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conglomerado brasileiro Da Wikipédia, a enciclopédia livre
A Novonor (anteriormente Organização Odebrecht, ou Grupo Odebrecht, ou apenas Odebrecht) é um conglomerado empresarial brasileiro de capital fechado que atua em diversas partes do mundo nas áreas de construção e engenharia, química e petroquímica, energia, entre outros. A empresa foi fundada pelo engenheiro pernambucano Norberto Odebrecht no ano de 1944, em Salvador, na Bahia, e atualmente está presente em 21 países distribuídos por todo o Continente Americano, na África, na Europa e no Oriente Médio.
Novonor | |
---|---|
Empresa de capital fechado | |
Atividade | Construção e Engenharia, Energia, Química e Petroquímica |
Gênero | Privada |
Fundação | 1944 (80 anos) |
Fundador(es) | Norberto Odebrecht |
Sede | Salvador São Paulo, Brasil (holding)[1] |
Área(s) servida(s) | Américas, Europa, África, Oriente Médio (26 países)[2] |
Locais | Brasília Rio de Janeiro Salvador São Paulo |
Pessoas-chave | Héctor Núñez (Diretor-Presidente) José Mauro Carneiro da Cunha (Presidente do Conselho de Administração)[3] |
Empregados | 25.576 (2021)[4][5] |
Produtos | Serviços de construção pesada, saneamento, petroquímicos, químicos, biotecnologia, bioenergia, mobilidade urbana, infraestrutura, defesa, empreendimentos imobiliários e outros |
Subsidiárias | Ocyan (Óleo e Gás) OR (Imobiliário) OEC (Infraestrutura) Braskem (Petroquímicos e Distribuição) Horiens (Seguros) Vexty (Previdência) Fundação Norberto Odebrecht Ver Mais |
Ativos | R$ 106,2 bilhões (2021)[4] |
Lucro | R$ 23,6 bilhões (2021)[4] |
LAJIR | R$ 29,5 bilhões (2021)[4] |
Faturamento | R$ 113,5 bilhões (2021)[4] |
Website oficial | www.novonor.com.br |
Em dezembro de 2016, o grupo Odebrecht (o que inclui a Braskem) admitiu o pagamento de propina em 12 países[6] para centenas de políticos, e firmou com os Estados Unidos, Suíça e Brasil o maior acordo de leniência do mundo.[7][8][9] Em junho de 2019, a Odebrecht pede recuperação judicial, sendo homologada pela justiça em julho do ano seguinte.[10][11] Em dezembro de 2020, o grupo altera seu nome para Novonor em uma tentativa de desassociar o sobrenome da família do fundador do escândalo de corrupção revelado pela Operação Lava Jato.[5][12]
Em julho de 2022 um acordo entre a Novonor e Marcelo Odebrecht foi firmado, com o acordo, Marcelo deixa de ser acionista da empresa e encerra uma batalha judicial iniciada em 2020.[13][14][15][16]
O primeiro Odebrecht a chegar ao Brasil foi Emil Odebrecht. Ele veio em 1856, no auge da imigração germânica, para o Vale do Itajaí, em Santa Catarina.[17] Engenheiro formado pela Universidade de Greifswald, na Prússia, participou ativamente da demarcação de terras, de levantamentos topográficos e da construção de estradas no sul do Brasil.[18] Casado com Bertha Bichels, teve quinze filhos. Emílio Odebrecht, um de seus netos e pai de Norberto Odebrecht, foi um dos pioneiros no uso do concreto armado no Brasil.[17][18]
Em 1918, Emílio Odebrecht, após cursar a Escola Politécnica do Rio de Janeiro, transferiu-se para o Recife, cidade que se modernizava e se expandia com o desenvolvimento da economia canavieira. No ano seguinte, fundou no Recife sua primeira empresa, a construtora Isaac Gondim e Odebrecht Ltda.[19] Em 1923, criou a Emílio Odebrecht & Cia., responsável pela construção de várias edificações no período entre guerras, nos estados de Pernambuco, Alagoas, Ceará e Bahia. Em 1926, transferiu-se para Salvador em busca de novas oportunidades.
Com o início da Segunda Guerra Mundial, os materiais de construção, vindos da Europa, tornaram-se caros e escassos, deflagrando uma crise no sector.[17] Desgostoso, Emílio Odebrecht fechou a antiga empresa e retirou-se dos negócios.
