Top Qs
Linha do tempo
Chat
Contexto

Línguas tupi-guaranis

família linguística da América do Sul Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Línguas tupi-guaranis
Remove ads
 Nota: Não confundir com língua tupi, nem com língua guarani.

A família linguística tupi-guarani é uma das mais importantes da América do Sul. Engloba várias línguas indígenas, das quais as mais representativas são o guarani, um dos idiomas oficiais do Paraguai; e o tupi antigo, língua antiga que contribuiu com a maior parte das palavras de origem indígena do português brasileiro. Grande parte dos povos indígenas que habitavam o litoral brasileiro, quando da chegada dos portugueses ao Brasil em 1500, falava línguas pertencentes a esta família. A família está compreendida num grupo linguístico maior, o tronco tupi.

Factos rápidos Tupi-Guarani, Códigos de língua ...
Remove ads
Thumb
Falantes tupis (em violeta) e línguas tupis-guarani (em rosa) na atualidade; e áreas de extensão prováveis no passado. Este mapa baseia-se em dados obtidos de "Tupí Languages" e "Tupí-Guaraní Languages" do livro The Amazonian Languages, editado por R. M. W. Dixon e Alexandra Y. Aikhenvald, publicado em Cambridge pela (editora) Cambridge University Press, em 1999; veja as páginas 108 e 126, respectivamente.
Thumb
Distribuição aproximada das nações indígenas no litoral brasileiro no século XVI
Remove ads

Línguas da família tupi-guarani

Remove ads

Demografia (Brasil)

Resumir
Perspectiva

Demografia dos falantes de línguas Tupi-Guarani (IBGE - Censo 2010[2], citado em Aguilar 2015[3]):

Mais informação Povos Tupi-Guarani, População/Falantes ...

Os povos Tupí-Guaraní do Brasil (IBGE - Censo 2010[2][3]):

Mais informação Povos Tupí-Guaraní, População ...
Remove ads

Classificação

Resumir
Perspectiva

Rodrigues & Cabral (2012)

Classificação da família Tupí-Guaraní segundo Rodrigues e Cabral (2012):[5]

Tupí-Guaraní
  • Ramo 1 (Guaraní)
    • Guaraní antigo
    • Guarani paraguaio (Guaraní, Avañee)
    • Kaiwá (Kayowá, Kaiowá, Caiová, Caiguá, Pãi, Pãi-Tavyterã)
    • Nhandéva (Ñandeva, Chiripá)
    • Xetá (Šetá, Aré, Notobotocudo)
    • Chiriguano (Ava, Simba)
    • Isosó (Izozó, Izoceño, Chané)
    • Tapiete
    • Guayakí (Guayaquí, Aché)
  • Ramo 2 (Guaráyo)
    • Guaráyo (Guarayo, Guarayú)
    • Sirionó
    • Yúki
  • Ramo 3 (Tupí)
    • Língua Geral Amazônica (Língua Geral, Nheengatú, Tapïhïya, Tupí moderno, Yeral)
    • † Língua Geral Paulista (Língua Geral, Tupí)
    • † Tupí (Tupi antigo)
    • † Tupinambá (Língua brasílica, Tupí antigo)
  • Ramo 4 (Tenetehára)
    • Avá (Canoeiro, Avá-Canoeiro)
    • Tapirapé
    • Parakanã (Paracanã, Apiteréwa)
    • Asuriní do Tocantins (Assurini, Asuriní do Trocará, Akwáwa)
    • Suruí (Suruí do Tocantins, Aikewara, Mudjetíre)
    • Tembé (Tenetehára)
    • Guajajára (Tenetehára)
    • † Turiwára
  • Ramo 5 (Xingu)
    • Araweté
    • † Amanajé
    • † Ararandewára
    • Aurê (Aurá)
    • † Anambé do Cairarí
    • Asuriní do Xingu (Assurini, Asuriní do Coatinema, Awaeté)
  • Ramo 6 (Kawahíb)
    • Amondáwa
    • Uruewawáu (Uru-eu-wau-wau, Uru-eu-uau-uau)
    • Karipúna
    • Piripkúra
    • Diahói (Diahui, Jahoi, Jahui, Diarrui)
    • Parintintín (Parintintim, Kagwahív)
    • Tenharín (Tenharim)
    • † Tupí-Kawahíb (Tupi do Machado, Paranawát, Pawaté, Wiraféd)
    • Apiaká (Apiacá)
    • Kayabí (Caiabi)
  • Ramo 7 (Kamayurá)
    • Kamayurá (Kamaiurá, Camaiurá)
  • Ramo 8 (Setentrional)
    • † Anambé de Ehrenreich
    • Guajá (Awá, Avá)
    • Ka’apór (Urubú, Urubú-Ka’apór, Kaapor)
    • † Takunyapé (Taconhapé)
    • Wayampí (Oyampi, Wajãpi, Waiãpi)
    • Wayampipukú
    • Emérillon (Emerenhão)
    • Zo’é (Zoé, Jo’é)

