Lagouira
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Lagouira (em castelhano: La Güera ou La Agüera; em árabe: الكويرة) é um vilarejo e município fronteiriço do extremo sudoeste do Saara Ocidental, um território administrado de facto por Marrocos, que o considera parte do seu território. Faz parte da província de Aousserd e da região de Oued Ed-Dahab-Lagouira. Em 2004 tinha 3 726 habitantes.[1]
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Município | ||||
Localização | ||||
Localização de Lagouira no Saara Ocidental | ||||
Coordenadas | 20° 50′ 00″ N, 17° 05′ 22″ O | |||
País | Saara Ocidental (de jure) | |||
Região de Marrocos (1997-2015) | Oued Ed-Dahab-Lagouira | |||
Província | Aousserd | |||
História | ||||
Fundação | 1920 (104 anos) | |||
Fundador | Francisco Bens Argandoña | |||
Características geográficas | ||||
População total (2004) [1] | 3 726 hab. | |||
Altitude | 8 m | |||
Território do Saara Ocidental sob o controle de Marrocos |
Situa-se na extremidade sudoeste do Cabo Branco, cuja parte oriental pertence à Mauritânia e onde se situam as cidades mauritanas de Cansado e Nouadhibou. Lagouira dista encontra-se 8 km a oeste de Cansado e 15 km a sul de Nouadhibou.
La Güera é também o nome de uma das dairas (distritos) que formam o vilaiete do campo de refugiados de Aousserd da República Árabe Saaraui Democrática, em Tindouf, Argélia.
La Agüera ("agueiro" em espanhol) foi fundada em 1920, durante a ocupação espanhola pelo coronel Francisco Bens Argandoña, quando foi construída uma base aérea na parte ocidental da península do Cabo Branco, situada a poucos quilómetros do antigo porto francês de Port-Étienne (atual Nouadhibou).
Em 1912, pela Convenção de Madrid, a Espanha e a França acordaram a fronteira entre as possessões francesas na Mauritânia e as possessões espanholas no Saara Ocidental. Em 1924, La Agüera foi incorporada na colónia espanhola do Rio do Ouro (Oued Ed-Dahab).
Lagouira foi ocupada pela Mauritânia a 20 de dezembro de 1975, aquando da saída da Espanha do Saara Ocidental. Com a vitória da Frente Polisário sobre a Mauritânia no conflito militar do Saara Ocidental, a Mauritânia retirou-se da região, cedendo-a a Marrocos, que a ocupou rapidamente e desde então a tem administrado e a reclama como sua.
Os repetidos ataques da Frente Polisário causaram o estrangulamento económico de Nouadhibou, a capital económica da Mauritânia, o que levou este país a implorar a Marrocos que retirasse da região. O rei marroquino Hassan II acaba por mandar evacuar Lagouira em 1989, quando esta já se encontrava praticamente sem habitantes, os quais tinham entretanto emigrado para as localidades vizinhas. Apesar de haver tropas mauritanas acampadas em Lagouira, é Marrocos quem controla as águas territoriais.
Durante os anos 1990, o governo marroquino decide fazer renascer a cidade, mobilizando um grande orçamento para construção de estradas e outras infraestruturas antes de se dar conta que o terreno não é adequado para construções, devido à areia que engole tudo. Atualmente a localidade é pouco mais que um conjunto de ruínas onde vivem alguns pescadores de etnia Imraguen e onde existe um acampamento militar mauritano.
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