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Paulo Martins (São Paulo, 15 de junho de 1962), é um professor universitário, pesquisador, crítico literário e classicista brasileiro, atualmente é diretor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo desde 26 de setembro de 2020[1], tendo atuado como vice-diretor da mesma instituição entre 2016 e 2020.[2][3] Além disso, também é, desde março de 2022, presidente da Agência de Bibliotecas e Coleções Digitais (ABCD) da Universidade.[4]
Paulo Martins | |
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Paulo Martins em 2017 | |
Nome completo | Paulo Martins |
Nascimento | 15 de junho de 1962 (62 anos) São Paulo |
Nacionalidade | brasileiro |
Alma mater | Universidade de São Paulo |
Ocupação | Professor universitário, Pesquisador, Classicista e Crítico literário |
Principais trabalhos | Imagem e Poder. Considerações sobre as Representações de Otávio Augusto |
Esteve presente na política desde 1982 quando atuou no movimento estudantil. Entre 1996 e 1998 foi vice-presidente regional do ANDES-Sindicato Nacional. É filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT).
Suas pesquisas concentram-se na área dos estudos clássicos, principalmente em elegia clássica, retórica e poética na Antiguidade Clássica e na memória coletiva e iconografia da Antiguidade clássica. Foi vice-presidente e presidente da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC).[5][6]
Bacharel, mestre e doutor em letras clássicas e livre-docente em literatura latina pela USP, foi professor de língua e literatura latina em diversas universidades de São Paulo, incluindo a Universidade Estadual Paulista de Assis. Entre os anos de 1996 e 1999 foi colaborador do Caderno de Sábado do Jornal da Tarde (O Estado de São Paulo), entre 2001 e 2003 colaborou com a Revista Bravo! (Editora Abril), entre 2006-2008 foi colunista da Revista Discutindo Literatura, veículos em que atuou como crítico de literatura e artes, tendo publicado algumas dezenas de artigos. Também foi pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e presidente do Conselho Editorial da revista Classica (2010-2011),[7] sendo seu editor (2011-2012).[8] Foi editor da revista Letras Clássicas (2013-2017),[9] pesquisador visitante no Departamento de Estudos Clássicos da Universidade Yale (2013-2014)[10] e professor-visitante no King's College de Londres (2012).[11]
É pesquisador do Programa de Estudos em Representações da Antiguidade (PROAERA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)[12] e do Grupo de Pesquisa "Retórica e Doutrinas Artísticas" do Instituto de Estudos Brasileiros da USP. Coordena a linha de pesquisa do PROAERA em São Paulo: "Imagens da Antiguidade Clássica - IAC/USP". Coordena o Laboratório de Tradução de Textos e Imagens (LATTIM/USP). É sócio fundador da Sociedade Brasileira de Retórica (SBR) e da Organización Iberoamericana de Retórica (OIR). É membro do Institute of Classical Studies of London (ICS) da School of Advenced Studies da Universidade de Londres. Possui vários livros publicados entre os quais destacam-se: Augustan Poetry. New Trends and Revaluations;[13] Imagem e Poder. Considerações sobre as Representações de Otávio Augusto;[14] Algumas Visões da Antiguidade;[15] Literatura Latina; Elegia Romana. Construção e Efeito[16]; A Representação e seus Limites. Poesis Tacens, Pictura Loquens[17].
