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Nobre, magistrado e político brasileiro Da Wikipédia, a enciclopédia livre
João Maurício Wanderley, o Barão de Cotegipe (São Francisco de Chagas da Barra do Rio Grande, 23 de outubro de 1815 – Rio de Janeiro,[8] 13 de fevereiro de 1889),[5] também escrito como Vanderlei, foi um nobre, magistrado, político brasileiro, membro do Partido Conservador.[9] Um dos principais políticos conservadores do Segundo reinado,[4] foi presidente do Conselho de Ministros de 1885 a 1888, além de Presidente do Senado Imperial, ministro das Relações Exteriores, ministro da Fazenda, ministro da Marinha, presidente do Banco do Brasil e senador pela Província da Bahia por mais de três décadas.[1][5][7]
Barão de Cotegipe | |
---|---|
30º Presidente do Conselho de Ministros do Brasil | |
Período | 20 de agosto de 1885 até 10 de março de 1888 |
Monarca | Pedro II |
Antecessor(a) | José Antônio Saraiva |
Sucessor(a) | João Alfredo Correia de Oliveira |
Presidente do Senado Imperial do Brasil | |
Período | 1881 até 1885 |
Antecessor(a) | José Ildefonso de Sousa Ramos |
Sucessor(a) | Brás Carneiro Nogueira da Costa e Gama |
Ministro das Relações Exteriores | |
Período | 20 de agosto de 1885 até 10 de março de 1888 |
Antecessor(a) | O Visconde de Paranaguá |
Sucessor(a) | Antônio da Silva Prado |
Período | 25 de junho de 1875 até 15 de fevereiro de 1877 |
Antecessor(a) | O Visconde de Caravelas |
Sucessor(a) | Diogo Velho Cavalcanti de Albuquerque |
Ministro da Fazenda | |
Período | 25 de junho de 1875 até 5 de fevereiro de 1878 |
Antecessor(a) | O Visconde do Rio Branco |
Sucessor(a) | João Lins Vieira Cansanção de Sinimbu |
Período | 23 de agosto de 1856 até 4 de maio de 1857 |
Antecessor(a) | O Marquês do Paraná |
Sucessor(a) | Bernardo de Sousa Franco |
Ministro da Marinha | |
Período | 16 de julho de 1868 até 29 de setembro de 1870 |
Antecessor(a) | Afonso Celso de Assis Figueiredo |
Sucessor(a) | Luís Antônio Pereira Franco |
Período | 14 de junho de 1855 até 8 de outubro de 1856 |
Antecessor(a) | José Maria da Silva Paranhos |
Sucessor(a) | José Maria da Silva Paranhos |
Dados pessoais | |
Nome completo | João Maurício Wanderley |
Nascimento | 23 de outubro de 1815 São Francisco de Chagas da Barra do Rio Grande, Capitania de Pernambuco |
Morte | 13 de fevereiro de 1889 (73 anos) Rio de Janeiro, Município Neutro, Brasil |
Progenitores | Mãe: Francisca Antónia do Sacramento Pai: João Maurício Wanderley |
Alma mater | Faculdade de Direito de Olinda |
Esposa | Antónia Teresa de Sá Rocha Pita e Argolo |
Partido | Conservador |
Profissão | Magistrado e político |
Assinatura | |
[1][2][3][4][5][6][7] |
Nasceu em 23 de outubro de 1815 na Villa da Barra, atual cidade de Barra, na época parte da Capitania de Pernambuco. Era filho de um abastado proprietário, o capitão-mor João Maurício Wanderley, e de Francisca Antonia Wanderley.[4] Era descendente do capitão de cavalaria das tropas dos Países Baixos Kaspar von Neuhoff van der Ley, que veio para o Brasil quando houve a invasão holandesa em Pernambuco.[10][4]
Wanderley foi percebido como mulato pelo antropólogo francês Arthur de Gobineau.[11] De acordo com a historiadora Mary Del Priore, ele de fato era mestiço, assim como outros importantes membros da elite imperial.[12]
Cotegipe realizou seus estudos primários na Bahia e, em 1833, ingressou na Faculdade de Direito de Olinda, onde bacharelou-se em 1837.[2][5]
Cotegipe casou-se com Antónia Teresa de Sá Rocha Pita e Argolo, esta filha do conde de Passé e irmã do 2.° visconde de Passé.[carece de fontes]
Após a graduação, Cotegipe retornou para sua província natal e ali desempenhou vários cargos públicos, como curador geral dos órfãos, juiz municipal e juiz de direito da comarca de Santo Amaro e juiz da Fazenda em Salvador.[2] Filiado ao Partido Conservador, elegeu-se deputado provincial em 1841 e deputado geral em 1842.[4] Em 1848, tornou-se chefe da polícia e auxiliou no combate à Revolução Praieira, que atingiu Pernambuco.[2] No ano de 1850 foi signatário do quarto projeto de criação da província do Rio São Francisco, projeto pleiteado por seus moradores até os dias atuais. [13][14][15]
Em 1852, o imperador Dom Pedro II nomeou Cotegipe como presidente da província da Bahia. Permaneceu neste cargo até 1855.[16]
Cotegipe continuou exercendo a magistratura até 1856, quando foi nomeado senador pela Bahia.[4] No Senado, foi um dos representantes dos interesses escravagistas.[2] Em 1855, foi empossado ministro da Marinha, função que voltaria a desempenhar em 1868.[17]
De 1871 a 1872, Cotegipe foi enviado extraordinário e ministro plenipotenciário no Rio da Prata e Paraguai, com a tarefa de firmar o tratado de paz.[2][4] Em 1875, foi designado ministros das Relações Exteriores e Ministro da Fazenda.[4]
Entre 1885 e 1888, Cotegipe presidiu o Conselho de Ministros.[4][2] Neste período, aprovou a Lei dos Sexagenários, proposta anteriormente pelo Partido Liberal, sancionada em 1885.[5] Um firme opositor do abolicionismo, Cotegipe entrou em conflito com a princesa Isabel, favorável ao movimento.
Como regente de seu pai, Isabel chegou à conclusão de que precisaria derrubar o gabinete Cotegipe para avançar com a causa abolicionista. Em março de 1888, a princesa solicitou a Cotegipe que demitisse o chefe da polícia da capital. Negou-se a fazê-lo, e acabou renunciando como presidente do Conselho. Foi substituído pelo senador João Alfredo, um abolicionista.[18][19]
Cotegipe foi um dos cinco senadores[20] do Império a votar contrariamente à aprovação da Lei Áurea. Pragmático, para Cotegipe a drástica ruptura com o sistema escravocrata poderia abalar a economia com questões de mão de obra e eventuais indenizações, e consequentemente o abalo do regime monárquico, vez que, desde a Lei do Ventre Livre em 1871, já se passava 17 anos sem o nascimento de nenhum cativo em solo brasileiro. Ao cumprimentar a princesa Isabel logo após a assinatura dela, profetizou: "A senhora acabou de redimir uma raça e perder o trono!".[20][21] Em resposta, Isabel replicou: "Se mil tronos eu tivesse, mil tronos eu daria para a libertação dos negros".[22]
Em 1888, Cotegipe foi nomeado presidente do Banco do Brasil. Comandou o banco até sua morte, em 13 de fevereiro de 1889, aos 73 anos de idade, no Rio de Janeiro.[2][23]
Foi presidente do Conselho de ministros e simultaneamente ministro dos Estrangeiros.
Tornou-se sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro em 1886.[5] Como autor, entre as obras escritas por Cotegipe, estão:[2]
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