Loading AI tools
política brasileira Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Irma Rosseto Passoni (Concórdia, 5 de abril de 1943) é uma professora e política brasileira que exerceu três mandatos de deputada federal por São Paulo.[1] Atuou como freira, mas deixou o hábito para trabalhar com movimentos de moradores da periferia paulistana. Ela trabalhou também como administradora hospitalar no Hospital Municipal do Ipiranga e é uma das fundadoras do Movimento do Custo de Vida (MCV).
Irma Passoni | |
---|---|
Irma Passoni | |
Deputada federal por São Paulo | |
Período | 1983-1995 |
Deputada estadual por São Paulo | |
Período | 1979-1983 |
Dados pessoais | |
Nascimento | 5 de abril de 1943 (81 anos) Concórdia, SC |
Nacionalidade | Brasileira |
Progenitores | Mãe: Teresa Slongo Rosseto Pai: Jady Rosseto |
Alma mater | Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira |
Prêmio(s) | Diploma Bertha Lutz 2018
Medalha do Mérito Legislativo da Câmara dos Deputados 2023 |
Cônjuge | Armelindo Passoni |
Partido | MDB (1978-1980) PT (1980-1995) PPS (1995-1996) PT (1996- atual) |
Religião | Católica |
Profissão | professora, administradora |
Sua carreira esteve atrelada a temáticas como os movimentos de moradores das periferias, o trabalho das donas de casa, as Comunidades Eclesiais de Base e a tecnologia.
Filha de Jady Rosseto (1917-1989) e Teresa Slongo Rosseto (1919-1990), um casal de agricultores e comerciantes nascidos no interior do Rio Grande do Sul e filhos de imigrantes italianos. Mudou-se para São Paulo em 1959 e passou a estudar no Instituto Beatíssima Virgem Maria, associado à Congregação de Jesus e, na sequência, no Colégio Nossa Senhora Aparecida, onde concluiu o seu Curso Magistério.[2] Começou a trabalhar em 1964 como professora e, no ano seguinte, tornou-se freira do Instituto Beatíssima Virgem Maria até abandonar o hábito em 1971, ano em que iniciou os cursos de pedagogia e de administração e supervisão escolar na Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira, em São Paulo.[3] Naqueles anos adotou o nome de Irmã Angélica, uma prática comum de sua irmandade.[4] Trabalhou também no Hospital Municipal do Ipiranga em meio à epidemia de meningite que assolou São Paulo em 1974.
No ano de 1973 Irma participou da fundação do Movimento do Custo de Vida (MCV) junto a outras mães e donas de casa que moravam no Jardim Ângela.[5] Junto a esse grupo, ela participou de encontros, eventos e manifestações políticas. Também, estava presente nas homenagens ao operário Santo Dias da Silva, seu vizinho e companheiro de militância, assassinado pela polícia em 31 de outubro de 1978 em frente a uma fábrica na Zona Sul de São Paulo.
Casou-se com o antropólogo Armelindo Passoni no ano de 1976, com quem teve dois filhos.
Politicamente ligada às Comunidades Eclesiais de Base da Igreja Católica, Irma Passoni foi escolhida com Aurélio Peres para concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP). Para tanto, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e foi eleita deputada estadual[6] em 1978.
Nos anos seguintes ela e o deputado Eduardo Suplicy participaram das articulações para a criação do Partido dos Trabalhadores (PT), grupo pelo qual ocupou cargos de direção e deu sequência à sua vida política, elegendo-se deputada federal[6] em 1982. Naquele ano foi questionada pelas redatoras do jornal Mulherio se era feminista. Irma não negou que era, mas buscou se distanciar de grupos de classe média e ressaltar seu compromisso com as trabalhadoras da periferia.[7] Nesse período votou a favor da Emenda Dante de Oliveira em 1984 e, atendendo à orientação de seu partido, ausentou-se da eleição presidencial indireta realizada pelo Colégio Eleitoral em 1985.[8][9]
Em 1986 Irma foi eleita para A Assembleia Nacional Constituinte e participou da elaboração da Constituição de 1988, atuando principalmente com temáticas relativas aos direitos das mulheres, chegando a participar da entrega da Carta das Mulheres Brasileiras aos Constituintes[10] em 1987. Reeleita em 1990, Irma passou a atuar com questões relacionadas à tecnologia e votou pelo impeachment de Fernando Collor em 1992.[11]
Durante o governo do presidente José Sarney, Irma Passoni atuou no processo de criação do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), no ano de 1985. Também, participou da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados e a presidiu em 1992, além de ser relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que se debruçou sobre as Causas e Dimensões do Atraso Tecnológico, a qual foi encabeçada pelo Senador Mário Covas.[12]
Derrotada ao buscar a reeleição em 1994, desligou-se do PT para assessorar o ministro das Comunicações Sérgio Motta, durante o primeiro ano do governo Fernando Henrique Cardoso. Filiou-se ao Partido Popular Socialista (PPS) em 1995, mas retornou ao PT no ano seguinte, vindo a trabalhar no setor de televisão por assinatura das Organizações Globo.
Em 2004 candidatou-se a uma vaga na Câmara Municipal de São Paulo pelo PT, mas não conseguiu se eleger, passando a se dedicar exclusivamente às atividades do Instituto de Tecnologia Social.
Em 2001 Irma Passoni participou da fundação do Instituto de Tecnologia Social, uma OSCIP responsável pela inclusão digital de trabalhadores e jovens. No ano de 2018 recebeu, em conjunto com as demais deputadas que compuseram a Bancada Feminina da Assembleia Constituinte de 1987, o Diploma Bertha Lutz, uma homenagem conferida pelo Senado Federal a mulheres que se destacaram na esfera política brasileira.[13]
Irma se afastou das atividades do ITS-Brasil no ano de 2020, em meio à pandemia de COVID-19. No ano de 2023 ela recebeu a Medalha do Mérito Legislativo da Câmara dos Deputados como reconhecimento aos serviços prestados para o Congresso Nacional durante os seus três mandatos na casa.[14]
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
Every time you click a link to Wikipedia, Wiktionary or Wikiquote in your browser's search results, it will show the modern Wikiwand interface.
Wikiwand extension is a five stars, simple, with minimum permission required to keep your browsing private, safe and transparent.