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O Role-playing game (RPG) tem seu uso amplamente incentivado pelo Ministério da Educação (MEC) como método de ensino.[1][2][3][4] É usado para aguçar a cooperação mútua e o raciocínio lógico dos estudantes.
Embora não sejam obras audiovisuais, os RPGs estão sujeitos ao Sistema de Classificação Indicativa Brasileiro.[5][6]
No início dos anos 80, os RPGs ainda não tinham sido lançados oficialmente no Brasil, os jogadores que cresciam em número tinham que esperar que um amigo ou parente fosse para fora do país para poder conseguir títulos ainda distantes das prateleiras. Nesse turbilhão de dificuldades para conseguir um livro de RPG nasceu uma geração que alguns chamam de geração xerox, devido à forma como obtinha os títulos importados.[7] Em 1986, a Rede Globo estreia a animação Caverna do Dragão (Dungeons and Dragons no original, adaptação do RPG de mesmo nome.[8]
Nos final dos anos 80 era possível achar ou encomendar livros de RPG através de grandes livrarias em São Paulo e no Rio de Janeiro, porém havia alguns obstáculos a serem transpostos. Os livros, por serem importados, não eram baratos. Além disso era necessário saber um pouco de inglês para poder jogar. Os RPGs desta época mais jogados eram o Dungeons & Dragons, Middle-Earth Role Playing (ou Merp) e Rolemaster. Em 1989, uma versão portuguesa de Dungeon and Dragons, publicada pela Sociedade Tipográfica S.A.[9][10] Jogos de ficção científica, como Traveller e Spacemaster também estavam no mercado.
Isto perdurou até o lançamento dos livros-jogos Aventuras Fantásticas pela Marques Saraiva (que também lançou as adaptações para RPG)[11].
Em 1991 é lançado o Tagmar, o 1º RPG Brasileiro, editado pela GSA. Com uma ambientação inspirada nos livros de J.R.R Tolkien, foi acusado injustamente de ser baseado no D&D, mas na verdade tinha um sistema bem diferente. O jogo chegou a fazer sucesso, mas a editora fechou no fim dos anos 90.[12] No mesmo ano, é lançado o GURPS pela Devir Livraria.[13] No ano seguinte a GSA lança O Desafio dos Bandeirantes de Carlos Klimick, Luiz Eduardo Ricon e Flávio Andrade,[14] a Grow lança Classic Dungeon e DragonQuest, jogos de tabuleiro com elementos de RPG da TSR, Inc (mesma empresa de Dungeons & Dragons),[15] no ano seguinte, lança a primeira versão de Dungeons & Dragons no país.[16] A empresa também publicou um jogo de tabuleiro baseado em Caverna do Dragão, À Procura do Dungeonmaster (Quest for the Dungeonmaster) publicando originalmente pela TSR Inc em 1984, curiosamente, foi usado o nome original do Mestre dos Magos (Dungeon Master).[17]
Em 1994, a Estrela lança HeroQuest, outro jogo de tabuleiro com elementos de RPG,[18] e no Rio de Janeiro surge a editora Nova Vecchi com o RPG nacional de humor " Monstros", além da revista Black Lotus dirigida a cardgame e RPG, esta última editada por Alexandre Cabral, responsável pela reformulação de quadrinhos do jornal O Globo. Enquanto isto, em São Paulo, a Editora Trama lança a revista Dragon, depois renomeada para Dragão Brasil, editada por Marcelo Cassaro[19] e no mesmo ano a IDD lançou a revista Dragão Dourado[20], um misto de revista em quadrinhos e RPG. [21]
Em 1995, a Editora Abril Jovem conseguiu uma licença para publicar o AD&D no Brasil, mas como o RPG era um jogo considerado demasiado "cult", a editora decidiu lançar primeiro a versão simplificada das regras do AD&D 2ª Edição, o First Quest.[22][23] A editora também publicaria o jogo de cartas colecionáveis Spellfire, a revista Dragon.[24] e os livros-jogos "Você é o herói" (Endless Quest no original)[25]
