O tuaregue,[1] também conhecido como tamaxeque[2][3] (AFI: [ˈtæməʃɛk]) e tamajaque (ⵜⴰⵎⴰⵌⴰⵆ, tamahaq) é um grupo de dialetos e línguas berberes aparentados, falados pelos berberes tuaregues em partes de Mali, Níger, Argélia, Líbia e Burquina Fasso, com alguns poucos falantes na região de Kinnin, no Chade.[4]

Mais informação ⵜⴰⵎⴰⵌⴰⵆ, Códigos de língua ...
Línguas tuaregues

ⵜⴰⵎⴰⵌⴰⵆ

Outros nomes:Tamaxeque, Tamahaq, Tamajaq, Tamashek
Falado(a) em:  Argélia
 Burquina Fasso
 Líbia
 Mali
 Níger
Região: Saara
Total de falantes: 1.2 milhões (Ethnologue)
Família: Afro-asiática
 Berbere
  Línguas tuaregues
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: tmh
ISO 639-3: vários:
tmh  tamaxeque (genérico)
thv  Tahaggart Tamahaq
taq  tamaxeque
ttq  Tawallammat Tamajaq
thz  Tayart Tamajeq
Thumb
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Outras línguas berberes e o tamaxeque são mutuamente compreensíveis e em geral são consideradas como uma única língua (pelo linguista dinamarquês Karl-G. Prasse, por exemplo), sendo que há algumas distinções fonéticas (afetando a pronúncia de z e de h, por exemplo). O tamaxeque é muito conservativo em alguns aspectos, mantendo duas vogais curtas onde as outras línguas berberes do norte têm uma ou mesmo nenhuma. Além disso, sofreu muito menos influências léxicas do árabe do que as demais línguas berberes.

Um dos exemplos das línguas tuaregues é o tamahaq. A região nativa da língua é deserto do Saara, envolvendo a Argélia, na região da Ahaggar no Sul da Argélia, o ocidente da Líbia e o norte do Níger, locais onde a língua até hoje é utilizada por nativos. O tamahaq não possui uma expressiva variação das línguas tuaregues do sul das Montanhas Aïr, Azawagh e Adagh.[5] Muitas das línguas com origem congruente ao tamahaq possuem uma forte influência do árabe, mas o tamahaq é classificado com uma das mais puras. O tamahaq muitas vezes está integrado com o tamasheq ou tamajeq, variações próximas que possuem mais estudos acerca, contudo, o tamahaq possui sistemas que suavemente diferenciam das suas "irmãs", principalmente na área da fonética, havendo até mesmo variações dentro do próprio tamahaq derivações, principalmente na região sul do Saara, em grupos como o Kélowi e Awelímmiden.[6]

Etimologia

A palavra tuaregue é um exônimo, com origem no termo árabe hassaniya ta:rg-i, que denota um guerreiro nascido livre[7].

Por sua origem no ramo berbere, a língua possui similaridade com línguas como tarifit e cabila, também havendo línguas da família que o foram extintas, como as línguas guanches das Ilhas Canárias e o líbio antigo.[7]

Distribuição e Dialetos

Os falantes de tuaregue estão espalhados, em geral, pela região do Saara, mais especificamente nas áreas montanhosas, sendo os nativos povos de montanha, em especial as montanhas Montanhas Aïr, Azawagh e Adagh. As variedades do tuaregue são línguas de povos nômades, mais concentrados no sul da Argélia, norte do Mali e sul do Niger. Um exemplo recente do nomadismo é a presença da língua em Burquina Faso.[8]

O tuaregue é dividido em sua forma popular baseada na sua pronuncia de nome[7]

  • Tamashek (Tamachek, Tamashaq) - Mali (exceto Meneka)
  • Tamajak (Tamajek, Tamajeq) Niger, Mali, (Meneka)
  • Tamahak (Tamahaq) Argélia (Hoggar range)

E também existe a sua divisão revisada, baseada em grupos distintos, que possuem status autônomo

  • Tamashek (Tamachek) - Mali (Kidal, Gao, Timbuktu)
  • Tawellemmett (Tawallammat) - Niger (NW), Mali (Menaka)
  • Tayert (Tayart) Niger (norte, Air range)
  • Tamahak (Tamahaq) Argélia (Hoggar)

