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Malema é um distrito da província de Nampula, em Moçambique, com sede na vila de Malema. Tem limite, a norte com os distritos de Nipepe e Maúa ambos da província de Niassa, a noroeste com o distrito de Metarica também da província de Niassa, a oeste com o distrito de Cuamba ainda da província de Niassa, a sul com os distritos de Gurúè e Alto Molócue da província da Zambézia, e a este com os distritos de Ribaué e Lalaua.
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Distrito | ||
Localização | ||
Localização do distrito em Moçambique | ||
Coordenadas | ||
País | Moçambique | |
Província | Nampula | |
Administração | ||
Capital | Malema | |
Postos administrativos | Chuhulo, Malema e Mutuali | |
Características geográficas | ||
Área total | 6 122 km² | |
População total (2017) | 213 011 hab. | |
Densidade | 34,8 hab./km² | |
Fuso horário | EAT (UTC+3) |
O distrito tem uma área de 6 082 km², com um relevo acidentado e altitudes que variam entre os 300 e os 1 800 metros e solos de origem metamórfica. O ponto mais alto é o Monte Murripa com 1 870 m. O distrito tem um clima tropical húmido. Dos numeroso cursos de água do distrito importa salientar o rio Malema, um rio perene e que dá o nome ao distrito e à sua capital. Outro rio importante é o Nalumo, na região de Mutuali e que também é um afluente do Lúrio, rio que forma o limite norte e oeste do distrito e que também é um limite entre as províncias de Nampula e Niassa.[1]
A génese do distrito de Malema começa com a ocupação colonial do então distrito de Moçambique (actual província de Nampula) em 1906. Assim, as primeiras estruturas administrativas foram de natureza militar. Até 1914, a região interior da província constituía a Capitania da Macuana Interior. Com a progressão da conquista, foi formada, nesse ano, a Capitania-Mor do Alto Lúrio, que incluía, desde 1912, o Posto Militar de Entre-Rios (Malema). A capitania-mor foi extinta em 1917, tendo sido criados, em sua substituição, vários comandos militares, entre os quais o Comando Militar de Malema. Com a conclusão da conquista militar, os comandos militares foram transformados em circunscrições civis, nascendo então a Circunscrição de Malema.[2] Em Agosto de 1913 foi estabelecido o Posto Militar de Mutuali (actual posto administrativo), parte do Comando Militar de Malema.[3] Estas estruturas administrativas substituíram unidades políticas locais, sendo que alguns dos chefes macuas conhecidos da região de Malema eram Avarra, Malaia, Macalia, Muimela, Namecuna, e Mutala.[2]
A Guerra Civil que assolou o país a partir de 1977 acabou por atingir o distrito em 1984, quando decorreram as primeira acções militares dos guerrilheiros da RENAMO. Estas atingiram primeiramente o posto administrativo de Mutali, mas acabaram por afectar todo o distrito, a partir de algumas bases criadas pela RENAMO no distrito. A vila de Malema foi atacada e ocupada pela RENAMO durante três dias em Fevereiro de 1987 e continuou a ser atacada esporadicamente até Novembro de 1988. No entanto, os principais alvos da guerrilha eram as infraestruturas, especialmente a ferrovia que cruza o distrito e as aldeias comunais criadas pelo governo. Além da destruição física, o conflito causou a movimentação da população rural em busca de refugio em locais mais seguros, especialmente na vila de Malema e seus arredores.[3]
Com o alvor da independência, as circunscrições foram transformadas em concelhos pelo Decreto nº 59/74 de 27 de Julho e finalmente através do Decreto-lei nº 6/75 de 18 de Janeiro os concelhos passam a denominar-se distritos, formando-se então o Distrito de Malema.[4]
De acordo com os resultados finais do Censo de 2017, o distrito tem 213 011 habitantes[5] numa área de 6 082 km²,[6] o que resulta numa densidade populacional de 35 habitantes por km². A população registada no último censo representa um aumento de 26% em relação aos 169 079 habitantes contabilizados no Censo de 2007.[7]
O distrito é habitado maioritariamente pelo grupo étnico macua, cuja língua era materna de 63% da população em 1997.[1] A religião dominante em 2012 era a católica seguida por 46,3% da população, com uma minoria substancial de evangélicos (15,6%) e 18,1% sem religião.[6]
O distrito está dividido em três postos administrativos: Chuhulo, Malema e Mutuali, compostos pelas seguintes localidades:[1]
A actividade económica dominante no distrito é a agricultura, envolvendo a quase totalidade da população (94%), com apenas 2% da população activa no sector secundário e 4% no terciário.[1] A maior parte da produção agrícola é de sequeiro para auto-sustento, mas existem pequenos sistemas de irrigação que permitem a produção arícola ao longo de todo o ano, granjeando ao distrito o título de "celeiro" da província de Nampula.[8] Comercialmente, são cultivados o tabaco[9] e o algodão. As principais culturas alimentícias são: mandioca, a principal, mais a milho, mapira e feijão. O distrito tem vastos recursos florestais, nomeadamente as espécies umbila, chanfuta, pau-preto e umbaia. A sector industrial é limitado, limitando-se ao processamento de algodão e a unidades moageiras.[1]
De acordo com o Inquérito Agrário Integrado de 2020, o distrito produziu o seguinte nas culturas selecionadas:[10]
Cultura | Produção (toneladas) |
---|---|
Milho | 17 241 |
Feijão | 2 110 |
Soja | 228 |
Arroz | 106 |
O mesmo inquérito arrolou 1 275 cabeças de gado bovino.
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