Coube ao seu filho Norberto Odebrecht, nascido no Recife e formado pela Escola Politécnica da Bahia, substituí-lo e fundar a Construtora Norberto Odebrecht, na primeira metade dos anos 40.[17] Em 2005, a empresa montou uma exposição na sede da empresa em Salvador com imagens e histórias da sua trajetória de sucesso nacional e internacional. É a maior empresa de construção civil do Brasil e indicada a uma das melhores para se trabalhar.[20]
A Construtora Norberto Odebrecht foi fundada por Norberto Odebrecht, em 1944, na cidade de Salvador, Bahia. A Braskem foi constituída em 2002 a partir da fusão da Copene com a Trikem, do grupo Odebrecht, e o Grupo Mariani.[22][23] A Trikem foi o resultado das fusões e aquisições do grupo Odebrecht no setor petroquímico, no qual ela já tinha participação desde meados dos anos 1970.[22] A Braskem é a maior produtora de propileno nos Estados Unidos e a maior fabricante mundial de biopolímeros, produzido a partir do etanol de cana-de-açúcar.[25] A Tecnologia Empresarial Odebrecht, conhecida como TEO, é a base de todas as acções da organização, em quaisquer dos seus negócios.[26]
Ela é formada pela holding Odebrecht S.A., fundado em 1981, que administra a Construtora Norberto Odebrecht S.A., Foz do Brasil (Saneamento básico e tratamento de resíduos industriais), a Braskem S.A. Petroquímica que é a maior empresa petroquímica da América Latina, e tem sido presença constante na lista das 50 maiores empresas químicas do mundo, com exportações para 60 países em todos os continentes do mundo.[27][28] Por receita a Braskem é a quarta maior das Américas e o nona no mundo;[27] Odebrecht Realizações Imobiliárias (controladora da Bairro Novo Empreendimentos Imobiliários Lda.), a Odebrecht Investimentos em Infra-estrutura Lda.[29][30][31] Odebrecht Óleo e Gás que opera no setor de exploração petrolífera e entre 2010 e 2011 passou a ter como acionistas a Temasek, fundo soberano de Singapura, e a Gávea investimentos.[32][33]
A Odebrecht presta serviços de engenharia e construção na maioria dos países da América do Sul, na América Central, nos Estados Unidos, em Angola e outros países da África, em Portugal e no Oriente Médio.
A Novonor S.A. (anteriomente Odebrecht S.A.) divide-se essencialmente nas seguintes subsidiárias:[4]
Outras subsidiárias e controladas (exceto em recuperação judicial):
As principais áreas de negócio são engenharia, construção, indústria, imobiliário e no desenvolvimento e operação de projetos de infraestrutura e energia.
O Grupo desenvolve e gerencia projetos de infraestrutura, em colaboração com parceiros públicos e privados. Além disso, a Odebrecht está envolvida nos negócios de petróleo e gás, coleta de lixo, bem como transporte e construção em Portugal[35] e do sector imobiliário, agronegócio e de mineração em Angola.[36] No total, o grupo possuí negócios em 21 países, alcançando quatro continentes.[37]
No ano fiscal de 2009, o Grupo teve mais de metade de suas vendas no mercado interno. No entanto, a empresa é principal exportador de serviços, especialmente em outros países emergentes e em desenvolvimento. A Odebrecht fora do Brasil alcançou vendas principalmente no resto da América Latina e no Caribe (2009: 21,3%) e África (11,3%), especialmente nas ex-colônias portuguesas de Angola e Moçambique. Na América do Norte e na Europa em 2009 representavam apenas 5,1% e 4,0% respectivamente das receitas.[38]
A Fundação Norberto Odebrecht é uma instituição privada e sem fins lucrativos criada por Norberto Odebrecht em 1965.[40] Atua por meio da coordenação do PDCIS (Programa de Desenvolvimento e Crescimento Integrado com Sustentabilidade), uma tecnologia social com seis frentes integradas que visam o combate à pobreza e à desigualdade e a promoção do desenvolvimento territorial sustentável. Criado em 2003 no Baixo Sul da Bahia e com impactos comprovados, o PDCIS pode ser reaplicado em outras regiões de vulnerabilidades sociais.[41]
Vencedora de reconhecimentos como o Prêmio ao Serviço Público das Nações Unidas (em 2010) e o Selo ONG Transparente (em 2019), a Fundação Norberto Odebrecht tem como missão educar para vida, pelo trabalho, para valores e superação de limites.
