Palestina Prima ou Palestina I foi uma província do Império Bizantino que durou de 390[1] até a década de 630 abrangendo as regiões da antiga Judeia, Samaria, o litoral e a Pereia, com capital em Cesareia.[2] Ela foi perdida durante a Guerra bizantino-sassânida de 602-628 e foi transformada na Comunidade Judaico-Sassânida em 614, mas acabou sendo reanexada em 628 apenas para ser perdida novamente, desta vez de forma definitiva, durante a conquista muçulmana da Síria em 636.

Factos rápidos Provincia Palæstina PrimaProvíncia da Palestina Prima, Província do(a) Império Bizantino ...
Provincia Palæstina Prima
Província da Palestina Prima
Província do(a) Império Bizantino
 
390636
 


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Palestina I num mapa da Diocese do Oriente c. 400
Capital Cesareia Marítima

Período Antiguidade Tardia
390 Divisão da Síria Palestina
484/572 Revoltas Samaritanas
614-628 Ocupação persa e Revolta judaica
636 Conquista muçulmana da Síria
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História

A região da Síria Palestina passou a se subordinar à Diocese do Oriente da Prefeitura pretoriana do Oriente no final do século III. Já sob a gestão do Império Romano do Oriente, ela foi subdividida em Palestina Prima e Palestina Secunda. No século VI, a Palestina Salutar foi segregada.

Apesar do predomínio cristão através dos séculos IV e V, os samaritanos conseguiram tornar-se semi-autônomos na região montanhosa da Samaria, uma situação que finalmente escalaria numa série de revoltas abertas. A quarta das Revoltas Samaritanas durante o período levou à virtual extinção da comunidade e acabou quase extinguindo também os cristãos da região. No final do século VI, os bizantinos e seus aliados árabes cristãos, os gassânidas, conseguiram finalmente controlar a situação.

Em 614, porém, a Palestina Prima e a Palestina Secunda foram conquistadas por um exército misto de sassânidas e judeus que conseguiram estabelecer uma comunidade conjunta na região. O evento foi um choque para a sociedade cristã da época, pois muitas das igrejas da região foram demolidas e a Vera Cruz foi levada pelos persas para Ctesifonte. Depois do recuo das tropas persas e da rendição final dos rebeldes judeus, a região foi novamente anexada ao império em 628.[3]

O controle bizantino foi perdido, desta vez definitivamente, em 636, durante a conquista muçulmana da Síria.

Religião

Durante o período bizantino, a Palestina Prima gradualmente tornou-se um centro importante para o cristianismo, atraindo numerosos monges e acadêmicos religiosos do Oriente Médio e da Europa Meridional que abandonaram suas crenças greco-romanas. O arianismo e outras formas heterodoxas do cristianismo também foram vivamente rejeitadas.

As diversas variações da religião mosaica ainda existiam entre os séculos IV e VI, praticadas pelas comunidades étnicas dos samaritanos e judeus. Porém, com o declínio de ambas, pela guerra e pela conversão, ela também declinou. No final do período bizantino, poucas sinagogas haviam sobrevivido às revoltas. A cidade de Hebrom é conhecida por ser uma das últimas cidades judaicas remanescentes na época (apesar de a Caverna dos Patriarcas, assim como muitos outros locais sagrados para o judaísmo, ter sido transformada em uma igreja).

Sés episcopais

As sés episcopais da província e que aparecem no Annuario Pontificio como sés titulares são:[4]

Ver também

Referências

  1. Lehmann, Clayton Miles (1998). «Palestine: History: 135–337: Syria Palaestina and the Tetrarchy». The On-line Encyclopedia of the Roman Provinces. University of South Dakota. Consultado em 6 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 11 de agosto de 2009
  2. Thomas A. Idniopulos (1998). «Weathered by Miracles: A History of Palestine From Bonaparte and Muhammad Ali to Ben-Gurion and the Mufti». The New York Times. Consultado em 11 de agosto de 2007
  3. Greatrex-Lieu(2002), II, 196
  4. Annuario Pontificio 2013 (Libreria Editrice Vaticana 2013 ISBN 978-88-209-9070-1), "Sedi titolari", pp. 819-1013

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