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Santo cristão e mártir Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Sebastião ou Sebastiano (em latim: Sebastianus; em francês: Sébastien; França, c. 256 – 20 de Janeiro de 288) originário de Narbonne e cidadão de Milão, foi um mártir e santo cristão, morto durante a perseguição levada a cabo pelo imperador romano Diocleciano. O seu nome deriva do grego sebastós, que significa divino, venerável (que seguia a beatitude da cidade suprema e da glória altíssima).
São Sebastião | |
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São Sebastião, por Marco Palmezzano. | |
Mártir | |
Nascimento | c. 256 Narbona França[1] |
Morte | 288 Roma Itália |
Veneração por | Igreja Católica Igreja Ortodoxa Religiões afro-brasileiras |
Principal templo | San Sebastiano fuori le mura[2] |
Festa litúrgica | 20 de janeiro (Católica), 18 de dezembro (Ortodoxa) |
Atribuições | Flechas |
Padroeiro | Arqueiros,
soldados, infantaria, atletas, contra Pestes, contra fome, contra epidemias, contra guerras, contra Desastres, da Diocese de Lamego, da cidade de Ponta Delgada, da aldeia do Sobreiro (Mafra), Rio de Janeiro, Jacarezinho, Jataúba , Faxinal , São Bento-PB, Jucurutu e Itaguaru, Cambuquira, Santa Cruz de Minas, São Sebastião do Rio Verde, Capitólio, Passa Quatro, Cruzília |
Portal dos Santos |
Ele teria chegado a Roma através de caravanas de migração lenta pelas costas do Mar Mediterrâneo, que na época eram muito abundantes por causa do mar mediterrâneo e o Saara e os dias não tão quentes por causa da latitude em torno de 40°. De acordo com Actos apócrifos, atribuídos a Santo Ambrósio de Milão, Sebastião era um soldado que teria se alistado no exército romano por volta de 283 com a única intenção de afirmar o coração dos cristãos, enfraquecido diante das torturas. Era querido dos imperadores Diocleciano e Maximiano, que o queriam sempre próximo, ignorando tratar-se de um cristão e, por isso, o designaram capitão da sua guarda pessoal, a Guarda Pretoriana. Por volta de 286, a sua conduta branda para com os prisioneiros cristãos levou o imperador a julgá-lo sumariamente como traidor, tendo ordenado a sua execução por meio de flechas (que se tornaram símbolo constante na sua iconografia). Foi dado como morto e atirado em um rio, porém, Sebastião não havia falecido. Encontrado e socorrido por Irene (Santa Irene), apresentou-se novamente diante de Diocleciano, que ordenou então que ele fosse espancado até a morte. Seu corpo foi jogado no esgoto público de Roma. Luciana (Santa Luciana, cujo dia é comemorado a 30 de Junho) resgatou seu corpo, limpou-o, e sepultou-o nas catacumbas.[3][4]
Existem inconsistências no relato da vida de São Sebastião: o édito que autorizava a perseguição sistemática dos cristãos pelo Império foi publicado apenas em 303 (depois da Era Comum), pelo que a data tradicional do martírio de São Sebastião parece precoce. O simbolismo na História, como no caso de Jonas, Noé e também de São Sebastião, é visto, muitas vezes, como alegoria, mito, fragmento de histórias, uma construção histórica que atravessou séculos.
O bárbaro método de execução de São Sebastião fez dele um tema recorrente na arte medieval, surgindo geralmente representado como um jovem amarrado a uma estaca e perfurado por várias setas (flechas); três setas, uma em pala e duas em aspa, atadas por um fio, constituem o seu símbolo heráldico.
Tal como São Jorge, Sebastião foi um dos soldados romanos mártires e santos, cujo culto nasceu no século IV e que atingiu o seu auge na Baixa Idade Média, designadamente nos séculos XIV e XV, tanto na Igreja Católica como na Igreja Ortodoxa. Embora os seus martírios possam provocar algum ceticismo junto dos estudiosos atuais, certos detalhes são consistentes com atitudes de mártires cristãos seus contemporâneos.
São Sebastião foi o ícone de várias expressões artísticas. Foi tema de pintores da Renascença. Na literatura, São Sebastião teve sua trajetória contada no livro "Perseguidores e Mártires", do escritor italiano Tito Casini. Ainda na literatura, foi um dos personagens centrais do romance "Fabíola" (também intitulado "A Igreja das Catacumbas"), escrito em 1854 pelo Cardeal Nicholas Wiseman.