Em 1995, é lançado pela Talismã a primeira edição de Arkanun, um RPG criado por Marcelo Del Debbio, colaborador da revista Dragão Brasil, e logo em seguida a editora publicaria Trevas, do mesmo autor, um RPG lançado na forma de revista. Em outubro de 1995, é lançada nas páginas da revista Dragão Brasil Especial nº 1, a primeira versão de Defensores de Tóquio de Marcelo Cassaro, um sistema simples que parodiava animes, tokusatsus e vídeo games,[26] Defensores de Tóquio foi planejado para ser um suplemento para Toon - No Mundo Dos Desenhos da Steve Jackson Games, que foi lançado pela Devir no ano seguinte, contudo, as negociações não foram bem-sucedidas.[27][28]
Uma outra grande editora entra no mercado, a Ediouro, que lança Shadowrun, um misto de fantasia e cyberpunk e Middle-Earth Role Playing publicado como nome de "Senhor dos Anéis - Jogos de Aventura",[29] quatro volumes da série de livro-jogos "Aventuras na Terra-Média", versão de Middle-earth Quest[30][31] e a revista especializada The Universe of RPG,[32] assim como a Abril, a Ediouro não dá continuidade na linha, em 1996, Shadowrun é republicado pela Devir, que também publica Cyberpunk 2020.[28]
Em 1997, é lançada a linha de RPGs educativos "Jogos de RPG - Português em Outras Palavras", publicados pela Editora Scipione, que visavam empregar a mecânica do RPG em atividades didáticas. Foram lançados a,[33] Eles surgiram principalmente como uma resposta a acusações de que o RPG teria um efeito negativo nos seus jogadores, podendo até levar a crimes (as ligações entre o RPG e esses crimes foram posteriormente desmentidas.[34]) A editora Akritó lança um outro RPG brasileiro, Era do Caos[28] de Carlos Klimick e Flávio Andrade.[35] A Editora Escala publica a revista Saga, que dura apenas três edições.[36][37]
Publicado na Dragão Brasil Especial nº 7, de outubro de 1998, surge a terceira versão de Defensores de Tóquio, conhecida como 3D&T, que passou a ser o nome oficial do sistema, que deixa de ser restrito a paródias de produções orientais e passa a ser um sistema genérico.[38][39] Nesse mesmo, ano, consegue a licença do Street Fighter: The Storytelling Game da White Wolf, publicado com o nome de Street Fighter: O Jogo de RPG,[40] A Devir lança Castelo Falkenstein[28]
Em 1999, inspirado no GURPS Lite, a Devir lança o Mini-Gurps, uma versão compacta do sistema,[41][42] para essa versão, são lançados suplementos com temas brasileiros: Mini-GURPS O descobrimento do Brasil, Mini-Gurps Entradas e Bandeiras e Mini-GURPS Quilombo dos palmares, todos escritos por Luiz Eduardo Ricon e publicados pela Devir Livraria.Vale ressaltar que, nesta época e graças as traduções de vários livros, várias listas de compra afirmavam a popularidade nacional dos mesmos, onde ainda hoje o país perdura entre os 50 maiores consumidores de produtos oriundos do Role-play gaming. [43] Em maio 1999, Cassaro, Trevisan e Saladino, lançam o cenário de Tormenta,[44] como encarte especial da edição 50 da Dragão Brasil,[45] logo ficariam conhecidos como Trio Tormenta.[46] A Devir assume AD&D,[47] que agora pertencia a Wizards of the Coast,[48] dona do jogo de cartas colecionáveis Magic: The Gathering, que também é publicado pela Devir desde 1995.[49]
Em 2001, a Devir lança a Terceira Edição de Dungeons & Dragons, lançada no ano anterior, a versão do jogo traz uma novidade, uma licença que permite que outras empresas usem regras de Dungeons and Dragons em seus jogos, mesmo que se distanciem da temática medieval, surgem assim a Open Game License (OGL) e o Sistema d20.[50]
Em 2002, uma lei de Vila Velha, Espírito Santo, proibida a venda de livros de RPG na cidade.[51]
Em 2003, é lançado o site Dark Sun Brasil, uma versão do site Athas.org, um fansite americano autorizado pela Wizards of the Coast de Dark Sun, um cenário de campanha criado para a AD&D.[52] No mesmo ano, no site RedeRPG, o blogueiro David Valiant elege São Jorge como padroeiro do RPG no Brasil.[53]
A Editora Comic Store lança em 2004 o OPERA RPG, que além de apresentar regras lógicas e ágeis para se jogar RPG em qualquer cenário, ensina como funciona a sua estrutura básica, permitindo que qualquer jogador possa criar novas regras compatíveis com seu sistema. A Devir lança D&D 3.5.[54] A Manticora produz o RPG Power Cars para a Fundação Volkswagen, lançado no Salão do Automóvel de São Paulo, o jogo guarda semelhanças com a franquia Transformers da Hasbro.[55]
