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órgão sexual feminino Da Wikipédia, a enciclopédia livre
A vagina (do latim vagina, lit. "bainha") é uma estrutura anatômica presente no aparelho reprodutor feminino de mamíferos, incluindo humanos. Trata-se de um canal muscular elástico que conecta o colo do útero à vulva.[1] Este órgão permite a passagem do fluxo menstrual, serve como canal de nascimento durante o parto e desempenha um papel fundamental na relação sexual e no sistema de defesa imunológica local.[2]
Vagina | |
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Esquema frontal do aparelho reprodutor feminino | |
Vagina humana; canal normal (esquerda) e canal durante a menopausa (direita) | |
Detalhes | |
Vascularização | Artéria iliolombar, Artéria vaginal e Artéria retal média |
Drenagem linfática | parte da frente linfonodos ilíacos internos, parte de trás linfonodos inguinais superficiais |
Precursor | seio urogenital e ducto paramesonéfrico |
Identificadores | |
Latim | "Vagina'' |
Gray | pág.1264 |
MeSH | Vagina |
Nas laterais da abertura externa da vagina humana encontram-se duas glândulas minúsculas, chamadas glândulas de Bartholin, com cerca de meio milímetro cada.[3] Essas glândulas são responsáveis pela secreção de um muco que atua como lubrificante na copulação, especialmente durante a excitação sexual, facilitando o ato sexual e protegendo o tecido vaginal contra irritações ou lesões.[4] Alterações no funcionamento dessas glândulas podem levar a condições como cistos ou infecções, que requerem avaliação médica.[5]
A parte externa da vulva é denominada vestíbulo da vagina. Lá se encontram dois orifícios: orifício urinário (da uretra) e o orifício genital (da vagina).[6]
A parte interna da vagina estende-se até à porção inicial do útero (colo), região denominada de fórnix da vagina.[7] Todo esse conjunto é denominado canal vaginal. O canal vaginal apresenta duas partes de origens embriológicas diferentes, pois a origem do canal vaginal é promovida quando o útero se encontra próximo ao epitélio que formara o vestíbulo e começa a migrar para a sua posição final. O tecido epitelial é puxado, assim como o tecido do útero, formando assim o canal vaginal com sua porção superior formada por tecido proveniente do útero e a porção inferior do tecido epitelial; o hímen é formado com o estiramento do tecido epitelial de onde o útero estava próximo, promovendo assim um afinamento desta superfície.[8]
O limite entre a vagina e a vulva constitui uma dobra, o hímen. Este encontra-se na porção anterior do canal vaginal, em mulheres que nunca tiveram relações sexuais, ou vestígios da estrutura, em mulheres que já tiveram relações.[9][8]
As dimensões da vagina humana adulta são altamente variáveis de indivíduo para indivíduo, e nenhuma forma caracteriza todas as vaginas. As dimensões da vagina humana não tem sido objeto de intensa investigação com a mesma proporção da investigação sobre o tamanho do pénis humano. Além das variações de tamanho, a vagina de uma mulher pode variar substancialmente em tamanho durante a excitação sexual, a relação sexual e o parto. A vagina também possui elasticidade e se expande tanto em comprimento e largura durante a excitação sexual, a relação sexual e durante o parto.[10]
Um estudo de 1996 por Pendergrass et.al. usando vinil polissiloxanos retirados das vaginas de 39 mulheres caucasianas, encontrou os seguintes limites de dimensões:[10]
Um estudo achou resultados variáveis em diferentes raças. Em 40% das mulheres negras, foram encontradas vaginas no formato semente de abóbora, resultado não encontrado em mulheres caucasianas e latinas. O introito das caucasianas é maior que o das negras.[11]
O epitélio vaginal é descamativo, epitélio pavimentoso estratificado não–queratinizado, com uma característica: é rico em glicogênio. Tem uma espessura de 150 a 200 µm.[12] O glicogênio é jogado para dentro da vagina, onde se transforma em glicose, e a glicose, por causa da flora própria vaginal, é transformado em ácido láctico, tornando o pH da vagina ácido, que é importante. Sem essa acidez vaginal, a entrada de bactérias (coccus) vindas do reto e do ânus seria facilitada, propiciando as infecções na região.[13]
