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escritor dramaturgo e romantista espanhol Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Miguel de Cervantes Saavedra[a] (Alcalá de Henares, 29 de setembro de 1547 – Madrid, 22 de abril de 1616)[3] foi um romancista, dramaturgo e poeta castelhano. A sua obra-prima, Dom Quixote, muitas vezes considerada o primeiro romance moderno,[4] é um clássico da literatura ocidental e é regularmente considerada um dos melhores romances já escritos.[5] O seu trabalho é considerado entre os mais importantes em toda a literatura,[5] e sua influência sobre a língua castelhana tem sido tão grande que o castelhano é frequentemente chamado de La lengua de Cervantes (A língua de Cervantes).[6]
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Miguel de Cervantes | |
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Retrato de Cervantes, feito por Juan de Jáuregui, por volta de 1600 (esta representação é a qual acredita-se estar mais próxima àquela descrita pelo próprio Cervantes) | |
Nome completo | Miguel de Cervantes Saavedra |
Nascimento | 29 de setembro de 1547 Alcalá de Henares, Castela, Espanha |
Morte | 22 de abril de 1616 (68 anos) Madrid, Espanha |
Gênero literário | romance teatro poesia |
Magnum opus | Dom Quixote |
Assinatura | |
Filho de um cirurgião cujo nome era Rodrigo Cervantes e de Leonor de Cortinas, supõe-se que Miguel de Cervantes tenha nascido em Alcalá de Henares.[7] O dia exato do seu nascimento é desconhecido, ainda que seja provável que tenha nascido no dia 29 de setembro, data em que se celebra a festa do arcanjo San Miguel, pela tradição de receber o nome do santoral. Miguel de Cervantes foi batizado em Castela no dia 9 de outubro de 1547 na paróquia de Santa María la Mayor.[8] A carta do batismo reza:
Em 1569 foge para a Itália depois de um confuso incidente (feriu em duelo Antonio Sigura), tendo publicado já quatro poesias de valor. Sua participação na batalha de Lepanto, no ano de 1571, onde foi ferido na mão e no peito,[9] deixa-lhe inutilizada a mão esquerda que lhe vale o apelido de o maneta de Lepanto.
Em 1575, durante seu regresso de Nápoles a Castela é capturado por corsários de Argel, então parte do Império Otomano. Permanece em Argel até 1580, ano em que é liberado depois de pagar seu resgate (ver: Escravidão branca).
Cervantes passou 2 anos em Lisboa, Portugal, entre a primavera de 1581 e a de 1583.
O escritor tentava conquistar um lugar de favorito na corte do monarca espanhol, aproveitando os primeiros momentos do reinado português do rei. Rodeado pelos seus cortesões, Filipe terá trocado as roupas negras e a gola branca isabelina pelos tecidos ricos e coloridos de Lisboa. Foi neste ambiente de fausto e deslumbramento real que Cervantes chegou à capital portuguesa, onde se terá encantado pela cidade e pelas suas damas. Tendo escrito “Para festas Milão, para amores Lusitânia”.
Cervantes descreve os lisboetas como agraváveis, corteses, liberais e apaixonados, embora discretos. A formosura das mulheres admira e apaixona.[10]
De volta a Castela se casa com Catalina de Salazar em 1584, vivendo algum tempo em Esquivias, povoado de La Mancha de onde era sua esposa, e se dedica ao teatro.
Publica em 1585 A Galatea, o seu primeiro livro de ficção, no novo estilo elegante da novela pastoral. Porém, não tem grande repercussão e ele não consegue encenar suas peças. "Cervantes queria ser um homem de teatro, mas a aparição de Lope de Vega o impediu, pois esse era o grande nome da época", conta Caravaggio.[11] Com a ajuda de um pequeno círculo de amigos, que incluía Luíz Gálvez de Montalvo, com o livro um público sofisticado passou a conhecer Cervantes.
Teve dificuldades financeiras e para sobreviver, empregou-se na Armada Invencível espanhola, que se preparava para atacar a Inglaterra. Sua função era arrecadar mantimentos como azeite e óleo. Com a derrota da Armada em 1588, seguiu viajando atrás de oportunidades.[11]
Encarcerado em 1597 depois da falência do banco onde depositava a arrecadação, "engendra" Dom Quixote de La Mancha, segundo o prólogo a esta obra, sem que se saiba se este termo quer dizer que começou a escrevê-lo na prisão, ou simplesmente que se lhe ocorreu a ideia ou o plano geral ali.
Finalmente, em 1605 publica a primeira parte de sua principal obra: O engenhoso fidalgo dom Quixote de La Mancha. A segunda parte não aparece até 1615: O engenhoso cavaleiro dom Quixote de La Mancha. Num ano antes aparece publicada uma falsa continuação de Alonso Fernández de Avellaneda.