Em 2005 é lançado o RPGQuest, sistema para iniciantes, retornando às origens de jogos de tabuleiro misturados com interpretação e jogos de contar histórias, com distribuição em bancas de jornais e lojas de brinquedos,[56] pela Talismã (novo nome da editora Trama), Cassaro lança Ação!!!, utilizando uma licença OGL, o jogo é inspirado no D20 Modern,[57] o Trio Tormenta sai da Talismã e deixa a revista Dragão Brasil, surge duas outras revistas de RPG para outras editoras, a RPGMaster (dedicada a 3D&T) para a Mythos Editora[58] e Dragon Slayer para a Manticora, dedicada a D20 e OGL, a revista conta com a participação da equipe da D20 Saga, também publicada pela editora,[59] inspirado no D&D publicado pela Grow, Cassaro lança pela Manticora o Primeira Aventura, que chegou a ser comparado com First Quest[60] a Dragão Brasil é assumida pela equipe do site RedeRPG, um dos mais conhecidos portais de RPG na internet[61] ainda em 2005, o Tagmar retornou ao público totalmente remodelado em uma versão livre (usando uma licença Creative Commons) para download pela internet, sendo um marco de pioneirismo no RPG brasileiro. A Devir traduz o o GURPS Lite Quarta Edição, que é distribuído gratuitamente durante o Sampa RPG, logo em seguida é encartado na revista Dragão Brasil nº 115,[62] e disponibilizado em formato e-book nos site oficiais da Steve Jackson Games e da Devir,[63][64]
Em 2006, a Editora JBC publica 4D&T de Cassaro, uma adaptação do sistema D20 com dados de seis lados,[65] a Editora Escala passa a publicar a Dragon Slayer,[38][66] também 2006, a RedeRPG deixa a revista Dragão Brasil,[67] A Caladwin Editora lança uma adaptação para sistema D20 de um livro da série Aventuras Fantásticas, O Feiticeiro da Montanha de Fogo de Ian Livingstone e Steve Jackson (um escritor e designer britânico, homônimo do criador do GURPS),[68] adaptado por Jamie Wallis e publicado originalmente em 2003 pela editora inglesa Myriador,[69] no ano seguinte, a revista Dragão Brasil é assumida por Sílvio Compagnoni Martins, ex-editor da Devir,[70] a Caladwin anuncia a publicação de "Réia – Cenário de Campanha" de Marcelo Telles do site RedeRPG, o cenário havia sido apresentado por Marcelo na revista Dragão Brasil nº 117.[71] Telles também organizou Crônicas da 7a Lua publicado pela Conclave, que também iria ser apresentado na revista, mas acabou não se concretizando,[72] ambos os cenários foram criados para o Sistema d20.[73]
Em 2008, a revista Dragão Brasil é cancelada após 123 edições, um marco de revistas do gênero no país,[70] 3D&T volta a ser publicado pela Jambô com o título de 3D&T Alpha,[38] em 2009, a Devir lança a Quarta Edição de Dungeons & Dragons, que trouxe ao país a licença GSL (Game System License), que revogava a licença OGL,[74][75] a Caladwin publica a segunda adaptação de um livro-jogo da série Aventuras Fantásticas As Cavernas da Feiticeira da Neve,[76] no ano seguinte publica a Quarta Edição de GURPS,[77] a Dragon Slayer passa a trazer matérias sobre 3D&T Alpha,[78][79] em 2009, o SRD do Fate 2.0, traduzido por Fábio Emílio Costa é liberado gratuitamente na internet.[80] Em 2010, a Redbox Editora lança Old Dragon, um RPG "old school", inspirado em D&D, [81] diferente dos retroclones, o jogo não se baseia em uma versão específica de Dungeons & Dragons, as regras são oriundas de várias edições do jogo, por conta disso, a editora define o jogo como um retro-golem.[82]
