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As salviniáceas (Salviniaceae) são uma família de pteridófitas aquáticas[1][2] heterospóricas da ordem Salviniales,[3] caracterizadas pela flutuação livre e pela adaptação a sistemas de água doce estagnados de climas tropicais e temperados.[4][5][6] A família inclui dois géneros extantes, Azolla e Salvinia,[7] agrupando cerca de 20 espécies.[8] Os registos mais antigos da família datam do Cretáceo Superior.[9]
Salviniaceae | |||||||||||
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Ocorrência: Cretáceo Superior | |||||||||||
Classificação científica | |||||||||||
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Géneros | |||||||||||
Sinónimos | |||||||||||
As espécies que integram a família Salviniacae não apresentam raízes bem desenvolvidas (que no caso de Salvinia são apenas vestigiais, já que a amioria das espécies é flutua livremente) e as frondes são dimórficas (ou seja, com duas morfologias muito distintas, correspondentes aos trofóforos e esporóforos), unidas em grupos de três. A fronde dorsal, o trofóforo, é flutuante, verde, simples com lâmina foliar inteira, e as duas frondes ventrais, os esporóforos, são fortemente ramificadas e totalmente submersas. Apresentam pelos repelentes da água (tricomas hidrófugos) na superfície superior das frondes. Os órgãos produtores de esporos (esporângios) ocorrem apenas nas folhas submersas e são constituídos por soros cercados de um indúsio globoso (o esporocarpo). São consideradas plantas heterosporadas por produzirem dois tipos diferentes de esporos.[10]
Entre os membros da família Salviniaceae conta-se a espécie Salvinia molesta (conhecida por salvinia-gigante), um pteridófito flutuante nativo do sudeste do Brasil. São consideradas uma grande ameaça para ambientes de água doce lênticos porque formam espessos tapetes que cobrem a superfície dos corpos de água. Além disso, impedem recreação e a captação de água (tomadas de água) para irrigação e para produção de energia elétrica, ao mesmo tempo que fornecem refúgio para organismos portadores de doenças, como mosquitos e caracóis, e competem por habitat com espécies nativas de plantas aquáticas e contribuem para reduzir o conteúdo de oxigénio das águas. Esta espécie apresenta diferentes formas de crescimento, dentre elas primária, secundária e terciária, exibe folhas ovais que variam de 15 mm de largura a 60 mm, dependendo do estágio de crescimento. [10]
Os membros da família Salviniaceae apresenta uma morfologia muito distinta, resultado da sua adaptação ao meio aquático. Essa morfologia distintiva levou a que desde cedo fossem classificados comofetos aquáticos e considerados como pertencendo a um grupo taxonómico distinto cujas relações filogenáticas apenas foram esclarecidas com o advento da filogenética molecular. Uma característica comum da família é a presença de um eixo caulinar em forma de protostelo, com ramificação dicotómica, e de frondes desprovidas de pedúnculo, com filotaxia alterna. A lâmina foliar apresenta forma alongada, com margens inteiras e pequena dimensão (1 a 25 milímetros). A venação é livre no género Azolla, mas é anastomosada em Salvinia. O género Salvinia é essencialmente flutuante, sem raízes desenvolvidas, enquanto Azolla apresenta geralmente enraizamento no substrato. Todas as Salviniaceae são heterospóricas, produzindo em simultâneo grandes megasporos e pequenos microsporos, com germinação nos esporos.
As principais características morfológicas da família são as seguintes:
Salviniaceae é uma família de monilófitas da ordem Salviniales estabelecida em 1820 por Ivan Ivanovič Martinov em Tekhno-Botanicheskīĭ Slovar': na latinskom i rossīĭskom iazykakh. Sanktpeterburgie, página 559. O género tipo é Salvinia Ség.. O género Salvinia homenageia o filólogo italiano Antonio Maria Salvini (1653-1729).[5]
A família Salviniaceae é conhecida no registo fóssil desde o Cretáceo Superior. A família Salviniaceae tem uma distribuição subcosmopolita. São maioritariamente espécies que flutuam livremente. O membros extantes desta família estão resumidos os dois géneros, Salvinia e Azolla, que durante muito tempo foram considerados como famílias separadas. O género Azolla foi anteriormente colocada na sua própria família, as Azollaceae, mas a investigação mostrou que os géneros Azolla e Salvinia são grupos irmão com a provável relação filogenética mostrada no diagrama seguinte:[15]
Salviniales |
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Assim, na sua presente circunscrição taxonómica a família Salviniaceae contêm apenas os géneros extantes Azolla e Salvinia, com um total de cerca de 20 espécies conhecidas. O género Azolla foi anteriormente colocado em sua própria família, Azollaceae, mas pesquisas recentes mostraram que Azolla e Salvinia são géneros irmãos. Os géneros têm a seguinte diversidade e distribuição:
Algumas espécies de Salvinia são utilizadas como ferramentas para estudos em engenharia naval, pelo motivo de terem grande capacidade de retenção de ar devido ao sistema de tricomas presentes nessas plantas.[17] Essa característica é estudada pela indústria naval em cascos de navio, possibilitando a diminuição do atrito entre a camada de ar e a superfície da água e facilitando o deslizamento do navio, utilizando a tecnologia semelhante às plantas.
Além disso, a Salvinia é muito utilizada como planta ornamental em aquários e lagos artificiais. A espécie Salvinia cucullata Roxb. é facilmente encontrada em sites de lojas online. Quanto à importância ecológica, essas espécies possuem potencial como bioindicadores da qualidade da água e bioacumuladores, absorvendo metais pesados presentes (como cádmio e chumbo) no ambiente aquático em que se encontram[18] e ainda cromo.[19]
A maioria das espécies de Salviniaceae ocorre em água rica em nutrientes nas regiões tropicais e subtropicais e demonstram forte propagação vegetativa e uma taxa de crescimento alta. Algumas tornaram-se ervas daninhas em reservatórios e sistemas de irrigação.
As espécies atualmente identificadas estão representadas abaixo:
No Brasil a família Salviniaceae é distribuída nos domínios fitogeográficos da Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal, nas vegetações de campo de várzea, floresta ciliar e vegetações aquáticas e são descritas 10 espécies. É encontrada em todas as regiões brasileiras, detalhadas a seguir:
Não há espécies endêmicas no Brasil.
As espécies atualmente identificadas no Brasil estão representadas abaixo:
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