História de Sinué é o título de uma das mais importantes obras da literatura do Antigo Egito. Foi escrita na época do Império Médio, em cerca de 2000 a.C.
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Esta narrativa foi escrita em numerosos manuscritos, o que comprova a sua popularidade entre os egípcios. Os manuscritos mais antigos são da época da XII dinastia egípcia, mas conhecem-se vinte cópias da época do Império Novo, ou seja, de uma época situada mil anos depois. O grande número de cópias da história pode estar relacionado com o facto de ter funcionado como um exercício de aprendizagem da escrita praticado nas escolas de escribas.
Enredo
A História de Sinué conta a história de um funcionário da rainha Neferu, filha do rei egípcio Amenemés I e esposa de Sesóstris I, da sua partida do Egito e da sua vida na região da Síria-Palestina antes de regressar ao seu país natal.
A obra abre com uma enunciação dos títulos que Sinué detinha e com a notícia da morte de Amenemés I.
O seu filho, Sesóstris, encontrava-se no caminho de regresso de uma campanha militar no deserto líbico quando uns emissários reais comunicam-lhe a morte do pai. Sesóstris parte rapidamente para a capital.
Os outros irmãos de Sesóstris também faziam parte da expedição e receberam também mensagens de emissários. Sinué ouve parte de uma conversa (cujo teor não é revelado no texto) e fica aterrorizado.
Temendo pela sua vida face à possível anarquia que se instalaria no Egito após a morte do rei Amenemés I, Sinué decide fugir, encaminhando-se no sentido da fronteira oriental do país, onde se achava a "Muralha do Soberano", mandada construir para evitar as invasões dos Asiáticos.
Uma vez que não tinha levado suficientes mantimentos para a viagem, quase morre de sede e de fome na travessia do deserto do Sinai. Um beduíno salva-o e Sinué atravessa a Síria e Palestina.
Sinué trava conhecimento com o líder do Retenu Superior (Líbano), Amunenchi, que lhe entrega a sua filha mais velha em casamento e lhe oferece uma terra para governar. Esta terra, denominada Yaa, é descrita como rica em mel, frutos e gado. Sinué fixa-se neste local, tem vários filhos que se tornariam chefes de tribos e lidera as tropas de Amunenchi contra os ataques dos estrangeiros ao Retenu.
Um dia achava-se Sinué na sua tenda quando foi desafiado por um homem para um duelo. Este homem era um guerreiro bastante forte que havia derrotado todos os guerreiros do Retenu e que invejava a posição de Sinué. No dia do duelo, e apesar da inferioridade das suas armas, Sinué consegue derrotar o adversário, apoderando-se dos seus tesouros.
Chegado à velhice, Sinué decide regressar ao Egito, onde desejava ser sepultado. Decide escrever ao rei, Sesóstris, que lhe envia presentes e pede-lhe que regresse, oferecendo-lhe a construção de um túmulo. Antes de partir, Sinué fez do seu filho mais velho chefe da tribo. Chegado ao Egito, Sinué é convidado a se apresentar ao palácio real.
Uma vez no palácio, Sinué prostra-se perante o rei, que se dirige a ele num tom afável. A rainha, surpresa com a notícia de Sinué ter regressado, não o reconhece devido ao facto de este ter uma barba e estar vestido como um asiático.
Lavado, com cabelo cortado e barba feita, Sinué recebe do rei uma casa no campo e torna-se seu amigo. O rei assega igualmente a construção de uma pirâmide de pedra que serviria como túmulo quando Sinué morresse.
Referências
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