(† = língua extinta)

Rodrigues & Cabral (2002)

Classificação dos ramos Tupí-Guaraní segundo Rodrigues e Cabral (2002, p. 335):[4]

Classificação da família Tupí-Guaraní segundo Rodrigues & Cabral (2002, p. 335-336):[4]

Tupí-Guaraní
  • Ramo I
    • Guaraní Antigo
    • Kaiwá (Kayová, Pãi), Ñandeva (Txiripá), Guaraní Paraguaio
    • Mbyá
    • Xetá (Serra dos Dourados)
    • Tapieté, Chiriguano (Ava), Izoceño (Chané)
    • Guayakí (Aché)
  • Ramo II
    • Guarayo (Guarayú)
    • Sirionó, Horá (Jorá)
  • Ramo III
    • Tupí, Língua Geral Paulista (Tupí Austral)
    • Tupinambá, Língua Geral Amazônica (Nhe’engatú)
  • Ramo IV
    • Tapirapé
    • Asuriní do Tocantíns, Parakanã, Suruí (Mujetire)
    • Avá-Canoeiro
    • Tembé, Guajajára, Turiwára
  • Ramo V
    • Araweté, Ararandewára-Amanajé, Anambé do Cairarí
    • Asuriní do Xingu
  • Ramo VI
    • Kayabí, Apiaká
    • Parintintín (Kagwahíb), Tupí-Kawahíb (Tupí do Machado, Pawaté, Wiraféd, Uruewauwau, Amondáva, Karipúna, etc.)
    • Júma
  • Ramo VII
    • Kamayurá
  • Ramo VIII
    • Wayampí (Oyampí), Wayampípukú, Emérillon, Jo’é
    • Urubu-Ka’apór, Anambé de Ehrenreich
    • Guajá
    • Awré, Awrá
    • Takunhapé

Dietrich (2010)

Classificação interna da família tupi-guarani segundo Dietrich (2010):[6]

Grupo I: guarani meridional

  • Guarani clássico / guarani antigo
  • Avá-guarani / nhandeva, e dialeto apapocuva
  • Kaiwá/caiová/cainguá/kaiowá/paĩ tavyterã
  • Avañe’ẽ (guarani paraguaio)
  • Mbyá
  • Xetá
  • Guarani do Chaco, tradicionalmente chiriguano - dialetos:
    • ava (subdialetos simba e chané)
    • izoceño
  • Tapiete

Grupo II: boliviano - Guarani da região Guaporé-Mamoré-Paraguai-Paraná

  • Guarayo
  • Guarasug’wä/pauserna
  • Sirionó
  • Yuki / mbyá-jê
  • Aché/guayaki

Grupo III: Grupo tupi da costa brasileira

  • Tupinambá
  • Tupiniquim
  • Potiguara
  • Cocama, cocamilla
  • Omágua/omawa/canga-peba

