de Caldas.[4][5] Ditão, ex-zagueiro do Corinthians na década de 1960, era um grande amigo da família de Casagrande.
Em 1981 pela Caldense, disputou o Torneio Esperança e o Campeonato Mineiro daquele ano e foi o artilheiro da equipe na temporada.[6] Foi vice artilheiro do Campeonato Mineiro e marcou quatro gols no Atlético Mineiro, sendo dois em Poços de Caldas e dois no Mineirão.[3][5] Ao final daquele Campeonato Mineiro, a Caldense acabou em sexto.[7]
Retornou ao Corinthians em 1982, quando fez parte da Democracia Corintiana, movimento que dizia respeito tanto ao esporte quanto à política. Os jogadores se revoltaram e começaram a fazer uma rebelião no estádio. Durante esta época, Casagrande viveu a melhor fase de sua carreira, jogando ao lado de craques como, Zenon, Biro-Biro e Sócrates.
Foi emprestado ao São Paulo no ano de 1984, após desagradar o treinador Jorge Vieira por causa de sua boemia. Pelo tricolor, Casão – apelido pelo qual ficou conhecido – teve de jogar improvisado na meia-direita, uma vez que o centroavante titular era Careca. Apesar da sua passagem pelo Morumbi ter sido boa, com 23 partidas e 11 gols marcados, um ano mais tarde o jogador já estava de volta ao Corinthians.[8]
Casagrande foi convocado por Telê Santana para integrar a Seleção Brasileira que se preparava para a disputa da Copa do Mundo FIFA de 1986. Mesmo com seu histórico de problemas disciplinares no Corinthians, o rigoroso técnico da Seleção, que já havia vetado Renato Gaúcho, confirmou o nome de Casão na delegação que viajou ao México. No entanto, o jogador teve de se contentar em ficar na reserva de Careca e Müller.[9]
Com toda a projeção internacional obtida na Copa do Mundo, Casagrande transferiu-se para o futebol europeu, onde foi jogar pelo Porto. Seu passe foi comprado por 1 milhão de dólares, sendo a maior contratação do futebol português até aquele momento.[10] O atacante estreou no dia 11 de janeiro de 1987, num empate em 2 a 2 com o Vitória de Guimarães no Estádio das Antas, onde marcou um gol.[11][12]
Participou da inédita conquista portista na Copa dos Campeões da UEFA de 1987 (até então, entre os clubes portugueses, apenas o Benfica havia vencido o mais importante torneio interclubes europeu). Neste campeonato, fraturou a fíbula e rompeu os ligamentos do pé esquerdo num jogo contra o Brøndby IF, da Dinamarca.[13]
Ele disputou apenas nove jogos nos seis meses em que esteve em Portugal, marcando dois gols.[12]
Na Itália, onde jogou pelo Ascoli e pelo Torino, foi que o centroavante realmente fez grande sucesso.
No Torino se entrosou bem com o belga Enzo Scifo e o atacante italiano Gianluigi Lentini, onde foi campeão da Copa da Itália de 1992–93 e vice campeão da Copa da UEFA de 1991–92, grandes marcas para o time de Turim. Em 1992, marcou os dois gols da primeira partida da final da Copa da UEFA, contra o Ajax.[14] Também no mesmo ano, no derby da cidade de Turim contra a Juventus, fez os dois gols da vitória histórica do Torino, a qual Casagrande considera uma de suas melhores partidas.
Após seis anos fora do país, Casagrande retornou ao Brasil em 1993, vestindo a camisa do Flamengo, onde voltou a reviver a dupla de ataque com Renato Gaúcho,[15] como nas Eliminatórias para a Copa de 1986.
Nessa passagem pelo clube carioca, ficou famoso um fato ocorrido durante um jogo contra o Corinthians, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo. Em vez de hostilizá-lo, a torcida corinthiana ovacionou seu ex-jogador e, em coro, cantou: "Doutor, eu não me engano, o Casagrande é corinthiano" e "Volta, Casão, teu lugar é no Timão". Emocionado, o jogador atendeu o pedido da torcida e, no ano seguinte, vestiu novamente a camisa do Corinthians.[16][17]
Atuou em 35 partidas e marcou sete gols, na sua maioria em clássicos.
Na quarta passagem pelo clube do Parque São Jorge, em 1994,[18] alcançou a marca de 256 jogos com a camisa corintiana e 103 gols anotados.
Passou ainda pelo Paulista de Jundiaí, em 1995, antes de encerrar a carreira no modesto São Francisco, da Bahia, em 1996.[19]
Encerrada a carreira de jogador, Casagrande tornou-se comentarista, passando primeiramente pela ESPN, até se firmar como um dos principais comentaristas da TV Globo.
