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Oduvaldo Cozzi (São Paulo, 27 de agosto de 1915 - Guaíba, 12 de novembro de 1978) foi um radialista e locutor esportivo brasileiro. Radicado no Rio de Janeiro, esteve presente em sete Copas do Mundo entre 1954 e 1974. Seu estilo de narração era marcada pela dicção perfeita e pela erudição e criatividade em criar frases de efeito.[2]
Oduvaldo Cozzi | |
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Oduvaldo Cozzi, início da década de 1950 | |
Nascimento | 27 de agosto de 1915 São Paulo, SP |
Morte | 12 de novembro de 1978 (63 anos) Guaíba, RS |
Nacionalidade | brasileiro |
Cônjuge | Alba de Rezende Cozzi [1] |
Filho(a)(s) | Jane Cozzi Ghivelder Tania Cozzi Vania Cozzi Martins Alves Marcia Cozzi Lopes Pontes e Leilane Cozzi |
Ocupação | radialista, locutor esportivo |
Principais trabalhos | Rádio Nacional Rádio Mayrink Veiga Rádio Tupi TV Excelsior |
Filho de descendentes de imigrantes italianos.[1] Em 1934 cursou a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco na intenção de seguir a carreira diplomática; mas abandonaria o curso, no terceiro ano, para dedicar-se a ser locutor da então Rádio Kosmos, de São Paulo.[2][1]
Posteriormente muda-se para a cidade do Rio de Janeiro, empregando-se na então Rádio Contemporânea, em 1936 trocaria a emissora pela Rádio Transmissora Brasileira. Graças ao seu desempenho, convidado por Gilson Amado, é contratado pela Rádio Nacional pela qual narrou as provas automobilísticas "Circuito da Gávea" e "Grande Prêmio São Paulo" no ano de 1938, sendo dirigido por Renato Murce.[1] Ainda na Rádio Nacional narraria sua primeira partida de futebol no Estádio de São Januário, entre as seleções Paulista e Gaúcha.[1]
Em 1939, Oduvaldo demite-se da Rádio Nacional e vai para Porto Alegre, o motivo foi um desentendimento profissional já que diretores da Nacional não concordaram com a contratação de Dorival Caymmi que Oduvaldo Cozzi havia feito para o elenco da rádio.[1] Já empregado no Rio Grande do Sul, Cozzi foi considerado o locutor lírico, assim chamado por ter uma maneira mais lenta e macia de falar e transmitir as partidas. Revolucionando as estruturas das transmissões esportivas no Sul, ainda assumiria a direção da Rádio Gaúcha, onde ficaria por dois anos.[1][3] Cozzi ainda seria contratado pela Rádio Tupi de São Paulo, onde ficaria por um breve período, retornando para a Rádio Gaúcha.[1]
De volta ao Rio de Janeiro, em 1941, emprega-se na Rádio Mayrink Veiga, onde obteve muito sucesso e nela fica por cerca de dez anos. Ainda tornaria-se diretor da Mayrink Veiga.[3][4]
Em 21 de fevereiro de 1951 Cozzi realizou uma das mais espetaculares reportagens do rádio nacional de então: o Bondinho do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, estava acidentado há 200 metros de altura após o rompimento de um cabo, tendo 20 passageiros a bordo. Cozzi pegou o bondinho de serviço que estava auxiliando no resgate do bondinho principal e realizou a reportagem para a rádio lá de cima, de onde havia acontecido o acidente. Só foi possível completar o resgate dos passageiros de madrugada, após 10 horas do ocorrido; ninguém ficou ferido.[1]
Em 1951, a convite de Gagliano Neto, Cozzi se transferiu para a Rádio Continental assumindo a direção de esportes da rádio, trabalhando por três anos com locutores como Waldir Amaral e Júlio Delamare.[1] Em 1954, Cozzi foi contratado pelos Diários Associados, passando a atuar como locutor da Rádio Tupi e na TV Tupi, onde exerceu as funções de locutor e diretor; sendo um dos pioneiros das transmissões esportivas nesse ‘novo veículo de comunicação’ que surgia no país.[1][4]
Em 21 de setembro de 1955 Cozzi transmitiu para todo o Brasil, diretamente de Nova York, as lutas realizadas pelo título mundial de boxe entre Rocky Marciano x Archie Moore. Em 18 de agosto de 1960, Cozzi fez a transmissão ao vivo diretamente de Los Angeles, a luta entre Éder Jofre X Joe Medel vencida por Jofre, que ele considerava a luta mais difícil de sua carreira.[1]
Em outubro de 1960 Cozzi comandou para os Diários Associados a cobertura completa das eleições presidenciais no Brasil. A cobertura foi transmitida para todo o país e se estendeu por uma semana.[1] Também em novembro de 1960 Cozzi transmitiu, direto de Washington, a fase final da disputa presidencial americana entre John Kennedy e Richard Nixon, e a eleição e posse de John Kennedy, presidente dos Estados Unidos.[1]
Em 1960 é inaugurada no Rio de Janeiro a novíssima Rádio Guanabara. Cozzi ocupou o cargo de direção da rádio, trabalhando com Mário Vianna, João Saldanha, Jorge Curi e Doalcey Bueno de Camargo.[4][5]
Durante os anos de 1969 e 1974 Cozzi foi assessor do Ministro Jarbas Passarinho.[1]
Aos 58 anos, por causa de uma trombose cerebral, afastou-se das atividades profissionais. Tal tipo de AVC ocorreu logo após acompanhar Brasil 0X1 Polônia pela decisão do 3º lugar da Copa da Alemanha em 1974. Faleceu quatro anos depois.[2] Após sua morte em 1978 a família recebeu um comunicado da Prefeitura do Rio de Janeiro que dizia que o viaduto que leva os torcedores ao Estádio do Maracanã tinha sido batizado com o nome de Oduvaldo Cozzi.[1]
Na vida pessoal, em 1940 casou-se com a gaúcha Alba de Rezende Cozzi. Deste casamento o casal teve cinco filhas: Jane Cozzi Ghivelder, Tania Cozzi, Vania Cozzi Martins Alves, Marcia Cozzi Lopes Pontes e Leilane Cozzi. Em 1954 Cozzi e Alba compraram um apartamento no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, onde a família viveu até 1996.[1]
Criou codinomes para vários jogadores brasileiros como: Zizinho, o "Mestre Ziza"; Nilton Santos, "A Enciclopédia do Futebol"; Rubens, do Flamengo, o "Doutor Rúbis". E, além das locuções esportivas, era aproveitado em outros programas, num dos quais ao apresentar o cantor Orlando Silva apelidou-o como "O Cantor das Multidões".[2][3]
Culto, era fluente em cinco idiomas. Autor do livro "A V Copa do Mundo", sobre a Copa do Mundo de 1954, destacando também o desempenho da Seleção Brasileira pelos gramados suíços.[2]
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