Grupo IV: Grupo asurini-tenetehara-tapirapé

  • Grupo Tocantins-Maranhão
    • Asurini do Tocantins/do Trocará/akwawa, ‘índio bravo’
    • Parakanã (autodenominação awareté, ‘gente verdadeira’)
    • Suruí (autodenominação aikewára, ‘nós’ mudjetíre, nome dado pelos kayapós)
  • Grupo tenetehara
    • Tembé
    • Guajajara
  • Grupo Parque do Xingu
    • Avá-canoeiro
    • Tapirapé (autodenominação ãpyãwa)

Grupo V: Tocantins-Mearim - Grupo do Xingu-Tocantins-Gurupi

  • Anambé/anambé do Cairari
  • Amanayé/manajo/amanajé
  • Araweté/bïde
  • Asurini do Xingu/awaté
  • Kayabi (autodenominação dejanare)

Grupo VI: Mato Grosso-Rondônia - Grupo do norte de Mato Grosso e de Rondônia

  • Apiaká
  • Amondawa/amundawa/kagwahiva
  • Tenharim - dialetos: (kagwahiva/kawaib é a autodenominação de todos estes grupos)
    • parintintin, juma
    • kagwahíb/kawahýb
    • karipuna Jaci Paraná
    • diahói/jahui
    • uru-eu-wau-wau/jupau (jupaú é autodenominação, uru-e-wau-wau é a denominação txapakúra)
    • morerebi

Grupo VII: Grupo do Alto Xingu

  • Kamayurá/kamaiurá

Grupo VIII: Grupo amazônico setentrional

  • Ao norte do Amazonas:
    • Wayãpi do Amapari e da Guiana Francesa/wayampi (antes oyampi)
    • Karipuna (karipuna do Amapá)
    • Wayãpi do Jari/wayampipuku
    • Émérillon/teko
    • Zo’é/jo’é/dzo’é/puturú-jar/tupi do Cuminapanema/buré
  • Ao sul do Amazonas:
    • Guajá
    • Ka’apor/urubú-ka’apor

Mello (2002)

Classificação da família Tupí-Guaraní (Mello 2002):[7]

Tupí-Guaraní
  • Subgrupo I
    • Ia
      • Guarani Mbyá
      • Guarani Antigo
      • Guarani Paraguaio
    • Ib
      • Chiriguano
      • Chané
      • Izoceño
    • Ic
      • Guayaki
    • Id
      • Xetá
  • Subgrupo II
    • Sirionó
  • Subgrupo III
    • Guarayo
  • Subgrupo IV
    • IVa
      • Parintintin
      • Amundava
      • Urueuewauwau
    • IVb
      • Tenharín
      • Karipúna
  • Subgrupo V
    • Apiaká
    • Kayabí
    • Kamayurá
  • Subgrupo VI
    • VIa
      • Asurini do Trocará
      • Suruí
      • Parakanã
    • VIb
      • Tembé
    • VIc
      • Tapirapé
    • VId
      • Asuriní do Xingu
  • Subgrupo VII
    • Araweté
    • Aurê e Aura
    • Anambé
    • Guajá
  • Subgrupo VIII
    • Wayampí do Jarí
    • Wayampí do Amapari
    • Emerillon
    • Urubu-Kaapór
  • Subgrupo IX
    • Tupinambá
    • Língua Geral Amazônica
    • (Kokama)
Remove ads

Comparação lexical

Resumir
Perspectiva

Comparação lexical de algumas línguas tupi-guaranis (Aguilar 2015):[3]

Fontes dos dados
Mais informação N.º, Inglês ...