O epitélio vaginal tem um vetor do conjuntivo para dentro da luz. O vírus da AIDS quando chega no epitélio vaginal encontra um ambiente desfavorável, ele não conseguiria entrar no epitélio vaginal porque o fluxo deste, é excretor; a não ser que haja lesões no epitélio, chegando ao conjuntivo. O colo uterino seria uma alternativa como porta de entrada de micro-organismos porque entre o epitélio da vagina e do útero muitas vezes a mulher tem lesões.[13]
Glândulas não existem na parede da vagina e esta é formada por três camadas: mucosa, muscular e adventícia. O muco formado no lúmen origina-se das glândulas da cérvix uterina.[12]
Formada por tecido conjuntivo frouxo rico em fibras elásticas.[12] É plano estratificado não queratinizado.[14] Nessa camada, há grande quantidade de neutrófilos e linfócitos. Também é possível observar células de Langerhans.[14] Em alguns períodos do ciclo, entram no epitélio e passam para o lúmen vaginal.[12] Há poucas terminações nervosas sensoriais presentes.[12] A mucosa vaginal tem aspecto rugoso. A lâmina própria tem abundantes vasos sanguíneos.[14]
Formada por pacotes longitudinais de fibras musculares lisas.[12] Na parte mais interna, próxima à mucosa, esses pacotes são circulares.[12]
Na parte de fora da camada muscular, existe uma camada de tecido adventício, composta por tecido conjuntivo denso, composta por fibras grossas e elásticas.[12] Nessa área há um grupo de células nervosas, um plexo venoso e feixes nervosos.[12]
A função da vagina é receber o pênis no coito e dar saída ao feto no momento do parto, assim como expulsar o conteúdo menstrual. A vagina possui um grande número de terminações nervosas e paredes elásticas, que no estado natural têm menos cerca de 7 a 8 cm, mas quando estimulada pode ser grandemente aumentada. Essa elasticidade é fundamental na ocasião do parto, para a saída do bebê.[15]
Nos bebês, a vagina é protegida somente pelo hímen, uma membrana fina com algumas perfurações que permitem a saída da menstruação. O hímen normalmente é rompido na primeira relação sexual, embora algumas atividades não relacionadas ao sexo possam eventualmente ocasionar esse rompimento. A perfuração do hímen causa um pequeno sangramento.[16]
Aos órgãos genitais femininos, cabe a tarefa de produzir a célula reprodutora feminina e de reter o produto da eventual fecundação, permitindo o seu desenvolvimento. São eles compostos dos ovários, onde a célula reprodutora feminina se forma, das tubas uterinas, do útero e da vagina, e ainda da vulva, ou seja, o complexo dos órgãos genitais externos.[17]
Bactérias naturalmente presentes na flora microbiana da vagina fazem com que ela tenha um cheiro característico,[18] embora nem sempre um cheiro forte seja sinônimo de algum mal. Muitas doenças sexualmente transmissíveis apresentam o mau cheiro como um dos sintomas. A preocupação feminina com o odor emanado por esse órgão faz com que algumas mulheres façam uso de sabões especialmente preparados para esse fim e apliquem soluções desodorantes próprias para o local.[19]
A expressão vagina dentata, em Latim, significa vagina com dentes.[20] Diversas culturas apresentam lendas populares sobre mulheres que possuem a vagina dotada de dentes capazes de morder o pênis dos homens que tentam manter relações sexuais com elas.[21] Usualmente estas histórias são contadas como alerta aos perigos de se manter relações sexuais com mulheres desconhecidas.[21]
Erich Neumann relata um desses mitos no qual “Um peixe habita a vagina da Mãe Terrível; o herói é o homem que vencer a Mãe Terrível, quebrar os dentes da sua vagina, e então a tornar numa mulher.”[22]
O mito expressa a ameaça que as relações sexuais com coito representam para os homens que, apesar de entrarem triunfantemente, saem sempre diminuídos.[23]
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