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município brasileiro do estado de São Paulo Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Santo Antônio da Alegria é um município brasileiro do estado de São Paulo, Região Sudeste do país. Localiza-se na Região Metropolitana de Ribeirão Preto (RMRP).
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Município do Brasil | |||
Congada Terno de Sainha Irmãos Paiva | |||
Símbolos | |||
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Hino | |||
Gentílico | alegriense | ||
Localização | |||
Localização de Santo Antônio da Alegria em São Paulo | |||
Localização de Santo Antônio da Alegria no Brasil | |||
Mapa de Santo Antônio da Alegria | |||
Coordenadas | 21° 05′ 13″ S, 47° 09′ 03″ O | ||
País | Brasil | ||
Unidade federativa | São Paulo | ||
Região metropolitana | Ribeirão Preto | ||
Municípios limítrofes | Monte Santo de Minas, Itamogi, São Sebastião do Paraíso, Altinópolis, Cássia dos Coqueiros, Cajuru | ||
Distância até a capital | 393 km | ||
História | |||
Fundação | 26 de fevereiro de 1866 (158 anos) | ||
Administração | |||
Prefeito(a) | Ricardo da Silva Sobrinho (PSD, 2021–2024) | ||
Características geográficas | |||
Área total [1] | 310,291 km² | ||
População total (Censo IBGE/2010[2]) | 6 304 hab. | ||
Densidade | 20,3 hab./km² | ||
Clima | Não disponível | ||
Altitude | 791 m | ||
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | ||
Indicadores | |||
IDH (PNUD/2010[3]) | 0,702 — alto | ||
PIB (IBGE/2011[4]) | R$ 109 110 mil | ||
PIB per capita (IBGE/2011[4]) | R$ 17 193,46 |
Os primeiros vestígios da presença de grupos humanos na região entre os vales dos rios Mojiguaçu e Grande datam de 8.000 anos atrás.[5] Produtores de uma grande diversidade de instrumentos líticos lascados de arenito silicificado, silexito e quartzo, entre eles raspadores de grandes dimensões para descarne de animais, esses grupos nômades estabeleciam pequenos acampamentos tanto em topos e altas vertentes de morros quanto fundos de vale, planícies e terraços aluviais, denotando um aproveitamento e conhecimento considerável do território.[6] Esses objetos feitos de rochas são geralmente associadas às tradições tecnológicas Umbu e Humaitá.[7]
Os primeiros registros de grupos indígenas ceramistas no nordeste paulista datam do primeiro século da Era Cristã, geralmente associados às tradições tecnológicas Aratu ou Aratu-Sapucaí. Esses povos cultivavam milho e mandioca, plantas ricas em carboidratos, apresentando uma dinâmica semi-sedentária. Mais numerosos do que os grupos pré-ceramistas, construíam grandes aldeias em círculo ou semicírculo, circundando um grande pátio central, onde eram realizadas festas e rituais. Alguns sítios arqueológicos identificados às margens do rio Mojiguaçu, contudo, atestam a presença de grupos ceramistas associados à outra tradição tecnológica - denominada Tupiguarani - há pelo menos 1.500 anos atrás.[8] De tais grupos provavelmente descendem os indígenas falantes de línguas filiadas aos troncos Macro-Jê e Tupi-Guarani.[9]
Ao longo do século XX, outros testemunhos da presença antiga humana na região de Santo Antônio da Alegria foram identificados em cavernas e abrigos de formação arenítica. É o caso das inscrições rupestres do sítio Abrigo das Furnas (localizado no município de Cajuru) e do sítio Oficia Lítica Itambé (localizado no município de Altinópolis). Embora até o momento não tenha sido possível datar as inscrições rupestres do Abrigo das Furnas, a oficina lítica – local onde eram produzidos, afiados e amolados diversos artefatos líticos – provavelmente foi produzida por povos indígenas pré-cerâmicos.[10]
Embora sejam limitados os registros das populações indígenas que habitavam a região quando da chegada dos primeiros colonizadores portugueses durante o século XVI, há relatos da presença de Kaiapós, Guaranis, Bororos e Tamoios, entre outros.[11] Como muitos outros povos ameríndios, detinham um estilo de vida nômade ou parcialmente sedentário, consumindo peixes, aves e pequenos mamíferos, além da coleta de tubérculos e diversos gêneros de plantas.[12] Essa aparente ausência de informações deriva do próprio processo de ocupação da região, uma vez que os diversos relatos deixados pelas “entradas” e “bandeiras” não necessariamente apresentam detalhes sobre os costumes e modos de vida destas populações, ou mesmo a qual etnia pertenceriam estes indígenas. Por sua vez, relações inicialmente pacíficas entre portugueses e populações ameríndias acabaram tornando-se cada vez mais conflituosas nesta e em outras regiões da agora chamada América Portuguesa, na medida em que se intensificava o interesse pelo apresamento de indígenas e a busca por minas de ouro e outros metais preciosos.