Comparação lexical (Rodrigues 1986):[15]

Mais informação Português, Guarani Mbiá do Paraná ...
Remove ads

Empréstimos ao português brasileiro

Um grande número de palavras das línguas tupis-guaranis foi passado ao português brasileiro na forma de empréstimos. Os termos mais emprestados dizem respeito à fauna e flora locais, desconhecidas dos colonizadores portugueses. Palavras como pitanga, caju, jararaca, pereba, xará, sucuri e diversas outras são exemplos de palavras da família tupi-guarani que passaram ao português brasileiro.[16]

Ver também

Factos rápidos

Referências

  1. Etnolingüística: línguas indígenas da América do Sul. "Nheengatu".
  2. IBGE. O Brasil indígena: os indígenas no Censo Demográfico 2010. Brasília, DF: Ministério da Justiça, FUNAI, IBGE, 2010.
  3. AGUILAR, Ana Maria Gouveia Cavalcanti. Contribuições para os estudos histórico-comparativos sobre a diversificação do sub-ramo VI da família linguística Tupí-Guaraní. 2015. 223 f., il. Tese (Doutorado em Linguística)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015. (PDF)
  4. RODRIGUES, A. D.; CABRAL, A. S. A. C. Revendo a classificação interna da família Tupí-Guaraní. In: CABRAL, A. S. A. C., RODRIGUES, A. D. (Orgs.). Línguas indígenas brasileiras: fonologia, gramática e história. Tomo I. Belém: UFPA/EDUFPA, p. 327-337, 2002.
  5. Rodrigues, Aryon Dall'Igna, and Ana Suelly Arruda Câmara Cabral (2012). "Tupían". In Campbell, Lyle, and Verónica Grondona (eds). The indigenous languages of South America: a comprehensive guide. Berlin: De Gruyter Mouton.
  6. DIETRICH, Wolf. O tronco tupi e as suas famílias de línguas. Classificação e esboço tipológico. In: NOLL, Volker. O Português e o Tupi no Brasil. São Paulo: Editora Contexto, 2010.
  7. MELLO, A. A. S. Evidências fonológicas e lexicais para o sub-agrupamento interno Tupí-Guaraní. In: CABRAL, A. S. A. C.; RODRIGUES, A. D. (Orgs.) Línguas Indígenas Brasileiras: Fonologia, Gramática e História. Belém: Editora UFPA, vol. 1, p. 338-342, 2002.
  8. CABRAL, A. S. A. C.; RODRIGUES, A. D. Dicionário da Língua Asuriní do Tocantins. Belém: UFPA/IFNOPAP; Brasília: UnB/IL/LALI, 2003. 267p.
  9. SILVA, A. P. C. Elementos Fonologia, Morfossintaxe e Sintaxe da Língua Avá-Canoeiro do Tocantins. Dissertação (Mestrado em Linguística), Brasília: UnB, 2015.
  10. BORGES, Mônica Veloso. O estudo do Avá: relato e reflexões sobre a análise de uma língua ameaçada de extinção. In: LIAMES (Línguas Indígenas Americanas). Campinas: UNICAMP/IEL, nº 2. p. 85-104, 2002.
  11. BETTS, L. V. Dicionário Parintintín-Português Português-Parintintín. Cuiabá: SIL, 1981. Disponível em: <http://www-01.sil.org/americas/brasil/publcns/dictgram/PNDict.pdf>. Acesso em: mar. 2011.
  12. AGUILAR, A. M. G. C. Caderno de Campo: Língua Kamajurá. Brasília: UnB/LALLI 2015.
  13. PEASE, H.; BETTS, L.V. Anotações sobre a língua Uru-Eu-Wau-Wau. SIL, Brasília, DF, Nº 201, 1991.
  14. WEISS, H, E. (compiladora). Dicionário Kayabí-Português, com um Glossário, Português-Kayabí. Brasília: SIL, 2005.
  15. CUNHA, Antônio Geraldo da. Palavras portuguesas de origem tupi. Site Línguas Indígenas Brasileiras, de Renato Nicolai (Projeto Indios.Info).
Remove ads

Bibliografia

Loading content...

Ligações externas

Loading related searches...

Wikiwand - on

Seamless Wikipedia browsing. On steroids.

Remove ads