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um tecido ou peça de vestuário, utilizado quase exclusivamente por mulheres de diferentes culturas Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Véu é um tecido ou peça de vestuário, utilizado quase exclusivamente por mulheres de diferentes culturas. O véu é usado para cobrir totalmente ou em parte a cabeça e a face. Além de seu caráter de vestimenta e adorno, há conotações religiosas por parte de várias tradições.
A palavra "véu" é derivada do latim vēlum, que também era usada para denominar as vela das embarcações. Há duas teorias sobre a origem do termo vēlum:
O primeiro uso conhecido do véu para mulheres é reportado em um texto legislativo assírio do século XIII a.C., que restringia seu uso a mulheres da aristocracia e proibia prostitutas e mulheres comuns de o adotarem.[1][2][3] Na expansão dos povos indo-arianos pelo Iran e Índia, há o uso propagadado geralmente entre mulheres.
O termo em grego micênico a-pu-ko-wo-ko, significando "artesão de véus para cavalos", também é atestado dese cerca de 1300 a.C. na escrita silábica Linear B.[4][5] Textos gregos antigos também citam o uso do véu e a isolamento de mulheres praticada pela elite persa [carece de fontes]. Estátuas em Persépolis retratam mulheres usando véus[carece de fontes].
Estátuas gregas dos períodos clássico e helênico por vezes retratam mulheres gregas com a cabeça e face cobertas por véus. Ambos Caroline Galt e Lloyd Llewellyn-Joves argumentaram com base nessas representações e referências literárias que era comum entre as mulheres gregas desse período (ou pelo menos das mulheres de alto status social) o uso do véu em público[carece de fontes].
Entre os romano esperava-se que as mulheres usassem véus como símbolo da autoridade marital. Em 166 aC, o cônsul Sulpício Galo se divorciou de sua esposa porque ela havia saído de casa, permitindo assim que todos vissem, como ele disse, o que apenas ele deveria ver. As meninas solteiras normalmente não escondiam a cabeça, mas as matronas faziam isso para mostrar modéstia e castidade, a chamada pudicitia. Pensava-se que os véus também protegiam as mulheres contra o mau-olhado.[6] Um véu chamado "flammeum" era a característica mais importante do traje usado pela noiva nos casamentos romanos.
Por muitos séculos, até por volta de 1175, mulheres anglo-saxãs e anglo-normandas, excetuando as jovens solteiras, usavam véus que cobriam totalmente os cabelos e, por vezes, o pescoço e o queixo. Apenas no período Tudor (1485), quando o uso de capuzes se tornou popular, véus desse tipo começaram a ser menos comuns [carece de fontes].
O uso do véu entre mulheres europeias também é atestado em situações de luto e em substituto às máscaras como método de ocultação da identidade de uma mulher. De maneira mais pragmática, o véu também era usado para proteger a pele do sol, da mesma forma que o keffiyeh é usado hoje em dia [carece de fontes].
No judaísmo, cristianismo e islã, o ato de cobrir a cabeça está associado a modéstia e recato. Visa estabelecer o resguardo dos concupiscências de ambos quem utiliza e quem a pode ver. A maioria dos retratos tradicionais da Virgem Maria a mostram com a cabeça velada, com a excepção talvez do seu primeiro retrato de sepultura. Cobrir os cabelos era prática comum entre mulheres ao frequentar igrejas até a década de 1960,[7] tipicamente usando véus de renda. Um tipo de véu de renda que cobrem a face ainda é usada por mulheres europeias e de diversas denominações cristãs em funerais.
No norte da Índia, mulheres hindu frequentemente se cobrem com véus em regiões rurais, particularmente em Gujarat e no Rajastão quando em situações tradicionais e diante de homens mais velhos. Este véu é denominado Ghoonghat ou Laaj.
Apesar da religião ser comumente indicada como a razão para o uso do véu, essa prática também reflete situações políticas e alegam de pretexto também serve como meio para a exposição pública das convicções ideológicas da pessoa que o usa.[8]
O uso do véu entre mulheres judias casadas é, segundo formas mais restritas do Judaísmo ortodoxo, uma expressão da devoção e amor exclusivos de uma mulher pelo seu marido. Dessa forma, o Tichel e outras formas de cobertura para os cabelos, considerado uma parte sensual do corpo, são recomendados a mulheres judias de tradições mais ortodoxas como um ato de modéstia. E torna próprio a devoção religiosa da mulher judaica.
O uso de cobertura para o cabelo é referido na Torah (Números 5:18), onde a cerimônia de punição a mulheres acusadas de adultério se inicia pela remoção dessa cobertura por um sacerdote. A Mishna (Ketuboth 7:6) e o Talmud (Ketuboth 72) também se referem à cobertura dos cabelos como uma obrigação feminina. Tanto a Torah (Cântico dos Cânticos 4:1) como o Talmud (Berakhot 24a) se referem aos cabelos como objeto de erotismo e sexualidade (ervah).
