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filme de 2011 dirigido por Atom Egoyan Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Mundo Invisível é um filme brasileiro de 2011. É dividido em onze segmentos, cada um deles é dirigido por um diretor: Atom Egoyan, Beto Brant, Cisco Vasques, Gian Vittorio Baldi, Guy Maddin, Jerzy Stuhr, Laís Bodanzky, Manoel de Oliveira, Marco Bechis, Maria de Medeiros, Theo Angelopoulos e Wim Wenders, com exceção de "Kreuko" que é dirigido por Beto Brant e Cisco Vasques em conjunto. O filme foi idealizado por Leon Cakoff e Renata de Almeida, e exibido pela primeira vez em versão completa na 36ª Mostra Internacional de São Paulo. A versão finalizada foi exibida na 42ª Mostra Internacional de São Paulo em 2012.[1]
Mundo Invisível | |
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Pôster oficial do filme. | |
Brasil 2011 • cor • 93 min | |
Gênero | drama |
Direção | Atom Egoyan Beto Brant Cisco Vasques Gian Vittorio Baldi Guy Maddin Jerzy Stuhr Laís Bodanzky Manoel de Oliveira Marco Bechis Maria de Medeiros Theo Angelopoulos Wim Wenders |
Produção | Leon Cakoff Renata de Almeida Caio Gullane Fabiano Gullane Debora Ivanov Gabriel Lacerda |
Roteiro | Atom Egoyan Gian Vittorio Baldi Guy Maddin Jerzy Stuhr Laís Bodanzky Leon Cakoff Manoel de Oliveira Marco Bechis Maria de Medeiros Theo Angelopoulos Wim Wenders |
Música | André Abujamra |
Cinematografia | Cisco Vasques |
Companhia(s) produtora(s) | Gullane |
Distribuição | Imovision |
Lançamento | 7 de junho de 2013 |
Idioma | português |
O filme é divido em onze segmentos.
Dois velhos amigos, Ricardo e Leon (Ricardo Trêpa e Leon Cakoff), se reencontram perto do Conjunto Nacional, na Avenida Paulista. O brasileiro e o português tentam conversar, mas sempre acabam interrompidos pelo toque do celular de um deles. Para não serem interrompidos decidem conversar utilizando os seus aparelhos celulares.[2]
O segmento mostra a reação de uma plateia ao assistir ao filme O Tempo de Amanhã, de Stuhr, durante a Mostra Internacional de São Paulo de 2003.[2][3]
No Dia de Finados, um gato preto que habita o Cemitério da Consolação tem que lidar com os visitantes.[4]
O produtor Gian Vittorio Baldi decide filmar a vida do apóstolo São Paulo no bairro de Heliópolis.[4]
Um grupo de índios Guarani-Kaiowá[4] caminha em meio a mata nativa do Parque Trianon, na Avenida Paulista, enquanto acreditam estar em uma floresta.[3] Quando saem de lá são cercados por pessoas curiosas.[5]
Yasmin, Itamara e Dandara,[4] crianças com visão reduzida, estão passando por um tratamento na Santa Casa de São Paulo, desenvolvido pela doutora Sílvia Veitsman, que ensina crianças a usarem a visão residual desde cedo, para poderem frequentar uma escola comum ao invés de uma escola só para cegos.[3]
Um garçom de um hotel de luxo percorre diversos quartos e encontra histórias cômicas ou trágicas de vários hóspedes enquanto se mantem invisível aos olhos dos mesmos.[4]
Um pastor divulga suas crenças na Estação Sé e professa salmos, em meio ao submundo do centro e do subterrâneo da cidade de São Paulo.[6][4][7]
"Ator invisível" é um conceito criado por Yoshi Oida, que acredita que quanto melhor é a interpretação do ator menos ele é notado, pois o espectador enxerga apenas o personagem.[4][3] O segmento conta com os depoimentos de Yoshi Oida, Lee Taylor, Cássia Kiss e Monja Coen.[8][5]
