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O escriba ou escrivão era aquele que na antiguidade e também durante a idade média dominava a escrita e a usava para redigir as leis de sua região, a mando do governante, ou as normas de uma determinada religião, antes da invenção da prensa móvel. Também podia exercer as funções de contador, secretário, copista e arquivista. Na antiguidade, os escribas eram os profissionais que tinham a função de escrever textos, registrar dados numéricos, redigir leis, copiar e arquivar informações. Como poucas pessoas dominavam a arte da escrita, possuíam grande destaque social.
O escriba do Antigo Egito, ou sesh,[1] era uma pessoa educada nas artes da escrita (usando tanto escritas hieróglifas e hieráticas, e da segunda metade do primeiro milênio a.C. a escrita demótica foi usada também) e dena (aritmética).[2][3] Filhos de escribas eram educados na mesma tradição escriba, enviados à escola e ao entrarem ao serviço civil, herdavam o mesmo cargo dos pais.[4]
Muito do que é sabido do Antigo Egito provém das atividades dos escribas. Edifícios monumentais foram erigidos sob suas supervisões,[5] atividades administrativas e econômicas eram documentadas por eles, e os contos das bocas das baixas classes egípcias ou de terras estrangeiras sobreviveram graças ao escribas.[6]
Escribas também eram considerados parte da corte real e não eram obrigados a pagar tributos ou se juntar às forças armadas. A profissão do escriba possuía similares, como os pintores e artesãos que faziam decorações e outras relíquias com pinturas e textos hieróglifos. Um escriba era dispensado do trabalho manual pesado exigido às baixas classes.
Nos livros sagrados para os cristãos e judeus, o termo escriba refere-se aos chamados doutores e mestres, ou seja, homens especializados no estudo e na explicação da lei ou Torá.[7][8] O termo aparece pela primeira vez no livro veterotestamentário de Esdras; os escribas eram bem sucedidos no que faziam e sabe-se que tinham grande influência e eram muito estimados pelo povo, tendo existido escribas partidários de diferentes correntes do judaísmo, tais como os fariseus (que eram a maioria), os saduceus e os essênios.
Iniciaram sua atuação ainda no final do período do Antigo Testamento, durante e após o exílio babilônico, enquanto a figura do profeta desvanecia. Já no Novo Testamento, é possível verificar que a maioria dos escribas da época se opôs aos ensinamentos de Jesus,[9][10] que os criticava duramente por causa do seu proceder legalista e hipócrita, no mesmo contexto das críticas aos fariseus, a corrente majoritária dos escribas.[11][12][13]
Após a destruição do templo de Jerusalém no ano 70 d.C., seguido do desaparecimento da figura do sacerdócio judaico, sua influência passaria a ser ainda maior no âmbito do judaísmo, no período tanaítico.
Alguns escribas ficariam famosos, tais como Hilel e Shamai (pouco antes de Cristo), tendo sido ambos líderes de tendências opostas na interpretação da lei, sendo menos rigoroso o primeiro e mais rigoroso o segundo.
Gamaliel, discípulo de Hilel, foi mestre de Paulo,[14] tendo existido também outros escribas simpatizantes com os cristãos.[15]
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