Número de Falantes

Seus números de falantes são (segundo Ethnologue em 2004): 270,000 para Tamashek, 62,000 para Tamahak, 640,000 para Tawellemmett, e 250,000 para Tayert.[7]

Fonologia

Vogais

O sistema de vogais inclui 5 vogais longas /a, e, i, o, u/, versões "enfáticas" de /e, o/, e duas vogais curtas /ə, ă/[9]. As vogais enfáticas e/ e /o/ geralmente derivam de /i/ e /u/, enquanto que evidências comparativas mostram que /ə/ deriva do amálgama “proto-berbere” entre */ĭ/ e */ŭ/. As semivogais são classificadas por alguns autores como as vogais, sendo elas: /w, j/. Também há a citação da existência de alguns ditongos: /əw/ (>[u]), /ăw/, /aw/, /ew/, /iw/, /ow/, /uw/, /əj/ (>[i]), /ăj/, /aj/, /ej/, /ij/, /oj/, /uj/.[10], mas esse é um ponto de diálogo entre linguistas, pois alguns também dizerm não haver ditongosNa fala, antes da pronuncia de vogais enfáticas são reduzidas as vogais formando: ə/ em [ă], /e, i/ em um [e] “enfático”; e /u, o/ em [o] “enfático”, com algumas variações dialetais (com percepção de f /i, u/ "menos aberto" que /e, o/)[11].[9] Tabela de vogais[12]:

Mais informação Anterior, Central ...
Vogais curtas
Anterior Central Posterior
Fechada ə
Aberta ă
Fechar
Mais informação Anterior, Central ...
Vogais longas
Anterior Central Posterior
Fechada i u
Quase fechada e o
Aberta a
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Referências

  1. S.A, Priberam Informática. «tuaregue». Dicionário Priberam. Consultado em 14 de abril de 2023
  2. S.A, Priberam Informática. «tamaxeque». Dicionário Priberam. Consultado em 14 de abril de 2023
  3. Correia, Paulo (2023). «Berberes — geografia e línguas» (PDF). A folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias (73 — outono de 2023). pp. 10–19. ISSN 1830-7809
  4. Allati, Abdelaziz (23 de janeiro de 2010). «Les éléments qualificatifs berbères». Études et Documents Berbères (1): p. 11–22. ISSN 0295-5245. doi:10.3917/edb.029.0011. Consultado em 2 de maio de 2022
  5. «Tamahaq language». Google Arts & Culture. Consultado em 2 de maio de 2022
  6. Sudlow 2001, pp. 25-26.
  7. Boutrais, Jean (1 de abril de 2009). «DIALLO, Youssouf, 2008, Nomades des espaces interstitiels ; pastoralisme, identité, migrations (Burkina Faso - Côte d'Ivoire)». Journal des Africanistes (79-2): 412–414. ISSN 0399-0346. doi:10.4000/africanistes.3129. Consultado em 2 de maio de 2022
  8. Tabain, Marija; Beare, Richard; Butcher, Andrew (25 de agosto de 2013). «A preliminary spectral analysis of palatal and velar stop bursts in pitjantjatjara». ISCA: ISCA. doi:10.21437/interspeech.2013-86. Consultado em 2 de maio de 2022
  9. Sudlow 2001, pp. 26-27.
  10. «Línguas tuaregues – Wikipédia, a enciclopédia livre». pt.wikipedia.org. Consultado em 2 de maio de 2022
  11. Abdel-Massih, Ernest T. (janeiro de 1977). «Thomas G. Penchoen, Tamazight of the Ayt Ndhir: Afro Asiatic Dialects I (Los Angeles: Uneda Publications, 1973). Pp. 124.». International Journal of Middle East Studies (1): 138–139. ISSN 0020-7438. doi:10.1017/s0020743800026842. Consultado em 2 de maio de 2022
  12. CHRISTIANSEN (2002). Medium Ævum (1). 162 páginas. ISSN 0025-8385. doi:10.2307/43630426
  13. Beckman 2012, pp. 35-36.

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