atualmente trabalha com duas linhas de pesquisas independentes, ainda que possam ser operadas de maneira concorrente. A primeira diz respeito à poesia da época de Augusto (poesia augustana), principalmente às obras de Propércio, Virgílio e Horácio. No primeiro caso, isto é, concernente à poesia de Propércio, depois da publicação em 2009 de Elegia Romana, Construção e Efeito, Paulo Martins passa a dedicar-se na edição filológica dos dois primeiros (ou três primeiros, a depender da lição edótica seguida), inicialmente cotejando as edições de S. Heyworth (OCT),[18] S. Viarre (Les Belles Lettres),[19] P. Fedeli (Teubner),[20] G. P. Goold (Loeb)[21] e G. Giardina (Fabrizio Serra). Tal pesquisa foi realizada com a colaboração da FAPESP e do Classics Department da Yale University (New Haven, CT, EUA) entre 2013 e 2014. Atualmente, prepara projeto dando continuidade a esse que visa a completar a edição de Propércio tendo em vista os Livros 3 e 4 (ou 4 e 5). Ainda no que se refere à poesia augustana, o pesquisador, a partir de 2012, com a colaboração da FAPESP, do King's College London e do CNPq, realiza trabalho de tradução e estudos das visualidades poéticas nas Éclogas de Virgílio. Sua segunda linha de pesquisa foi alvo de sua tese[22]de Livre-Docência e diz respeito às intersecções entre a linguagem visual e verbal, ou melhor, em que medida podemos considerar na Antiguidade Clássica as duas linguagens homologamente. Nesse campo, Paulo Martins talvez seja o maior especialista sobre o conceito de écfrase, ekphrasis[23][24] ou ecphrasis (do grego: ἔκφρασις) no Brasil. Écfrase é procedimento retórico-poético que segundo Teão, professor de retórica do séc. I d.C. possui a seguinte definição: "Ἔκφρασις ἐστὶ λόγος περιηγηματικὸς ἐναργῶς ὑπ’ ὄψιν ἄγων τὸ δηλούμενον", na tradução do próprio professor Martins: "Écfrase é um discurso percurssivo [ou periegemático] que traz vividamente o que é revelado diante dos olhos."[25] Tal conceito é discutido largamente pelo professor em vários momentos de sua obra, como por exemplo, no prefácio dele (Desafios da Écfrase) à obra de Melina Rodolpho, Écfrase e Evidência nas Letras Latinas: Doutrina e Práxis[26] e no recente artigo de revisão de sua autoria Uma Visão Periegemática sobre a Écfrase.[25]
Nesse campo, Paulo Martins desenvolveu, junto ao grupo de Pesquisa que coordena Imagens da Antiguidade Clássica - IAC, trabalhos sobre as artes figurativas na Antiguidade Clássica, pintura e escultura, sobre a técnica do retrato verbal e figurativo em Roma e sobre o referido mecanismo da écfrase (ekphrasis), tendo orientado diversos trabalhos de grau em nível de Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado.[27] Entre esses destacam-se os de: a) Melina Rodolpho (Écfrase e Evidência nas Letras Latinas: Doutrina e Práxis e De Physiognomonia Liber: Considerações a respeito do Ethos da Fisiognomonia em Textos da Antiguidade Clássica,[28] b) Lya V. G. Serignolli (Imagines Amoris: As Figurações de Amor em Roma do Final da República ao Período Augustano[29] e Baco, o Simpósio e o Poeta); c) Cynthia Helena Dibbern (O Ethos de Aníbal em Tito Lívio e Cornélio Nepos: Imagines[30] e A Eneida de Sílio Itálico e os Herós de Punica); d) Henrique Verri Fiebig (Para Além do Limes: A Germânia de Tácito em Gênero e Germano[31]) e (Imagines boreales: o gênero historiográfico na Gesta Danorum de Saxo Gramático)[32]; e) Cecília Gonçalves Lopes (Confluência genérica na Elegia Erótica de Ovídio ou a Elegia Erótica em elevação[33]); Maria Ozana Lima de Arruda (A Arte de Vênus e a de Minerva na Elegia de Propércio)[34]; entre outras igualmente importantes.
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(ajuda)
Precedido por Maria Arminda do Nascimento Arruda |
Diretor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo 26 de setembro de 2020 até a atualidade |
Sucedido por - |
Precedido por João Roberto Gomes de Faria |
Vice-diretor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo 26 de setembro de 2016 a 25 de setembro de 2020 |
Sucedido por Ana Paula Megiani |
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