Remove ads
Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Dragão Brasil é uma das mais notórias revistas de jogos de RPG do Brasil, lançada em 1994 pela Editora Trama (mais tarde renomeada de Editora Talismã e por fim Melody),[4] quando dificilmente as revistas do gênero passavam de 3 ou 4 números. A revista surgiu na época de plena expansão do segmento de produtos ligados ao RPG no Brasil, quando a Abril Jovem publicava as primeiras traduções dos principais jogos, aproveitando ainda o auge do mercado, já no final da década de 1990, contribuindo para a divulgação de tais jogos em todo o território brasileiro. Após a redução de vendas de jogos de RPG nos primeiros anos do século XXI, a revista trocou seus editores algumas vezes, mas não resistiu às baixas vendas, encerrando suas atividades entre os anos de 2008 e 2009, quando completaria 15 anos de existência. Porém, após uma adaptação da série Stranger Things, os editores perceberam que ainda existiam muitos fãs, e anunciaram a volta de mesma, através de financiamento coletivo, produzida pela Jambô Editora e disponível no final de 2016.[5]
Dragão Brasil | |
---|---|
Editor | JM Trevisan (de 2016 até a atualidade) |
Ex-editores | Marcelo Cassaro (até 2005) Marcelo Telles (até fevereiro de 2007) Sílvio Compagnoni (até fevereiro de 2008) |
Categoria | RPG |
Formato | 1 ao 31 formato magazine, formato americano[1][2][3] |
Circulação | inicialmente mensal, posteriormente bimestral |
Editora | Trama (depois mudou o nome para Talismã, e posteriormente para Melody), Jambô Editora |
Primeira edição | 1994 |
País | Brasil |
Idioma | português |
ISSN | 1413-599X |
Em 1993, Marcelo Cassaro era roteirista da revista Os Trapalhões, nela ele experimentou uma Aventura Solo ou (livro-jogo) com a paródia Didiana Jones.[6][7][8]
Em 1994, Marcelo Cassaro, apresentou um projeto de uma revista de RPG à Editora Escala, onde era editor das revistas de video game: Gamers e Progames, onde chegou a escrever algumas matérias sobre o assunto.[9] Com a recusa da editora, Cassaro apresentou o projeto à Ruy Pereira, ex-sócio da Escala[10] e fundador da Editora Trama.[1]
Inicialmente a revista se chamava "Dragon", mas logo foi renomeada para "Dragão Brasil", a fim de desfazer qualquer possível relação com a "Dragon Magazine", famosa revista de RPG dos Estados Unidos, que chegou a ter uma versão brasileira pela Abril Jovem, uma vez que ela conseguiu as licenças de Advanced Dungeons and Dragons e do card game Spellfire.[11] A Abril chegou a ameaçar um processo contra a Trama, de acordo com Cassaro, a revista spin-off "Só Aventuras" chegou a ser cogitada como a substituta da Dragão Brasil, porém, a Dragon não durou muito tempo e a própria Abril chegou a anunciar seus produtos na Dragão Brasil.[12]
Além de matérias e adaptações de RPG, a revista trazia contos de fantasia, ficção científica e histórias em quadrinhos.[13] Logo depois entrariam para a equipe JM Trevisan e Rogério Saladino (ex-editor da Dragon Magazine).[11]
Junto ao escritor Marcelo Del Debbio, Cassaro lançou o jogo de RPG Arkanun em 1995, que se tornou rapidamente um dos principais cenários medievais brasileiros. No ano seguinte, utilizando o mesmo sistema, que mais tarde levaria o nome de Sistema Daemon, lançaram os livros Trevas, Grimório e Invasão. O cenário de Arkanun permaneceu durante alguns anos na revista, sendo substituído aos poucos pelo cenário de Tormenta, até que, na edição de número 50, foi lançado o livro oficial de Tormenta, substituindo permanentemente o cenário oficial da Dragão Brasil. A linha Trevas acabou ficando com a Daemon Editora, que acabou publicando cerca de quarenta títulos neste sistema e mais de 500 netbooks (livros gratuitos em PDF) sobre o cenário.
A Dragão Brasil obteve grande sucesso durante seus primeiros anos de existência, quando lançou seu cenário próprio, Tormenta, em seu aniversário de 50 edições,[14] usando muitas referências a materiais próprios, e que se mantém como um dos mais bem sucedidos cenários basileiros. Apesar de não contar com muitas das gravuras dos grandes ilustradores da extinta TSR, Inc., como Jeff Easley, Keith Parkinson e Clyde Caldwell, a revista divulgou o trabalho de grandes ilustradores brasileiros, como André Valle, André Vazzios e Greg Tocchini (Evandro Gregório), por exemplo, além das ilustrações e quadrinhos do próprio Cassaro.
