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O Kampfpanzer Leopard 1 (estilizado somente como Leopard I, sendo que antes da criação do Leopard 2 era conhecido simplesmente como Kampfpanzer Leopard) é um tanque de guerra alemão desenvolvido pela empresa Porsche e fabricado pela Krauss-Maffei na Alemanha Ocidental, que entrou em serviço em 1965. Desenvolvido em uma época em que se imaginava que as ogivas anti-tanque altamente explosivas (HEAT) iriam fazer a blindagem pesada convencional ter pouco valor, o design do Leopard focava em poder de fogo efetivo e mobilidade em vez de proteção pesada. Apresentava blindagem moderada, eficaz apenas contra canhões automáticos de baixo calibre e metralhadoras pesadas, dando-lhe uma alta relação peso-potência. Isso, juntamente com uma suspensão e um sistema de transmissão modernos, deu ao Leopard mobilidade superior e desempenho cross-country em comparação com a maioria dos outros tanques de batalha da época, sendo rivalizado apenas pelo AMX-30 francês e o Strv 103 sueco. A arma principal do Leopard era uma versão alemã licenciada do canhão estriado britânico Royal Ordnance L7 de 105 mm, um dos canhões de tanque mais eficazes e difundidos da época.
Leopard I | |
---|---|
Tipo | Carro de Combate Principal |
Local de origem | Alemanha Ocidental |
História operacional | |
Utilizadores | Ver texto |
Guerras | Guerra da Bósnia Conflito curdo na Turquia Guerra do Afeganistão Invasão da Ucrânia pela Rússia |
Histórico de produção | |
Data de criação | 1956 |
Fabricante | Porsche, Rheinmetall e Borgward |
Período de produção |
1965–presente |
Quantidade produzida |
6 565 |
Variantes | Leopard 1A1 Leopard 1A2 Leopard 1A3 Leopard 1A4 Leopard 1A5 |
Especificações | |
Peso | 40,2 t |
Comprimento | 8,3 m |
Comprimento do cano da lâmina |
5,46 m |
Largura | 3,37 m |
Altura | 2,70 m |
Tripulação | 4 (Comandante; motorista; atirador; auxiliar do atirador) |
Calibre | 105 mm |
Blindagem do veículo | De aço: 70 mm (máximo); 10 mm (mínimo) |
Armamento primário |
1 x 105 mm de 55 munições |
Armamento secundário |
2 x 7,62 mm MG-3 (Coaxial e uma acima da torre)
5 500 munições |
Motor | MTU MB 838 CaM 500, 10-cilindros motor multi-fuel 830 hp (620 kW) a 2200 RPM |
Peso/potência | 19,7 hp/tonelada |
Capacidade de combustível | 37.4 l |
Alcance operacional (veículo) |
600 km na estrada
450 km em terra |
Velocidade | 65 km/h estrada e 30 km/h terra |
O design começou como um projeto colaborativo durante a década de 1950 entre a Alemanha Ocidental e a França, e mais tarde se juntou à Itália,[1] mas a parceria acabou logo depois e o projeto final foi encomendado pela Bundeswehr (as forças armadas alemãs), com produção em grande escala começando em 1965. No total, 6 485 tanques Leopard 1 foram construídos, dos quais 4 744 eram tanques de batalha e 1 741 eram utilitários e variantes antiaéreas, não incluindo 80 protótipos e veículos pré-série.
O Leopard rapidamente se tornou um padrão de muitas forças militares europeias e, eventualmente, serviu como o principal tanque de batalha em mais de uma dúzia de países em todo o mundo, com a Alemanha Ocidental, Itália e Holanda sendo os maiores operadores até sua aposentadoria. Desde 1990, o Leopard 1 foi gradualmente relegado a papéis secundários na maioria dos exércitos. No Exército Alemão, o Leopard 1 foi completamente retirado de serviço em 2003 em favor do Leopard 2, enquanto os veículos baseados no Leopard 1 ainda são amplamente utilizados em funções de utilidade.
O Leopard 2 substituiu o Leopard 1 no serviço ativo a partir da década de 1980, embora as variantes do Leopard 1 permanecessem em serviço em algumas nações (seja na ativa ou em estoques de reserva). Atualmente, os maiores operadores são a Grécia com 520 veículos, a Turquia com 397 veículos, o Brasil com 378 veículos e o Chile com 202 veículos. A maioria desses blindados foi atualizada com várias melhorias em proteção, poder de fogo e sensores para manter sua capacidade de enfrentar ameaças modernas.
O projeto do Leopard começou em novembro de 1956 para substituir os carros de combate M47 e M48 em uso no Exército da Alemanha Ocidental. O veículo deveria ser leve, resistir a tiros rápidos de 20mm de qualquer lado e ter proteção NBC (nuclear, biológica e química). A mobilidade teve prioridade em relação ao poder de fogo e à blindagem, considerando-se as modernas armas antitanque. Por exemplo, é sabido[2] que a blindagem dos Leopard 1A3-1A5 é STANAG nível 2.[3]
As primeiras entregas ocorreram em 1965 e diversos países europeus adquiriram o veículo. Por restrições impostas pela política de venda de armas da Alemanha, exportações para Grécia, Espanha e Chile[4] foram vetadas, pois nesta época, tais países estavam sob regimes totalitários. Estes países acabaram por adquirir o AMX 30.