Kreuko (Mauricio Paroni de Castro) decide que vai deixar a loucura tomar conta de si durante uma seção de quimioterapia e começa a narrar versões pervertidas das cenas de peças de William Shakespeare. Essas cenas são encenadas em um cenário com iluminação expressionista e mise-en-scène de cinema mudo.[2][4] Foi filmado em 2011 [9] e incluído ao filme em 2012.[10]
Um homem (Leon Cakoff) viaja para Yerevan, a capital da Armênia, para saber mais sobre a história de seu avô, que sumiu na época conhecida como "genocídio armênio", em 1915, cumprindo uma promessa que fez à mãe: procurar alguém que conheça o pai dela.[6]
A ideia de criar um filme com essa temática foi de Leon Cakoff e Renata de Almeida, o idealizador e a diretora da Mostra Internacional de São Paulo, respectivamente. Cakoff então convidou Atom Egoyan para dirigir um longa com 11 segmentos que abordariam a invisibilidade social.[11] Renata declarou que "[n]ão é que essas coisas sejam invisíveis, é que o banal, o que você vê todo dia, se torna invisível".[12] Todos os segmentos foram gravados na cidade de São Paulo, com exceção de "Yerevan - O Visível" que foi gravado na capital armênia. Tal segmento foi feito por Egoyan após Cakoff mostrar-lhe algumas fotos de protestos na Armênia, o que lhe instigou. Isso agregado ao fato de serem amigos, ambos terem descendência armênia e o fato ser tão pouco divulgado pela mídia levou o cineasta a desejar relatar isso num filme.[13]
Escrevendo para o G1, Rodrigo Zavala, do Cineweb, disse que "[h]á lgo de hipnótico nos segmentos que compõem Mundo Invisível". Ele ainda destacou a participação de Leon Cakoff no segmento "Yerevan - O Visível", comentando que "[a]o narrar uma história familiar verídica, Cakoff consegue mais uma vez fazer com que sua vida sirva a aproximar o público do cinema de melhor qualidade."[14] Cássio Starling, da Folha de S. Paulo, comentou que esse filme foi melhor do que Bem-Vindo a São Paulo, também realizado durante a Mostra Internacional de São Paulo, pois "o conceito de 'invisibilidade' é vago, logo oferece mais possibilidades do que o de 'olhar sobre a metrópole'." Para Starling, "Atom Egoyan, Jerzy Stuhr e a dupla Beto Brant e Cisco Vasques assinam os episódios mais anômalos e provocativos."[15] Inácio Araújo, também da Folha, notou que os segmentos "mais felizes" são aqueles em que Leon Cakoff participa e descreveu Mundo Invisível como "um filme de episódios em que a precariedade da produção é suprida, na maior parte dos casos, pela inspiração dos realizadores."[6]
Paulo Santos Lima, da revista Cinética, disse que é complicado avaliar como um todo um filme que é feito de segmentos ainda mais quando "cada um por si parece negar a partilha de espaço num longa-metragem". Ele então comentou sobre alguns dos segmentos, chamando "Ver ou Não Ver" de um "documentário institucional" e "Tekoha" de "o mais sintético e dos mais fortes". Lima achou interessante a reação da plateia em "Tributo ao Público de Cinema", acrescentado que a luz da projeção parece "pretendida e destinada para o cinema." Para ele, o que fica de "Do Visível ao Invisível" é a "capacidade do cinema em reter um momento tão raro." O crítico ainda afirmou que "Aventuras do Homem Invisível" merece atenção ao contrário de alguns dos outros segmentos.[3] Para Daniel Schenker, d'O Globo, os dois melhores curtas são os de Bodanzky e Egoyan, que "primam pela excelência".[8] José Geraldo Couto descreveu Mundo Invisível como "uma obra bem mais madura e consistente, a despeito da deliberada heterogeneidade de enfoques, estilos e linguagens de suas partes."[2]
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