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Iluminação é um conceito teologógico presente em todas as religiões relacionado à revelação espiritual, ao entendimento profundo da mente divina e do significado e propósito de todas as coisas, à comunicação direta com a divindade, ou ainda a um estado alterado da consciência onde tudo é percebido como uma unidade. É um estado em que a mente percebe o vazio, em que a mente encontra o silêncio para lá dos pensamentos, um estado transcendente, de silêncio, paz e reconciliação universal.[1]
Jesus Cristo, pessoa central no Cristianismo, é a encarnação do Deus Criador, como descrito no livro de Colossenses 2:9 "Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade". Para alcançar a Iluminação, é necessário que o indivíduo creia em Cristo, em sua Divindade, sua morte e ressurreição, passando pela batismo. A partir daí, por intermédio do sacrifício que Cristo realizou na cruz, o tal recebe a purificação espiritual de todos os pecados, com efeito é transformado em um novo homem interior com natureza divina, através do batismo no Espírito Santo, sendo então livre das cobiças da vida terrena e das obras da carne.[2] As pessoas que atingem a iluminação apresentam características divinas em sua natureza, conhecidas como "O Fruto do Espírito".[3]
O cristão iluminado torna-se uma divindade, não para receber adoração ou culto, mas para fazer parte da família de Deus,[4] compreendendo assim e realizando o sentido e propósito da existência humana.[4]
Moksha ou Mocsa, no Hinduísmo e no Jainismo, é a finalidade principal da vida humana, a de atingir um estado de perfeição, liberto de paixões e de inquietudes, resultado e função específica do verdadeiro conhecimento.
Bodhi, no Budismo, significa especificamente a experiência do despertar alcançada por Gautama Buddha e seus discípulos. Isto é às vezes descrito como a completa e perfeita sanidade, ou despertar da verdadeira natureza do universo. Após alcançado, a pessoa se liberta do círculo do Samsāra: nascimento, sofrimento, morte e renascimento.
Satori, no zen budismo, significa, literalmente, "compreensão", e refere-se a um estado de iluminação espiritual profundo e duradouro. Segundo D. T. Suzuki, "Satori é a razão de ser do zen, foco de todo o esforço disciplinário ou doutrinal.[5]
No tradição filosófica ocidental, a iluminação é vista como uma fase na história cultural marcada por uma convicção pela razão, normalmente acompanhada pela convicção em rejeitar a religião revelada ou institucional. De acordo com o filósofo Gonçal Mayos, hoje não poderemos destacar uma definição única, como pretenderam fazer os grandes estudiosos clássicos como, por exemplo, Hegel, Ernst Cassirer e Paul Hazard.[6]
Ilustração é um processo de longa duração, de evolução interna e que se relaciona com outros processos sobrepostos (alguns dos quais podem ser mais duradouros, globais e básicos, como mesmo a modernidade) e que não se inscreve somente na alta cultura, mas no marco mais decisivo e fundamental da mentalidade e dos modos de vida sociais. As ideias e a sociedade ilustradas não aparecem em todas as partes iguais e ao mesmo tempo. Os contextos sociais, culturais, econômicos e políticos são muito diversos e são a causa que nos obriga a falar de uma multiplicidade de ilustrações, que os estudiosos normalmente designam com os termos das diversas línguas: enlightment para o mundo anglófono (muitas vezes especificando a especificidade escocesa, irlandesa ou americana), lumières para os francófonos, Aufklärung para os países de língua alemã, lumi para os países de língua italiana, luces nos países de língua castelhana...
No ensaio de 1784, Respondendo à perguntaː o que é iluminação?, Immanuel Kant descreveu o seguinte:
Kant racionaliza que, embora um homem deva obedecer seus deveres civis, ele deve fazer um uso público da razão. Seu lema para a iluminação éː Sapere aude!, ou "ouse saberǃ".
Na controversa análise da sociedade contemporânea ocidental, "Dialética da iluminação" (1944, revisada em 1947), Theodor Adorno e Max Horkheimer desenvolveram um extenso e pessimista conceito de iluminação. Na análise, a iluminação tem um lado obscuro: enquanto se tenta abolir a superstição e os mitos da filosofia fundamentalista, se ignora a própria base mística. O esforço em direção à totalidade e convicção leva a um aumento da instrumentalização da razão. Na visão, a autoiluminação deve ser iluminada e não baseada em um visão de mundo 'livre de mitos'.
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