Loading AI tools
Da Wikipédia, a enciclopédia livre
João Afonso Esteves de Azambuja (Azambuja, Azambuja, cerca de 1340 – Bruges, 23 de Janeiro de 1415) foi um clérigo português do final do século XIV e início do século XV, foi sucessivamente bispo de Silves, do Porto e de Coimbra, sendo por fim foi nomeado segundo arcebispo de Lisboa, e ainda cardeal.
João Afonso Esteves | |
---|---|
Cardeal da Santa Igreja Romana | |
Arcebispo de Lisboa | |
Atividade eclesiástica | |
Diocese | Arquidiocese de Lisboa |
Nomeação | 29 de maio de 1402 |
Predecessor | João Anes |
Sucessor | Diogo Álvares de Brito |
Mandato | 1402 - 1415 |
Ordenação e nomeação | |
Nomeação episcopal | 11 de maio de 1389 |
Nomeado arcebispo | 29 de maio de 1402 |
Cardinalato | |
Criação | 6 de junho de 1411 por Antipapa João XXIII |
Ordem | Cardeal-presbítero |
Título | São Pedro ad vincula |
Brasão | |
Dados pessoais | |
Nascimento | Azambuja 1340 |
Morte | Bruges 23 de janeiro de 1415 (75 anos) |
Funções exercidas | - bispo de Silves Bispo do Porto Bispo de Coimbra |
dados em catholic-hierarchy.org Cardeais Categoria:Hierarquia católica Projeto Catolicismo |
Podemos seguir as raízes do antropónimo Azambuja até ao século XII. A primeira personalidade a utilizar este apelido foi Fernão Gonçalves de Azambuja, pois era de facto senhor da vila de Azambuja. Este homem era filho de Gonçalo Fernandes de Tavares e de D. Maria Rolim, de quem herdara o senhorio desta vila. D. Maria era filha de Childe ou Gil de Rolim que recebe de D. Sancho a doação da vila em 1200. Anteriormente a esta doação, o território que vem a ser a vila da Azambuja, havia sido povoado por francos - provavelmente cruzados em direcção à Terra Santa que decidem combater os muçulmanos na Península Ibérica - sendo denominada Vila Franca.[1]
Esta família acompanhava os monarcas portugueses desde o século XIV. João Rodrigues da Azambuja (tio-avô de João Afonso Esteves da Azambuja) e o seu sobrinho Gonçalo Rodrigues eram próximos de Afonso IV, enquanto que Afonso Esteves da Azambuja (pai de João Afonso Esteves da Azambuja) estaria ligado à Corte desde a altura de D. Pedro. Referimo-nos igualmente a João Esteves da Azambuja, tio de João Afonso Esteves da Azambuja, que terá servido o rei D. Pedro, ficando conhecido como o seu privado. A família Azambuja insere-se num grupo mediano dentro da nobreza de Corte, situado numa posição hierarquicamente inferior à das famílias mais influentes no período medieval, como os Sousas, os Meneses, ou os Pachecos, entre outras.[2]
Nasceu na Azambuja, donde foi buscar seu apelido, filho de Afonso Esteves, senhor de Salvaterra de Magos e resposteiro-mor do reino. Antes de seguir a vida eclesiástica foi militar, tendo participado nas batalhas da crise de 1383–1385. De seguida tornou-se cónego das Sés de Coimbra e de Évora, e prior da igreja de Monção e da alcáçova de Santarém.
Tornou-se Desembargador do Paço e Conselheiro de D. João I, que o enviou a Roma ao Papa Bonifácio IX, fim de pedir dispensa para poder casar, visto ter sido Mestre da Ordem de Avis.
Bem sucedido na tarefa, o rei recompensou-o, primeiro com o bispado de Silves (1389), e logo de seguida com o do Porto (1390/1391). Dele existe um selo heráldico de 1394 com as suas armas, um escudo com quatro bandas (de Azambuja, a que depois juntaram um castelo). Mais tarde ainda, com a de Coimbra (1398).
Na companhia de Martim Docem e João Vasques da Cunha foi enviado a Castela a tratar das pazes entre os dois reinos[3], o que foi conseguido em 1402.
Nessa altura, por falecimento de D. João Anes, foi nomeado arcebispo de Lisboa.
Em 1409, foi a Itália assistir ao Concílio de Pisa, destinado a acabar com o Grande Cisma do Ocidente, mas que antes o prolongou, ao eleger um terceiro pontífice sem conseguir que os outros dois renunciassem ao cargo. Desapontado, dirigiu-se à Terra Santa em peregrinação, a fim de visitar os locais santos de Jerusalém.
Em 3 ou 6 de Junho de 1411, o Papa de Pisa João XXIII (na altura reconhecido como legítimo mas hoje tido por antipapa) fê-lo cardeal com o título de São Pedro ad vincula. Por isso mesmo, João Afonso de Azambuja é hoje tido por alguns historiadores da Igreja apenas como pseudocardeal (ainda que, por exemplo, o Patriarcado de Lisboa o inclua na sua lista oficial de cardeais de Portugal[4]).
Acompanhou depois o Papa a Roma, para receber o chapéu cardinalício, e de lá passou a Constança, onde se iria realizar novo concílio, destinado a resolver o cisma. Como visse que a solução passaria pelo afastamento do seu papa (João XXIII) do pontificado, ausentou-se do Concílio de Constança, triste, dirigindo-se a Bruges, para daí passar a Portugal. Porém, foi aí que a morte o veio a encontrar, em 1415.
Teve o Senhorio de Salvaterra de Magos e a lezíria da Atalaia a 1 de Junho de 1391, a vila de Aveiras de Baixo a 1 de Julho de 1391 e o Morgado e Capela do Salvador e o Padroado do Mosteiro de São Salvador de Lisboa a 1 de Julho de 1391, que deixou em Testamento de 20 de Abril de 1409, por indicação que ficara de seu pai, a Álvaro Pires de Távora, acima, se este casasse e vivesse na Estremadura, caso contrário ficaria para o irmão de Álvaro que cumprisse estas condições. Fundou o dito Mosteiro do Salvador e, em Roma, o Mosteiro de São Jerónimo.
O seu corpo foi depois trasladado para Lisboa, onde está sepultado no Mosteiro do Salvador. A sua sepultura no Salvador teve o seguinte epitáfio: «Aqui jaz o muyto honrado senhor dom joam esteves, arcebispo de Lisboa e cardeal de Roma. Varam sabedor e virtuoso, em Bolonha solenizou a sepultura de Sam Domingos, em Roma fundou o mosteyro de Sam Jeronimo e em Lisboa este em que se mandou sepultar».[5]
Teve um filho sacrílego legitimado por Carta Real, Rodrigo Anes de Azambuja, e ainda uma filha sacrílega, Catarina Afonso de Azambuja.
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
Every time you click a link to Wikipedia, Wiktionary or Wikiquote in your browser's search results, it will show the modern Wikiwand interface.
Wikiwand extension is a five stars, simple, with minimum permission required to keep your browsing private, safe and transparent.