Entre as duas partes de Dom Quixote, aparecem as Novelas exemplares (1613), um conjunto de doze narrações breves, bem como Viagem de Parnaso (1614). Em 1615 publica Oito comédias e oito entremezes novos nunca antes representados, mas seu drama mais popular hoje, A Numancia, além de O trato de Argel, ficou inédito até ao final do século XVIII.
Miguel de Cervantes morreu em 1616, parecendo ter alcançado uma serenidade final de espírito.
Um ano depois de sua morte aparece a novela Os trabalhos de Persiles e Sigismunda.
É bem notória a coincidência das datas de morte de dois dos grandes escritores da humanidade, Cervantes e William Shakespeare, ambos com data de falecimento em 23 de abril de 1616. Porém, é importante notar que o Calendário gregoriano já era utilizado na Castela desde o século XVI, enquanto que na Inglaterra sua adopção somente ocorreu em 1751. Daí, em realidade, William Shakespeare faleceu dez dias depois de Miguel de Cervantes.[carece de fontes]
Cervantes, por outro lado, teria morrido em 22 de abril de 1616, sexta-feira, tendo sido registada a morte no sábado, dia 23, em sua paróquia, em San Sebastián. Conforme costume da época, no registo constava a data do enterro. Em 23 de abril é comemorado o Dia do Livro na Espanha.[3]
Em 2011, um grupo de investigadores históricos e arqueólogos iniciaram uma busca pelos ossos do autor Miguel de Cervantes na igreja conventual das Trinitarias em Madrid, onde os seus restos mortais foram depositados em 1616, não se sabendo exactamente em que parte do monumento. A iniciativa, que permite reconstruir o rosto do escritor, até agora só conhecido através de uma pintura do artista Juan de Jauregui, conta com o apoio da Academia Espanhola e o aval do arcebispado espanhol.
A igreja foi remodelada no final do século XVII, e apesar das certezas de que os restos do escritor espanhol ali se encontram, ninguém sabia o lugar exacto onde estará a sua campa.
A descoberta e consequente análise das ossadas do autor espanhol poderão ainda ajudar os investigadores a determinar as causas da morte de Cervantes, que se acredita que tenha morrido de cirrose.[12]
Em fevereiro de 2014 a Comunidade Autônoma de Madri autorizou a busca pelos restos mortais de Cervantes e de Catalina, supostamente enterrados no subsolo do Convento de Las Trinitarias Descalzas, com o uso de radar.[13] Em março de 2015 o time multidisciplinar liderado por Francisco Etxeberría confirmou o descobrimento dos restos mortais de Cervantes, identificados pelas iniciais "M.C." em seu caixão. Apesar de uma análise de DNA para confirmar se os restos são de Cervantes não ser possível (devido ao fato de que não são muitos os descendentes vivos do dramaturgo para realizar uma comparação do DNA), o time responsável pela descoberta usou outras informações, como as iniciais no caixão e o fato de que Cervantes pediu para ser enterrado ali, para chegar a conclusão; "São muitas as coincidências e não há discrepâncias. Todos os membros da equipe estão convencidos de que temos entre os fragmentos algo de Cervantes, embora não possamos dizer em termos de certeza absoluta", afirmou Etxeberría.[14][15][16][17]
A única peça teatral trágica a sobreviver de Cervantes é O cerco de Numancia, na qual é encenada a resistência desesperada da população desta cidade ibera contra as forças romanas que querem conquistá-la.
Já o volume Oito comédias e oito entremezes nunca antes representados traz um excelente exemplo do humor cervantino, com seu pleno domínio das convenções da época; curioso notar as diferenças de tratamento existentes entre a novela exemplar O ciumento de Extremadura e o entremez O velho ciumento, que apresentam basicamente a mesma história - a do marido que, para evitar ser traído, tranca a mulher em casa e proíbe-lhe qualquer contacto com o mundo externo: Cervantes sacrifica, na peça, boa parte da sutileza da novela para produzir um efeito cômico mais imediato.
Conforme listado em Complete Works of Miguel de Cervantes:[18]
Geralmente considerado um poeta medíocre, poucos de seus poemas sobrevivem; alguns aparecem em La Galatea, enquanto ele também escreveu Dos Canciones à la Armada Invencible.
Seus sonetos são considerados seu melhor trabalho, especialmente Al Túmulo del Rey Felipe en Sevilla, Canto de Calíope e Epístola a Mateo Vázquez. Viaje del Parnaso, ou Journey to Parnassus, é sua obra de versos mais ambiciosa, uma alegoria que consiste em grande parte em resenhas de poetas contemporâneos.
Ele publicou uma série de obras dramáticas, incluindo dez peças completas existentes:
Ele também escreveu 8 farsas curtas (entremeses):
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