Logo Marcelo Cassaro, Rogério Saladino e JM Trevisan ficaram conhecidos como "Trio Tormenta".[15]
Depois dessa fase, a revista começou a receber críticas dos leitores por focar seus próprios cenários e projetos, mas continuou firme como a única e mais importante revista de RPG do Brasil, tendo desdobramentos em outras revistas como como Tormenta e Dragão Brasil Especial.
Já ao final dos anos 90 e início de 2000, seguindo novas tendências, a revista começou uma série de adaptações de famosos animes, decisão que desagradava veteranos por se sentirem abandonados pela revista, que supostamente dava mais espaço ao anime que RPGs tradicionais.
Foi até divulgado e usado um novo sistema com temática anime: o Defensores de Tóquio, um sistema conhecido pela simplicidade, flexibilidade e total falta de realismo.[16] O sistema tornou-se amplamente popular em sua terceira versão, mais conhecida como 3D&T. O sistema deixou de ser exclusivo para produções orientais e passou a ser genérico (assim como GURPS),[17] de acorco com Cassaro, a decisão se deu para evitar problemas com direitos autorais.[9]
Em 2004, a editora Talismã, novo nome da editora Trama,[1] lançou Ação!!!. Utilizando a licença OGL, o jogo era baseado no D20 Modern.[18] Em 2005, o Trio e a editora seguiram caminhos diferentes após diversos desentendimentos e queda nas vendas da revista, além de fracasso editorial em vários produtos derivados dela. Eles criaram duas outras revistas de RPG para outras editoras, a RPGMaster (dedicada a 3D&T) para a Mythos Editora[19] e a Revista Dragon Slayer para Manticora (editora que havia publicado a D20 Saga), que seguia o estilo da antiga Dragão Brasil, adotando um padrão de lançamento bimensal e inicialmente com conteúdo voltado principalmente para o Sistema d20 e Open Game License, visto possibilidade de uso da Licença Aberta.[20] No mesmo ano, lançam pela mesma editora, o Primeira Aventura, inspirado no Dungeons and Dragons[21][22] e pelas duas adaptações de Tormenta, o Tormenta RPG baseado em D20 para a Jambô Editora[23] e para o Sistema Daemon, publicado pela Daemon Editora.[24]
Em uma tentativa de seguir com seu segmento mais bem-sucedido sem precisar saldar dívidas com os antigos autores, a editora contratou uma nova equipe, membros da Rede RPG, um dos mais conhecidos portais de RPG na internet,[25] mas sem qualquer experiência em revistas.
Na mão do novo editor, Marcelo Telles, a revista passou por uma série de mudanças, totalmente contrárias ao estilo do Trio, inclusive com tentativas de incluir material próprio, mas o quadro de baixa vendagem não se reverteu. Após 9 edições, Marcelo Telles e sua equipe saíram da revista diante da recusa da editora em adotar uma nova linha editorial para a revista.[26]
Sílvio Compagnoni Martins, ex-editor da Devir Livraria, assumiu como editor da Revista em fevereiro de 2007,[4] mas a publicação continuou sofrendo atrasos e as vendas continuaram baixas. Compagnoni largou o cargo em um ano depois, em fevereiro de 2008, por conta dos constantes de atrasos e indecisão por parte da editora.[27]
Em 2016, a Jambô Editora anunciou a volta da revista em formato digital.[5] A nova versão traz JM Trevisan como editor, Rogerio Saladino, Marcelo Cassaro, Leonel Caldela e Gustavo Brauner como parte do Conselho Editorial, e a colaboração de Thiago Rosa Shinken, Leandropug, Bruno Schlatter, Marlon Teske, Álvaro Freitas, Davide Di Benedetto, Felipe Della Corte, João Paulo Pereira, Eva Andrade, Alexandre Lancaster, Caio Monteiro, Enrico Tomasetti, Tiago Oriebir e Dora Oliveira como colaboradores. A revista é publicada através de financiamento coletivo recorrente (assinatura) no site Apoia.se.[28]
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
Every time you click a link to Wikipedia, Wiktionary or Wikiquote in your browser's search results, it will show the modern Wikiwand interface.
Wikiwand extension is a five stars, simple, with minimum permission required to keep your browsing private, safe and transparent.