Odebrecht Angola é uma empresa angolana que atua na área de engenharia, agroindústria e construção civil.[42] É uma subsidiaria do grupo industrial brasileiro Odebrecht, sendo atualmente a maior empregadora de Angola, com cerca de 20 mil empregados.[43]
A Odebrecht USA ou, em português, Odebrecht Estados Unidos, é uma empresa americana de engenharia e construção civil subsidiária da empresa brasileira Odebrecht. Atualmente a sua sede está localizada em Coral Gables, na Região Metropolitana de Miami, na Flórida. Dentre os projetos da Odebrecht USA, está o em Miami com a construção da American Airlines Arena, sede do Miami Heat, além do Centro Adrianne Arsht para as Artes Performáticas. Em Fort Lauderdale, a empresa participou da construção da 3ª pista do aeroporto do país no Aeroporto Internacional Fort Lauderdale-Hollywood.[44]
Em novembro de 2014, a Polícia Federal deflagrou uma nova fase da Lava Jato, que envolveu buscas em grandes empreiteiras, como a Construtora Odebrecht, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e outras empreiteiras companhias.[52] Além de corromper funcionários do alto escalão da Petrobras, foi descoberto indícios de cartel entre construtoras na agenda do executivo Márcio Faria, ligado à Construtora Odebrecht. Márcio Faria foi diretor da Construtora Norberto Odebrecht e, segundo os procuradores, era o representante do grupo no "clube vip" de empresas que apossaram de contratos bilionários da Petrobras entre 2004 e 2014. Segundo denúncia do Ministério Público Federal (MPF), eram oferecidas vantagens indevidas, propina, para que funcionários da estatal não só se omitissem na adoção de providências contra o funcionamento do "clube", como também para que estivessem à disposição sempre que fosse necessário para garantir que o interesse das cartelizadas fosse atingido.[53][54]
No dia 8 de março de 2016, o então presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, foi condenado a 19 anos e quatro meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa na Operação Lava Jato. Na sentença de 234 páginas, o juiz Sergio Moro destrincha os argumentos do MPF, das defesas dos executivos e as informações do Ministério Público suíço sobre contas controladas pela Odebrecht no exterior para concluir que Marcelo Odebrecht foi o "mandante" dos crimes praticados pelo grupo empresarial. Foram sentenciados com a mesma pena e pelos mesmos crimes no processo os executivos Márcio Faria e Rogério Araújo, ex-diretores da Odebrecht. Também foram condenados os executivos César Ramos Rocha e Alexandrino Alencar, ligados à Odebrecht. Marcelo Odebrecht, Márcio Faria e Rogério Araújo estavam presos desde 19 de junho de 2015 quando foi deflagrada a Operação Erga Omnes, 14ª fase da Lava Jato.[55][56]
Ao final de 2016, o grupo Odebrecht, que inclui a Braskem, assumiu diante das autoridades brasileiras e internacionais assumiu corrupção e pagamento de propinas a políticos de doze países, incluindo o Brasil.[8][9] Em 17 de abril de 2017, um juiz estadunidense sentenciou a Odebrecht a pagar 2,6 bilhões de dólares em multas em caso criminal de corrupção, assinando acordo entre a empresa e autoridades brasileiras, norte-americanas e suíças. O juiz distrital Raymond Dearie disse em uma audiência na corte federal do Brooklyn que cerca de 93 milhões de dólares serão destinados aos Estados Unidos, 2,39 bilhões de dólares ao Brasil e 116 milhões de dólares à Suíça.[57]
Em 20 de junho, o delator da Operação Lava Jato Vinícius Veiga Borin afirmou a força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) que a Odebrecht, através de funcionários e terceiros, chegou a comprar a cota majoritária de um banco em Antígua, arquipélago no Caribe usado como paraíso fiscal, para operar recursos de propina no exterior. De acordo com Borin, foi movimentado US$ 1,6 bilhão no Meinl Bank Antiqua, sendo a maior parte dos valores ilícitos.[58] Alvo da 26ª fase da operação, Borin foi representante no Brasil de dois bancos com sede na região e disse, em delação, que movimentava dinheiro no exterior a pedido de operadores ligados ao grupo.[59] Borin trabalhou em São Paulo na área comercial do Antigua Overseas Bank (AOB), entre 2006 e 2010. Ele e outros ex-executivos do AOB se associaram a Fernando Migliaccio e Luiz Eduardo Soares, então executivos do Departamento de Operações Estruturadas, nome oficial da central de propinas da empreiteira da Odebrecht para adquirir a filial desativada do Meinl Bank, de Viena, em Antígua, um paraíso fiscal no Caribe.[60] A Odebrecht informou que não vai se manifestar a respeito das declarações de Borin. A empresa e os executivos negociam acordos de colaboração premiada com a Justiça.[58][61]
O Poder Público do Equador expropriou a Odebrecht em setembro de 2008 (um aeroporto regional, dois projetos de energia hidrelétrica, com um valor total de 800 milhões de dólares)[62] e enviou tropas para evitar que os funcionários da empresa deixassem o país.[63]
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