As expedições bandeiristas acabaram contribuindo para a formação de povoados no nordeste paulista, uma vez que a relativa abundância de rios navegáveis facilitava o estabelecimento de rotas em direção às minas encontradas nos atuais estados de Minas Gerais e Goiás.[13] Sendo assim, tais caminhos combinavam antigas rotas fluviais e terrestres utilizadas para se deslocar pelo território, o que comprova a presença e orientação de indígenas nessas expedições.[14] Portanto, o chamado “Caminho do Anhanguera” ou “Estrada dos Goyases” – o qual atravessava tanto o nordeste paulista quanto o atual Triângulo Mineiro, até então conhecido como Sertão da Farinha Podre[15] – contribuiu para a criação de pousos, cavalgaduras, fazendas de gado e povoados em suas margens. Esses primeiros núcleos habitacionais do nordeste paulista atuavam principalmente como pontos de paragem de tropas e viajantes em direção às minas, mantendo roçados de mandioca, cana, feijões, algodão, milho, entre outros.[16] Essas primeiras aglomerações demográficas deram origem a diversos municípios da região, como Batatais, Franca e Mogi Guaçu.[15]
Poucos sítios arqueológicos desse período da história do nordeste paulista foram registrados até o momento, contudo. Uma possível exceção seria o sítio Espaço Natureza, localizado no município de Itapira, onde fragmentos de telhas goivas, vidros, louças, cerâmicas e metais provavelmente indicam os remanescentes de uma antiga sede de fazenda ou pouso (também convencionalmente chamado de “Casa Bandeirista”).[17]
Por outro lado, o descobrimento das minas de ouro em Minas Gerais acabaram por culminar na estagnação da economia paulista setecentista, levando até mesmo a uma redução da ocupação de seu território. As atividades mantidas foram aquelas que envolviam um baixo custo de produção e manutenção, como aquelas voltadas para a pecuária e plantação de canaviais. A economia regional volta a crescer no século XIX, quando o chamado Ciclo do Café proporcionou a criação de mais fazendas e aumento da população dos núcleos habitacionais já existentes. Para escoamento desta produção, extensas redes ferroviárias foram implantadas desde o interior até os portos. Ao longo do traçado e dos ramais ferroviários novos núcleos habitacionais foram surgindo, enquanto outros, mais antigos, continuavam a se expandir devido ao aumento do transporte de pessoas e mercadorias para a região. Surgiram, portanto, pequenas vilas e centros comerciais, com casas, armazéns e até mesmo capelas.[18]
Santo Antônio da Alegria, portanto, surge em função dessas antigas e novas rotas de acesso ao interior brasileiro. Seu povoamento iniciou-se a partir de 1860, em torno da capela de Cuscuzeiro, fundada por Francisco Antônio Mafra, onde os viajantes faziam pouso entre as províncias de São Paulo e Minas Gerais. Em fevereiro de 1866, a capela de Cuscuzeiro foi elevada a freguesia (denominada Distrito de Paz), sendo batizado com o nome de Santo Antônio da Alegria em louvor ao santo católico. Já o termo “Alegria”, segundo a tradição local, se deve às festas que aconteciam na fazenda Cuscuzeiro nessa época.[19]
Apesar da incorporação da freguesia ao município de Cajuru em abril de 1873, a expansão da agricultura e a permanência dos pousos para viajantes possibilitaram um crescimento estável, a ponto de obter autonomia político-administrativa em março de 1885.[19]
Por estar localizada justamente na divisa entre São Paulo e Minas Gerais, Santo Antônio da Alegria foi palco de operações bélicas durante a Revolução Constitucionalista de 1932. No fim da mesma década, o estabelecimento dos limites territoriais definitivos entre os estados é definido pelo Laudo Villeroy,[20] encerrando uma indefinição que remontava aos tempos coloniais. Por conseguinte, uma parte do território originalmente pertencente ao município de Santo Antônio da Alegria foi cedida ao estado de Minas Gerais.[19]
Localiza-se a uma latitude 21º05'13" sul e a uma longitude 47º09'04" oeste, estando a uma altitude de 791 metros. Sua população em 2010 era de 6.304 habitantes.[2]
Possui uma área de 310,291 km²,[1] o que corresponde, em dados de 2010, a uma densidade populacional de 20,32 hab./km².
Dados do Censo - 2000
População total: 5.764
Densidade demográfica (hab./km²): 18,61
Mortalidade infantil até 1 ano (por mil): 19,11
Expectativa de vida (anos): 69,58
Taxa de fecundidade (filhos por mulher): 2,72
Taxa de alfabetização: 90,74%
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M): 0,770
(Fonte: IPEADATA)
Cor/Raça | Percentagem |
---|---|
Branca | 89,2% |
Preto | 2,4% |
Marrom | 5,6% |
Amarela | 0,2% |
Vermelho | 0,2% |
Fonte: Censo 2000
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