A harmina é um alcalóide harmano fluorescente pertencente à família de compostos da beta-carbolina. Ocorre num número de diferentes plantas, notadamente na harmala (Peganum harmala), do Oriente Médio, e no cipó-mariri (Banisteriopsis caapi), da América do Sul. A harmina é um inibidor reversível da monoamina oxidase (IMAO) e um estimulante do sistema nervoso central.

Mais informação Harmina Alerta sobre risco à saúde, Identificadores ...
Harmina
Alerta sobre risco à saúde
Nome IUPAC 7-metóxi-1-metil-9H
-pirido[3,4-b]-indol
Identificadores
Número CAS 442-51-3
SMILES
Propriedades
Fórmula molecular C13H12N2O
Massa molar 212,25 g/mol
Ponto de fusão

321 °C (·HCl); 262 °C (·HCl·2H2O)[1]

Compostos relacionados
Compostos relacionados Betacarbolina (9H-pirido[3,4-b]indol)
Harmalina (7-metóxi-1-metil-4,9-diidro-3H-pirido[3,4-b]-indol)
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.
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O subtipo B da monoamina oxidase (MAO-B), contudo, não é inibido.[2]

Usos

Como inibidor da MAO, a harmina inibe a clivagem de monoaminas por enzimas chamadas monoamina oxidases. Dentre as monoaminas estão os neurotransmissores serotonina, dopamina, o hormônio melatonina e drogas, inclusive muitos alucinógenos (psilocibina, dimetiltriptamina ou DMT, mescalina etc.). Por reduzir o metabolismo de neurotransmissores, os IMAOs podem ajudar na manutenção dos níveis normais desses compostos, e muitos IMAOs são usados como antidepressivos. A harmina não tem sido objeto freqüente de pesquisa médica para o tratamento da depressão, em parte devido às restrições legais em muitos países, bem como a existência de muitos IMAOs sintéticos com menos efeitos colaterais.

Peganum harmala e Banisteriopsis caapi são usados tradicionalmente por seus efeitos psicoativos. B. caapi geralmente é usado com plantas que contêm DMT, e é tradicionalmente consumido como uma beberagem com ou sem plantas produtoras de DMT (ver ayahuasca). O DMT normalmente não tem efeito quando administrado por via oral, mas usuários relatam efeitos bastante diversos quando o DMT está presente em tais bebidas. Até hoje, a harmina e substâncias correlatas têm sido usadas em conjunto com muitas outras drogas. Muitos alucinógenos parecem ter sua potência aumentada quando usados desse modo.

Thumb
Fluorescência da harmina e da harmalina sob luz ultravioleta. As três extrações indicam que a do meio tem maior concentração dos dois compostos.

A harmina é um útil indicador fluorescente de pH. Quanto maior o pH, menor é a emissão de fluorescência da harmina.

Com o isótopo radioativo carbono-11, a harmina é usada em tomografias por emissão de pósitrons para examinar sua ligação à MAO-A.[3]

À harmina encontrada em secreções das raízes de Oxalis tuberosa tem sido atribuídas propriedades inseticidas.[4]

Anticâncer

Segundo Jahaniani[5], a harmina apresentou citotoxicidade contra linhagens de células HL60 e K562. Isso explicaria o efeito citotóxico da P. harmala nessas células.

Efeitos adversos

A harmina é um inibidor reversível da MAO-A, o que significa que ela não induz à "síndrome do queijo", causada pela ingestão de alimentos contendo tiramina com alguns medicamentos IMAO, já que a tiramina é metabolizada principalmente pela MAO-B.[6]. A harmina e plantas contendo quantidades significaticas de harmina e outros harmanos, geralmente não são consideradas como tratamentos seguros para depressão pela comunidade médica; contudo, este é um preconceito histórico elaborado formado por décadas de experiência com fármacos IMAO não-específicos que bloqueiam tanto a MAO-A quanto a MAO-B, que não são mais usados por essa mesma razão.[7]

Fontes naturais

A harmina é encontrada numa variedade de diferentes organismos, a maioria deles plantas. Alexander Shulgin lista cerca de trinta espécies diferentes que comprovadamente contêm harmina[8], inclusive sete espécies de borboleta da família Nymphalidae. As plantas que contêm harmina incluem o tabaco, duas espécies de maracujá e muitas outras.

Além do B. caapi, pelo menos três espécies de malpiguiáceas contêm harmina; são elas: duas espécies de Banisteriopsis e a planta Callaeum antifebrile. Callaway, Brito e Neves (2005)[9] encontraram níveis de harmina entre 0,31 e 8,43% em amostras de B. caapi.

A família das zigofiláceas, à qual pertence a harmala, contém pelo menos duas outras plantas que produzem harmina: Peganum nigellastrum e Zygophyllum fabago.

Ver também

Referências

Ligações externas

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