Véus bordados também são usados de forma simbólica como coberturas para a arca que contém os rolos da Torah nas sinagogas. Essa cortina ou véu chamado parochet, é uma herança do véu do tabernáculo e dos véus que originalmente cobriam a Arca da Aliança e o Santo dos Santos (Kodesh Hakodashim) no Templo de Jerusalém. Esses véus separam fisicamente aqueles espaços considerados particularmente sagrado de outros espaços, e limitam o acesso a esses espaços.
(Ver Artigo Principal: Cobertura de cabeça cristã)
Dentre as igrejas cristãs que possuem tradições litúrgicas, diferentes tipos de véus são usados. Muitos desses véus estão associados ao véu do Tabernáculo do deserto e ao véu do Santo dos Santos do Templo de Salomão. O propósito desses véus é, em geral, proteger os objetos mais sacros, em particular a Eucaristia:
Tradicionalmente no cristianismo, as mulheres eram encorajadas a cobrir suas cabeças dentro das igrejas, bem como era (e ainda é, em muitos lugares) costume entre os homens descobrir as cabeças em sinal de respeito. Essa prática é baseada no texto bíblico da primeira epístola aos Coríntios atribuída a Paulo de Tarso:
Todo homem que ora ou profetiza com a cabeça coberta desonra a sua cabeça; e toda mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta desonra a sua cabeça; pois é como se a tivesse rapada. Se a mulher não cobre a cabeça, deve também cortar o cabelo; se, porém, é vergonhoso para a mulher ter o cabelo cortado ou rapado, ela deve cobrir a cabeça. O homem não deve cobrir a cabeça, visto que ele é imagem e glória de Deus; mas a mulher é glória do homem. Pois o homem não se originou da mulher, mas a mulher do homem; além disso, o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem. Por essa razão e por causa dos anjos, a mulher deve ter sobre a cabeça um sinal de autoridade. No Senhor, todavia, a mulher não é independente do homem, nem o homem independente da mulher. Pois, assim como a mulher proveio do homem, também o homem nasce da mulher. Mas tudo provém de Deus. Julguem entre vocês mesmos: é apropriado a uma mulher orar a Deus com a cabeça descoberta? A própria natureza das coisas não lhes ensina que é uma desonra para o homem ter cabelo comprido, e que o cabelo comprido é uma glória para a mulher? Pois o cabelo comprido foi lhe dado como manto. Mas se alguém quiser fazer polêmica a esse respeito, nós não temos esse costume, nem as igrejas de Deus. (1 Coríntios 11:4-16, tradução Nova Versão Internacional)
Enquanto a autoria dessa carta é quase unanimemente atribuída a Paulo de Tarso, o trecho acima entretanto é considerado por diversos estudiosos bíblicos como uma adição posterior, contemporânea das epístolas pastorais, por ter estilo e doutrina em geral divergentes do defendido em outros trechos atribuídos a Paulo.[9]
Durante a Antiguidade Tardia, Idade Média e Idade Moderna a maioria das mulheres europeias e bizantinas casadas cobriam suas cabeças com uma variedade de tipos diferentes de véus.[10]
Nas Igreja Ortodoxa, Igrejas Ortodoxas Orientais e em algumas igrejas Protestantes o costume de cobrir a cabeça nas igrejas, ou mesmo em orações privadas em casa, ainda é mantido. Na Igreja Católica, era costumeiro na maioria das localidades a cobertura da cabeça por véus, capas, estolas, echarpes e barretes, até a década de 1960. O costume, apesar de não mais obrigatório, continua em locais onde é considerado um prática de etiqueta, cortesia ou elegância. tradicionalistas católicos porém ainda mantém a prática. O uso de cobertura para a cabeça foi pela primeira vez tornado obrigatório e universal na Igreja Latina pelo Código de Direito Canônico de 1917[11] que foi revogado pelo atual Código de Direito Canônico de 1983.[12] apesar de muitos tradicionalistas católicos disputarem a respeito da legalidade da revogação.
Um véu sobre o cabelo faz parte do vestuário e hábito da maioria das ordens de freiras e irmãs religiosas na Igreja Católica e em algumas ordens religiosas femininas Anglicanas. Na era medieval, mulheres casadas normalmente cobriam a cabeça com véus, depois copiados pelo vestuário das freiras, indicando sua posição como "noivas de Cristo". Em muitas ordens um véu branco, o véu da provação, é usado durante o noviciado e um véu preto, o véu da profissão, depois que os votos são tomados. As cores no entanto variam entre as diferentes ordens. Em certas Igrejas Católicas Orientais e algumas Igrejas Ortodoxas, um véu chamado em grego επανωκαλύμμαυχο epanokalimafko)[13][14] é usado por religiosos de ambos os sexos (monges e freiras), cobrindo um chapéu denominado καλυμμαύχι (kalimafki).[15][16]
O reformador Martinho Lutero, o Reformador Protestante, incentivou as esposas a usarem um véu no culto público.[17] Tal prática é comum entre pietistas e laestadianos na Escandinávia, Alemanha (principalmente entre diaconisas e membros da Irmandade Evangélica de Maria), luteranos conservadores da América do Norte, e em geral entre as igrejas luteranas da África, Oriente Médio e sul da Ásia.