Depois da entrega do primeiro lote, os três seguintes já foram do modelo Leopard 1A1. Esta versão inclui um novo sistema de estabilização do canhão, que efetivamente permite o tiro em movimento. O Leopard 1A1 também possui uma proteção ao longo das laterais para proteger a parte superior das lagartas.
Entre 1974 e 1977, todos os veículos foram atualizados para a versão 1A1A1 com blindagem adicional na torre. Em 1980, foram atualizados com o intensificador de imagens noturnas PZB 200, surgindo a versão 1A1A2. Uma alteração no sistema de rádio originou a 1A1A3.
A versão seguinte do Leopard foi a 1A2, fabricada entre 1972 e 1974. Essa versão possuía uma torre mais pesada e melhor blindada. Recebeu como atualização o intensificador de imagens noturnas PZB 200, versão 1A2A1, e rádios digitais, versão 1A2A2. O Leopard 1A2A3 tem ambas as atualizações.
A versão 1A3 teve a suspensão reforçada e uma proteção melhor para a sua nova torre com melhor blindagem. Recebeu as mesmas atualizações da versão 1A2: intensificador de imagens, 1A3A1; rádios digitais, versão 1A2A2; e ambas, 1A2A3.
O versão 1A4 foi a última a ser produzida. É similar à versão A3, porém com um sistema integrado de controle de tiro.
A partir de 1983, foram incorporados sistemas derivados daqueles desenvolvidos para o Leopard II, como o sistema de controle de tiro EMES-18 com telêmetro laser e visão termal para o combate noturno e o sistema ótico da Zeiss. Estas atualizações foram feitas em veículos das versões 1A3 e 1A4.
Na década de 1960, o Exército Brasileiro adquiriu centenas de unidades do carro de combate M41 Walker Bulldog que se tornaram o principal carro de combate brasileiro. Estes são tanques leves de 23,5 toneladas, pois o sistema rodoviário e ferroviário brasileiro não comporta o translado de veículos maiores.
Como o desenvolvimento de veículos nacionais, o Tamoyo e o EE-T1 Osório, foi paralisado, e o M41 se aproximava do fim de sua vida útil, o Brasil procurou no mercado internacional veículos que pudessem substituí-lo. Entre as opções disponíveis, o Leopard 1 pesa 42,4 toneladas, o M60, por exemplo, aproximadamente 56 toneladas.
O Exército Brasileiro selecionou o Leopard e adquiriu 128 unidades usadas do Leopard 1A1 da Bélgica[5] com treinamento, ferramental e peças. Interferências políticas levaram a aquisição de 91 carros de combate M60 dos EUA.[6] Os 128 Leopards foram recebidos entre 1997 e 2000. Os M60 e os Leopards foram os primeiros MBTs (Main Battle Tank) do Exército, e causaram uma revolução no treinamento das equipagens e na estrutura de transporte, manutenção e suprimento
Além destes veículos, foram adquiridos 1 Leopard Escola,[7] 2 Leopards viatura de socorro[8] e dois Leopard Sabiex Hart.[9]
Um segundo lote foi adquirido em 2006. Estes veículos serão primeiramente manutenidos e entregues prontos para o combate até 2010. O Leopard 1A5 exerceria a função da versão 1A1, como principais carros de combate brasileiros, enquanto os 1A1 e M60 substituirão os M41 remanescentes. Este lote sera composto por 250 Viaturas Blindadas de Combate Carro de Combate (VBC CC), sete Viaturas Blindadas Especializadas (VBE) Socorro, quatro VBE Lançadora de Ponte, quatro VBC Engenharia e quatro VBE Escola para Motorista.
Algum tempo depois da aquisição dos Leopard 1A5, especialistas militares indicaram que os Leopards poderiam ser modernizados no Brasil trazendo algumas melhorias adotadas no EE-T1 Osório, como o seu motor de 1040 hp, a sua torre armada com um canhão 120mm Giat CN120-25 G1, além de melhorias na blindagem.
A partir de setembro de 2022, o exército optou por uma atualização mais conservadora e realista, economizando recursos financeiros para a aquisição do Centauro II. Foram consideradas duas linhas de ação para atualizar apenas 52 viaturas: a primeira abrangia o Sistema de Controle de Tiro, o Sistema de Comando e Controle básico, o equipamento optrônico para o motorista e o sistema de ar condicionado; a segunda, além dos itens citados na Primeira Linha de Ação, incluiria também um sistema laser para detecção de ameaças, sistema de giro da torre e de elevação/deriva do canhão elétrico, um sistema de navegação inercial (INS), um sistema anti-incêndio automático e também um sistema de alimentação auxiliar de energia (Auxiliar Power Unit - APU). O exército estimou gastar US$ 1 642 000 na primeira linha de ação e outros US$ 1 756 000 na segunda. Ou seja, US$ 3 398 000 se adotasse a segunda linha de ação.[10]
Em 14 de setembro de 2023 o exército tornou pública a decisão de postergar por tempo indeterminado o Programa de Modernização da VBC CC Leopard 1A5 BR. Segundo a nota, a modernização foi postergada devido à alta demanda de peças para blindados no mercado internacional em decorrência da Guerra Russo-Ucraniana.[11]
Países que operaram ou operam o Leopard 1:
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