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freguesia do município da Ribeira Grande, Açores, Portugal Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Lomba da Maia é uma freguesia do município da Ribeira Grande, com 20,47 km² de área[1] e 1048 habitantes (censo de 2021)[2]. A sua densidade populacional é 51,2 hab./km².
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Freguesia | ||||
Fachada principal (norte) da Igreja de Nossa Senhora do Rosário da Lomba da Maia | ||||
Símbolos | ||||
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Gentílico | lombense | |||
Localização | ||||
Localização de Lomba da Maia nos Açores | ||||
Coordenadas | 37° 49′ 47″ N, 25° 21′ 13″ O | |||
Região | Açores | |||
Município | Ribeira Grande | |||
Código | 420503 | |||
História | ||||
Fundação | 1907 | |||
Administração | ||||
Tipo | Junta de freguesia | |||
Presidente | Alberto Pacheco da Ponte (PPD/PSD) | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 20,47 km² | |||
População total (2021) | 1 048 hab. | |||
Densidade | 51,2 hab./km² | |||
Código postal | 9625-*** LOMBA DA MAIA, AÇORES | |||
Outras informações | ||||
Orago | Nossa Senhora do Rosário |
Situa-se na região central da costa norte da ilha de São Miguel numa das mais importantes área de criação de bovinos de leite dos Açores, confronta a norte com o mar, a leste e oeste respetivamente com as freguesias de Fenais da Ajuda e Maia (ambas do concelho da Ribeira Grande) e a sul com a freguesia das Furnas (concelho de Povoação). Para além da localidade da Lomba da Maia, a freguesia inclui o lugar do Burguete. O topónimo Lomba da Maia deriva da localidade se encontrar situada sobre uma lomba sobranceira à freguesia da Maia.
A freguesia da Lomba da Maia situa-se na parte central da costa setentrional da ilha de São Miguel, a 21 km da cidade da Ribeira Grande, a cujo concelho pertence, e a 39 km da cidade de Ponta Delgada. O seu território desenvolve-se com um declive suave, voltado a norte, entre a falésia costeira e o planalto da Achada das Furnas a cerca de 600 m de altitude acima do nível médio do mar.
A freguesia é delimitada a leste pelo curso da Ribeira Funda, que a separa dos Fenais da Ajuda, e a oeste pelo curso da Ribeira das Faias, que a separa da freguesia da Maia e a sul com Ponta Garça. Como aquelas ribeiras se afastam para leste e oeste, respetivamente à medida que se aproximam das suas cabeceiras, o território da freguesia alarga-se em altitude. O limite sul é constituído pela linha de cumeeira ao longo da Achada das Furnas, ao longo da qual confina com o território da freguesia das Furnas, já no concelho da Povoação.
Situado no flanco norte do Vulcão das Furnas, a geomorfologia do território da Lomba da Maia é marcada pela presença de uma rede de drenagem praticamente paralela, correndo de sul para norte, entre as cumeeiras do planalto da Achada das Furnas e a costa norte da ilha. Em resultado da presença de um espesso manto de pedra-pomes, muito facilmente erodível, recobrindo o substrato basáltico, as ribeiras são profundamente encaixadas, deixando entre si lombas convexas, sobre as quais o povoamento se instalou, ganhando uma estrutura linear de orientação dominante norte-sul congruente com a orientação das lombas.
A linha de costa, constituída por uma falésia que nalguns locais excede os 100 m de altura, é intensamente recortada pela foz das ribeiras, as quais terminam em profundos e estreitos vales. Uma reentrância sita na parte leste da costa da freguesia permite a acumulação de areias carreadas pelas ribeiras, dando origem à Praia da Viola, uma atrativa zona balnear com uma interessante cascata de águas cristalinas nas imediações.
A freguesia é composta por dois povoados:
A população registada nos censos foi:[2]
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Distribuição da População por Grupos Etários[5] | ||||
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Ano | 0-14 Anos | 15-24 Anos | 25-64 Anos | > 65 Anos |
2001 | 274 | 188 | 553 | 159 |
2011 | 261 | 160 | 608 | 123 |
2021 | 153 | 169 | 565 | 161 |
A evolução da população da freguesia da Lomba da Maia, como aliás a generalidade da população açoriana, foi ao longo do século XX controlada pelas políticas de imigração dos Estados Unidos: a entrada em vigor do Johnson-Reed Act, fixando quotas que excluíam quase totalmente os cidadãos portugueses, restrição que se prolongou até depois da Segunda Guerra Mundial, induziu um forte crescimento da população, que na Lomba da Maia se prolongou até à década de 1960; depois, graças à facilitação da emigração açoriana para os Estados Unidos em consequência do Kennedy-Pastore Act,[6] a população entrou em rápido declínio, aparentando ter já estabilizado e iniciado um ciclo de recuperação por emigração ter virtualmente cessado há mais de uma década. A Lomba da Maia, com o resto do concelho da Ribeira Grande, foi durante as décadas de 1960 e 1970 um dos principais focos de emigração dos Açores, primeiro para os estados norte-americanos de Massachussets e de Rhode Island e depois para o Canadá. Existe ainda uma importante comunidade de trabalhadores expatriados na Bermuda.