Retornou à televisão participando do programa Arena SporTV, no dia 20 de abril de 2009,[20] quase dois anos após o incidente. Voltou às transmissões na TV Globo em 22 de junho, no Globo Esporte. Seu retorno as transmissões de partidas de futebol aconteceu no dia 29 de julho.[21]
Em 29 de maio de 2015, sofreu um infarto e ficou internado na UTI do Hospital Total Cor na região da Avenida Paulista por cinco dias. Casagrande fez uma angioplastia, intervenção cirúrgica para desobstrução de artérias e um cateterismo.[22] O hospital não informou se ele teve de colocar stent, equipamento que facilita o fluxo de sangue dentro das artérias.[23]
Desde 2017 apresenta, com o locutor e músico Zé Luiz, o músico Branco Mello e o escritor Marcelo Rubens Paiva, o programa de rádio Rock Bola, da rádio 89 FM A Rádio Rock, que mistura música, futebol e humor. Quando sua agenda com a Globo o impedia de participar, seu filho Leo assumia seu lugar.[24]
Em 6 de julho de 2022, anunciou sua saída da Globo após 24 anos, antes mesmo do fim do seu vínculo, previsto pra dezembro.[25] Já no dia 18 de julho, foi anunciado como contratado do portal UOL, onde assina uma coluna e participa de programas e podcasts.[1]
Também lançou três livros com parceria do jornalista Gilvan Ribeiro: Casagrande e Seus Demônios (2013), Sócrates e Casagrande - Uma História de Amor (2016) e Travesia (2020).
O primeiro começou a ser desenvolvido em 2000 em parceria com o músico Marcelo Fromer, que morreu no ano seguinte. Várias fitas com gravações acabaram perdidas e o projeto só seria retomado em 2008.[26] O livro conta sua trajetória profissional e pessoal, com destaque para sua dependência química.[27]
Já a segunda obra trata da sua relação com o falecido amigo e ídolo corintiano Sócrates, quem chamava de Magrão.
Seu terceiro livro aborda os caminhos que percorreu até se livrar das drogas, a ressocialização depois de anos no vício, as histórias de amor, os dramas e surtos psicóticos.[28]
Em março de 2024, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo determinou que a TV Globo e Casagrande pagassem R$ 20 mil de indenização à também comentarista Ana Paula Henkel. O caso começou em fevereiro de 2021, quando o ex-jogador fez críticas em razão do que Ana Paula falava no programa Os Pingos nos Is, exibido pela Jovem Pan. Na época, Casagrande definiu a ex-jogadora de vôlei como "defensora dos violentos, dos antidemocráticos, das armas e de tudo o que é ruim na nossa sociedade". Ana Paula Henkel comentou: "Tentativa de assassinato de reputação não é liberdade de expressão ou discordância política. É crime contra a honra e a justiça foi feita".[29]
Em 1985, casou-se com a jogadora de vôlei Mônica Feliciano, com quem ficou por 21 anos.[30]
No ano de 2017, namorou por sete meses a cantora Baby do Brasil.[31][32]
Seu filho mais velho, Victor Hugo Feliciano, nasceu em março de 1986 e trabalha como radialista e youtuber. O filho do meio, Ugo Leonardo, nasceu em outubro de 1989 e tentou a carreira no futebol, atuando como atacante e passando por equipes como Luverdense, Juventude, Palmeiras e Corinthians.[33]
Casagrande também é pai de Symon Feliciano, futebolista que atua como goleiro e nasceu em 1993.[34]
Na noite do dia 22 de setembro de 2007, o ex-jogador sofreu um grave acidente de carro e ficou internado no Hospital Albert Einstein. Após o acidente, Casagrande chegou a ficar em coma por 24 horas, mas recuperou-se rapidamente, recebeu alta e, alguns dias depois, foi internado em uma clínica para dependentes de drogas, por conta da sua dependência em heroína e cocaína.[4] Segundo informações da revista Placar, Casagrande só poderia deixar o local quando recebesse alta dos médicos, e não por vontade própria.[4] O ex-atacante ficou isolado,[35] tendo apenas contato com os médicos e podendo conversar com a família nos dias de visita.[36]
Em abril de 2013, durante uma entrevista no Programa do Jô, Casagrande confessou ter consumido todos os tipos de drogas, assumindo uma vida desregrada quando era futebolista profissional.[37]
Já em janeiro de 2014, o então presidente do Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, ao lançar o seu livro 31 Anos de Presidência, 31 Decisões, contou sobre o uso de cocaína por Casagrande e o que fez para ajudar o atleta.
“ | Havia que o deixar partir para mudar de hábitos, por isso não tentamos mantê-lo entre nós e vimos com satisfação a sua transferência para um pequeno clube, o Ascoli. Totalmente livre da tentação em que caíra, rumou ao Torino, onde teve uma carreira brilhante.[38] | ” |
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