Em 1911, Debussy produziu um misto de cantata, drama lírico e de balé, "Le Martyrre de Saint Sébastien". A obra de Wiseman foi filmada por Alessandro Blasetti em 1949 na França, estrelando Michèle Morgan, e com o ator italiano Massimo Girotti no papel de São Sebastião. Foi refilmado por Nunzio Malasomma em 1961, na Itália, como "La Rivolta degli Schiavi ("A Revolta dos Escravos), protagonizado pela estrela estadunidense Rhonda Fleming, com o romano Ettore Manni como o santo mártir.
O pintor brasileiro Eliseu Visconti teve sua tela "Recompensa de São Sebastião" premiada com a medalha de ouro na Exposição Universal de Saint Louis, realizada em 1904 nos Estados Unidos.
No Brasil, ele é celebrado com festas e feriados no dia 20 de janeiro como padroeiro de várias cidades:
Em Portugal, há comemorações semelhantes em Santa Maria da Feira, na Festa das Fogaceiras, ou em Freamunde nas conhecidas Festas Sebastianas (segundo Domingo de Julho). Comemora-se ainda, em várias localidades do concelho de Mirandela, entre outras, no Bairro de São Sebastião (no segundo Domingo de setembro), em Cabanelas (no dia 20 de janeiro), em Vale de Prados (no terceiro Domingo de janeiro), em Vila Boa de Quires, bem como no concelho de Santarém, em Amiais de Baixo, onde se celebram todos os anos as Festas em honra de Mártir São Sebastião. Também em Rio Tinto se festeja este Mártir na Capela que lhe é dedicada, no dia 20 de janeiro e fim de semana seguinte (com procissão nesse domingo). É Santo Padroeiro de Vale de Juncal, do mesmo concelho, cujas festividades seculares ocorriam no primeiro domingo de fevereiro de cada ano. É ainda Padroeiro da Aldeia do Peral, onde existe uma Igreja que lhe é dedicada e a festa em sua honra realiza-se no dia 20 de janeiro de cada ano. Também na aldeia de Pisões, freguesia de Pataias, concelho de Alcobaça, Portugal, existe uma capela em sua honra em cujo adro se fazem as festas, por finais de maio.
Em Freamunde as Sebastianas são as festas em honra de São Sebastião. É uma festa anual que decorre sempre no fim-de-semana do segundo Domingo de Julho. Com mais de 120 anos de história, a festa foi crescendo de importância e dimensão. São agora misto de festa sagrada e profana, com uma parte cultural e de animação muito mais marcada, sem nunca perder a raiz popular.
Em Matosinhos, é padroeiro dos pescadores e é realizada uma festa todos os anos em julho no porto de pesca, denominada de "Festa do Mártir São Sebastião". É uma festa que tem uma duração de 3 dias (sexta-feira, sábado e domingo). Começa na sexta-feira à noite com bandas de música ou artistas convidados, no sábado têm a apresentação dos ranchos folclore da parte da tarde, seguido de mais música à noite, no domingo decorre a procissão em honra ao Mártir São Sebastião e à noite existe mais animação musical terminando com o fogo de artificio. É uma festa que os pescadores tentam manter viva.
Padroeiro da Freguesia de Granja de Penedono, sendo as festividades comemoradas no primeiro fim de semana a seguir ao dia 20 de Janeiro e das Freguesias de Padroeiro de Almalaguês, concelho de Coimbra, e Chafé, concelho de Viana do Castelo, com respectivas Igrejas e festas dedicada nos dois últimos fim-de-semana de Janeiro.
Em Águeda, São Sebastião é uma figura muito popular, embora a sua história e martírio gozem de reduzidos testemunhos críticos.
No velho e tradicional Bairro da Venda Nova, encravado no centro da vila, hoje cidade, situa-se a capela do Mártir São Sebastião, cujas tradições remontam de longa data.
O povo da Venda Nova diz que o Santo é muito vingativo devido a um grupo de indivíduos que deitou a antiga capela abaixo, capela essa, que existiu no largo da Venda Nova, e que todos eles ficaram aleijados das pernas e, o que tinha levado o púlpito para sua casa, morreu num incêndio.
Na véspera da sua festa, à noite, era uso e costume o povo fazer grandes fogueiras no largo.