Outros reformadores como João Calvino e John Knox também entendiam quem as mulheres deveriam cobrir a cabeça no culto público.[18][19] Similar posição tinha John Wesley, o fundador do Metodismo.[20]
No Brasil denominações cristãs como a Congregação Cristã no Brasil,[21] católicos tradicionalistas como a Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, Casa de Oração dentre outras adotam o uso de véus durante serviços religiosos e orações.
Os Menonitas e outras religiões americanas[22][23] também adotam o uso do véu nos contextos de culto ou até mesmo no cotidiano.
No Reino Unido, é comum as mulheres usarem uma cobertura de cabeça cristã enquanto frequentam serviços religiosos formais, como casamentos na igreja.
Uma variedade de peças de vestuário para a cabeça são usados por mulheres e meninas muçulmanos de acordo com o hijab (o princípio da modéstia no vestuário), normalmente sendo referidos no ocidente como véus. O principal objetivo do véu muçulmano é ocultar aquilo que poderia ser considerado sexualmente atraente para os homens. Muitas dessas peças de vestuário cobrem os cabelos, orelhas e garganta, mas não a face.
É sugerido que a prática do uso do véu, incomum entre os árabes antes do surgimento do Islã, se originou no Império Bizantino e se espalhou posteriormente na região.[24][25]
O uso de véus e coberturas para a face por mulheres muçulmanos levantou questões políticas em países do ocidente, especialmente em Quebeque, na França e no Reino Unido. Há também um acalorado debate na Turquia, país secular de maioria islâmica, onde os véus foram banidos em universidades e prédios do governo por serem considerados um símbolo de militância política de grupos Islamistas.
Véus como parte de chapéus sobreviveram às mudanças na moda europeia ao longo dos séculos e ainda são usados eventualmente em ocasiões formais. Esse tipo de véu é normalmente feito de redes, não objetivando esconder o rosto totalmente.
Véus também são parte integrante do vestuário das noivas em grande parte das culturas ocidentais. Véus compridos, cobrindo o cabelo e a face, substituíram o uso do cabelo longo e solto como símbolo da virgindade da noiva e a resguarda ao noivo, bem como é enfeito e uso estético a uma virgem de aparência simples ou semelhante outra mulher. O véu que cobria a face era normalmente removido ao apresentar a noiva ao noivo, ato que nos casamentos modernos é ignorado. Na tradição judaica a noiva era desvelada apenas antes da consumação do casamento.
Não é claro que o uso do véu no casamento é um uso não-religioso, uma vez que na tradição ocidental casamentos quase sempre acontecem em situações religiosas. Entretanto, o uso do véu no casamento predata a associação da cerimônia do casamento com a religião cristã. Noivas romanas usavam véus coloridos para espantar maus espíritos e posteriormente esse véu foi adotado nas cerimônias cristãs. O véu, uma vez tornado símbolo de virgindade, passou a ser adotado também por mulheres cristãs que consagravam sua virgindade a Cristo.
Entre certos grupos de povos tuaregues, songais, hauçás, fulas e mouros, mulheres não usam véus tradicionalmente, mas os homens sim. O uso dos véus masculinos está associado à proteção contra maus espíritos, mas muito provavelmente tem origem em usos mais pragmáticos, como proteger a face das condições rigorosas do deserto. Os homens passam a usar aos 25 anos de idade um tipo de véu que cobre toda a face, exceto os olhos, e não o removem mesmo junto aos membros de sua família.
Uma visão é a de que se trata de um item religioso, usado para honrar um local ou objeto de culto. As funções socioculturais, psicológicas e sociosexuais do véu, entretanto, não foram extensamente estudadas, mas provavelmente também incluem a manutenção de uma distance social, a comunicação de status social e identidade cultural.[26][27] Em sociedades islâmicas, várias formas de véus foram adotadas da cultura árabe onde o Islã nasceu.[carece de fontes].
Otherwise and aside from that, the wife should put on a veil, just as a pious wife is duty-bound to help bear her husband's accident, illness, and misfortune on account of the evil flesh.
Therefore if a woman is not covered — If she will throw off the badge of subjection, let her appear with her hair cut like a man's. But if it be shameful far a woman to appear thus in public, especially in a religious assembly, let her, for the same reason, keep on her veil.
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