Em 2011,a partir da edição 24 a produção da Dragon Slayer ficou a cargo da Jambô Editora, editora que assumiu os títulos de Tormenta, os autores Guilherme Dei Svaldi, Gustavo Brauner e Leonel Caldela assumindo o lugar do Trio Tormenta como editores[83] e passam ser conhecidos "Trio Tormenta Ultimate".[84] Foi neste ano também, no mês de agosto, que o primeiro financiamento coletivo de um RPG indie brasileiro apareceu, Violentina, de autoria de Eduardo Caetano despontou no movere.me, e foi um sucesso, iniciando a corrente de RPGs indies no país. Em 2012, a Retropunk inicia um financiamento coletivo para publicar Savage Worlds, um RPG genérico da Pinnacle Entertainment Group.[85]
Em 2013, a revista foi cancelada na edição 40, a Jambô divulgou que passaria a publicar material diretamente no seu site oficial.[86] A Devir anuncia a publicação do Pathfinder RPG da Paizo,[87] a editora publicava as revistas "Dungeon" e "Dragon" sob licença da Wizards of the Coast (que agora é uma subsidiária da Hasbro),[74] porém, com o lançamento da Quarta Edição de Dungeons & Dragons, o contrato foi rescindido, além disso, a nova licença GSL, restringiu mais ainda o trabalho da editora,[88] Pathfinder é inspirado nas regras de D&D 3.5, o que lhe rendeu o apelido de "D&D 3.75".[89]
Em 2014, a Galápagos Jogos publica o RPG de Star Wars da Fantasy Flight Games, [90] a Solar Entretenimento lança um projeto de financiamento de coletivo para publica a mais recente edição de FATE.[91]
Em 2015, a New Order Editora publica Legend of the Five Rings,[92] embora o jogo de cartas colecionáveis originais permaneça inédito no país, a Devir publicou em 2005, a segunda edição do suplemento Oriental Adventures (traduzido como "Aventuras Orientais") para a terceira edição Dungeons and Dragons que utilizou o cenário do jogo, Rokugan.[93]
Em 2016, a Jambô Editora retorna com a Dragão Brasil, mas desta vez em formato digital, através de financiamento coletivo,[94] e publicou Dragon Age RPG, baseado na franquia videogames de mesmo nome da BioWare,[95] Shadowrun volta ao país pela New Order.[96] Neste mesmo ano surge mais uma editora brasileira - Lampião Game Studio[97]- um coletivo de autores independentes que lança neste ano o RPG Déloyal[98]. Nos próximos anos a Lampião Game Studio iria lançar mais de 20 RPG no mercado.
Em 2017, a Devir deixa de publicar GURPS no país.[99] A editora Fire on Board anuncia o lançado da 5ª Edição de Dungeons & Dragons,[100] porém, após uma disputa entre editoras, a publicação foi suspensa.[101] A Jambô anuncia o lançamento de romances de Dungeons and Dragons.[102] Em outubro do mesmo ano, morre Douglas Quinta Reis, um dos fundadores da Devir,[103], no ano seguinte, o dia 24 de fevereiro, data de nascimento de Reis é escolhida como o Dia Nacional do RPG.[104][105] Uma nova versão do RPGQuest intitulada RPGQuest – A Jornada do Herói, foi publicada através um financiamento coletivo na plataforma Catarse.[106]
Em Maio de 2018 é lançado o Tagmar 3[107], que é segunda versão lançada pelo Projeto Tagmar[108]. Em novembro, a New Order Editora lança uma campanha de financiamento coletivo de Starfinder Roleplaying Game, cenário de space opera e fantasia científica da Paizo.[109] Em dezembro, a Galápagos Jogos anunciou que publicará a 5ª Edição de Dungeons and Dragons, com lançamento previsto para o segundo semestre de 2019.[110]
Em maio de 2019, Starfinder é finalmente lançado pela New Order,[109] em comemoração aos 20 anos de Tormenta, a Jambô lança no site Catarse, uma campanha de financiamento coletivo de Tormenta 20.[111]
Em 2020, a lei que impedia a venda de livros de RPG em Vila Velha foi revogada.[51] Em março de 2022, a Wizards of the Coast anunciou que ela mesma publicaria Dungeons & Dragons no país.[112] Em agosto de 2023, a Jambô lança uma campanha de uma nova versão 3D&T (agora grafado como 3DeT), chamada 3DeT Victory.[113]
Em fevereiro de 2024, a Wizards of the Coast anunciou que iria parar de publicar o Dungeons and Dragon[114] e Magic: The Gathering no país.[115] Em março do mesmo ano, Marcelo Telles anuncia o fim do RedeRPG.[116] A editora RPG Planet Books & Games lança Traveller RPG através de financiamento coletivo no Catarse.[117]
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