Toda esta tradição desapareceu, contudo comemora-se o dia 20 de janeiro com Missa na capela e mantêm-se as Festas Anuais ao Mártir S. Sebastião, que não são realizadas no mês de Janeiro, dia esse celebrado pela Igreja, mas sim num domingo no princípio do verão (normalmente no primeiro fim de semana de junho).
É também orago da Comunidade Paroquial da Póvoa, concelho de Miranda do Douro, diocese de Bragança-Miranda e da Comunidade Paroquial de Matriz na cidade de Ponta Delgada nos Açores e Patrono da mesma cidade.
Na Paróquia de Mafra celebra-se este Santo Mártir na Igreja do Sobreiro, da qual é orago, no domingo mais próximo do dia 20 de janeiro e nos Tradicionais Festejos em Honra de São Sebastião e Nossa Senhora da Saúde, que acontecem anualmente nesta terra no penúltimo fim de semana do mês de julho. Estes tradicionais festejos estão documentados há mais de 130 anos, sendo imemorial a devoção do povo desta terra a este grandioso Santo.
Em 1503 foi criada a Vila de São Sebastião (villa de San Sebastião), na ilha Terceira (Açores).[6]
Na Igreja Católica Romana, a celebração de São Sebastião é memória facultativa em 20 de janeiro. Na Igreja da Grécia, o dia da festa de Sebastião é em 18 de dezembro. Como protetor da peste bubônica, Sebastião era um dos catorze santos auxiliares. No catolicismo, Sebastião é o santo padroeiro dos arqueiros, fabricantes de broches, atletas (uma associação moderna) e de uma morte sagrada.
Sebastião é um dos santos padroeiros da cidade de Qormi, em Malta, juntamente com São Jorge.[7] São Sebastião é o santo padroeiro de Acireale, Caserta e Petilia Policastro na Itália, Melilli na Sicília e San Sebastián, bem como Palma de Maiorca, Lubrín e Huelva na Espanha. Ele é o santo padroeiro de Negombo, Sri Lanka e Rio de Janeiro, Brasil. Informalmente, na tradição da religião sincrética afro-brasileira Umbanda, Sebastião é frequentemente associado aos Oxóssi, especialmente no próprio estado do Rio de Janeiro.
Em Lubrín, todos os anos, no dia 20 de janeiro, há um festival em homenagem a São Sebastião. Uma estátua de São Sebastião lidera uma procissão pela vila e as pessoas jogam pães das varandas para as multidões que seguem o santo nas ruas abaixo. Os rolos têm um buraco no meio e algumas pessoas os amarram em uma corda ao redor do corpo. Pensa-se que o festival tenha se originado no século XIV, depois que uma praga de cólera atingiu a área. Nesta época, dizia-se que os ricos jogavam pão e dinheiro para os pobres nas ruas abaixo, para evitar pegar a doença. O "festival do pão" de San Sebastião é tão incomum que foi declarado uma festa de interesse turístico nacional na Andaluzia.[8]
Sebastião é o santo padroeiro da diocese católica romana de Bacólod, em Negros Occidental, nas Filipinas, e da cidade de Lipa, em Batangas , nas Filipinas. Além disso, São Sebastião é o santo padroeiro da cidade de Leon, no México. Uma representação do santo em seu martírio está presente no canto superior esquerdo do brasão da cidade.
São Sebastião é o patrono do Conselho dos Cavaleiros de Colombo n.º 4926 na Diocese Católica Romana de San Jose, na Califórnia, servindo as cidades de Mountain View e Los Altos. São Sebastião é o santo padroeiro dos veteranos de guerra católicos dos Estados Unidos da América. O maior prêmio concedido pela CWV é a Legião de Honra da Ordem de São Sebastião.
O rio São Sebastião recebe o nome dele. É um afluente da Indian River Lagoon e compreende parte da fronteira entre o Indian River County e o Brevard County, na Flórida. A cidade adjacente de Sebastian, Flórida, e St. Sebastian River Preserve State Park também são nomeados para São Sebastião.
Nas tradições de afro-brasileiras, a entidade Oxóssi na Umbanda é sincretizado como São Sebastião. Oxóssi é uma grande entidade das florestas e das relações entre o reino animal e vegetal. Grande caçador, comumente é representado nas florestas caçando com seu arco e flecha.
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