A economia da Lomba da Maia é dominada pela agro-pecuária, centrada quase exclusivamente na produção de leite e laticínios. O efetivo bovino da localidade é grande, sendo a ocupação do superfície agrícola útil dominada pelas pastagens semi-permanentes e pela cultura de milho para silagem.
A produção de tabaco, de beterraba sacarina e de chicória (esta já desaparecida) tiveram alguma importância, mas estão em clara recessão face à crescente importância da bovinicultura.
Paralelamente à atividade agro-pecuária, existem algumas pequenas estruturas comerciais e cafés e um empreendimento de turismo rural centrado na antiga Herdade de Nossa Senhora das Graças, na parte alta da freguesia.
Em tempos a freguesia foi um importante centro de produção de linho para a fábrica da Ribeira Grande, cultura hoje apenas recordada num pequeno centro etnográfico. Também a produção de telha cerâmica chegou a ter alguma expressão, mas hoje está reduzida ao nome de Telhal mantido na toponímia da localidade.
A região onde se localiza a freguesia, com uma importante atividade pecuária, foi provavelmente povoada no primeiro quartel do século XVI a partir da localidade da Maia, hoje a freguesia da Maia, cuja existência é anterior a 1522, ano em que a Maia já tinha um desenvolvimento considerável.[7]
Foi a partir da Maia, onde era relativamente fácil o desembarque, que o povoamento se foi estendendo para leste, com as habitações a localizarem-se sobre as lombas sobranceiras às principais ribeiras, a partir das quais era fácil o abastecimento de água. Em consequência, o território da freguesia da Maia, nele se incluindo a Lomba da Maia, ocupava inicialmente toda a faixa costeira desde a ponta onde foi fundada até à Ribeira da Salga, já para além dos Fenais da Ajuda (que então se chamavam Fenais da Maia). Para o interior da ilha, o território da Maia chegava até ao vale das Furnas.[8]
Inicialmente o território da Maia, aqui entendido na acepção mais geral da faixa norte da ilha entre a Ponta da Maia e a Ponta da Ajuda, pertencia ao concelho de Vila Franca do Campo. Com a elevação da Ribeira Grande à categoria de vila, a 4 de Agosto de 1507, aquela situação manteve-se, pois o território do novo concelho foi então definido como sendo o que se situava até à distância de uma légua do seu pelourinho, o que excluía a Maia. Assim, a Maia (e por consequência a Lomba da Maia) continuou a pertencer a Vila Franca do Campo até 1820, ano em que território vilafranquense da costa norte foi incorporado no concelho da Ribeira Grande.[9] A partir de 1916 a Lomba da Maia passou a fazer parte da ouvidoria católica de Fenais de Vera Cruz (Fenais da Ajuda), o que alimentou por muitos anos o desejo de autonomização da parte oriental do concelho da Ribeira Grande como um novo concelho, com sede na Maia.
Com o crescimento da população, as diversas localidades foram inicialmente transformadas em curatos sufragâneos da Igreja Paroquial do Espírito Santo da Maia e depois progressivamente transformados em freguesias autónomas, num processo que prosseguiu até ao século XX e que ainda não se completou, como o prova a discussão em torno da possível elevação a freguesia do lugar da Lombinha da Maia.
O lugar da Lomba da Maia foi elevado à categoria de paróquia autónoma em 1876, devendo o seu nome a um dorso geográfico, o que a caracteriza como uma lomba e à sua anterior pertença à Maia. No território da paróquia ficou incorporado o Burguete, até ali também lugar da Maia. A elevação do lugar a freguesia apenas ocorreu por decreto de 7 de Novembro de 1907, o qual fixou a atual configuração territorial das freguesias da Lomba da Maia e da Maia.[10]
A igreja paroquial da Lomba da Maia, construída em 1867, é dedicada a Nossa Senhora do Rosário, orago da paróquia católica da localidade. O seu interior, com três naves separadas por esbeltas colunas talhadas em basalto, é decorado com belos altares em talha dourada. A festa em honra da padroeira é celebrada no último domingo de Agosto, com procissão e arraial a que em geral se segue uma semana de festejos.
Entre o património mais notável da freguesia conta-se:
Entre os beneméritos e filhos ilustres da Lomba da Maia contam-se:
Entre outras, a Lomba da Maia alberga as seguintes instituições:
A freguesia da Lomba da Maia tem oficialmente aprovada, por despacho publicado no Diário da República, II série, n.º 144, de 25 de Junho de 2003, a seguinte heráldica:
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