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poeta brasileira Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Hilda de Almeida Prado Hilst, mais conhecida como Hilda Hilst, (Jaú, 21 de abril de 1930 — Campinas, 4 de fevereiro de 2004) foi uma poeta, ficcionista, cronista e dramaturga brasileira. É considerada pela crítica especializada como uma das maiores escritoras em língua portuguesa do século XX. Seu trabalho aborda temas como misticismo, insanidade, erotismo e libertação sexual feminina. Hilst foi fortemente influenciada por James Joyce e Samuel Beckett, e essa influência aparece em temas e técnicas recorrentes em seus trabalhos como o fluxo de consciência e realidade fraturada.[1][2]
Hilda Hilst | |
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Hilda Hilst na década de 1970 na Casa do Sol, Campinas, São Paulo. | |
Nome completo | Hilda de Almeida Prado Hilst |
Nascimento | 21 de abril de 1930 Jaú, São Paulo |
Morte | 4 de fevereiro de 2004 (73 anos) Campinas, São Paulo |
Residência | Casa do Sol, Campinas |
Nacionalidade | brasileira |
Ocupação | Escritora |
Prémios | |
Magnum opus | Cantares de perda e predileção (poesia); "Rútilo Nada" (ficção); A Obscena Senhora D (ficção) |
Assinatura | |
Hilda de Almeida Prado Hilst foi a única filha do fazendeiro de café, jornalista, poeta e ensaísta Apolônio de Almeida Prado Hilst, filho de Eduardo Hilst, imigrante originário da Alsácia-Lorena, e de Maria do Carmo Ferraz de Almeida Prado.[3] Sua mãe, Bedecilda Vaz Cardoso, que tivera um relacionamento anterior,[4] era filha de imigrantes portugueses. Em 1932, seus pais se separaram. Em plena Revolução Constitucionalista, Bedecilda mudou-se de Jaú para Santos, com Hilda e Ruy Vaz Cardoso, filho do seu primeiro casamento. Em 1935, Apolônio foi diagnosticado com esquizofrenia paranoide.
Em 1937, Hilda ingressou como aluna interna do Colégio Santa Marcelina, em São Paulo, onde cursou o primário e o ginasial, com desempenho considerado brilhante. Nesse ano, a mãe lhe revelou a doença de seu pai. Em 1945, iniciou o curso secundário no Instituto Presbiteriano Mackenzie, onde permaneceu até a conclusão do curso. Em 1948, entrou para a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (Largo São Francisco), onde conheceu aquela que seria sua grande amiga ao longo da vida, a escritora Lygia Fagundes Telles. Seu primeiro livro Presságio, publicado em 1950, foi recebido com grande entusiasmo pelos poetas Jorge de Lima e Cecília Meireles. A partir de 1951, ano em que publicou seu segundo livro de poesia, Balada de Alzira, foi nomeada curadora do pai. Concluiu o curso de Direito em 1952. Depois da leitura do livro Carta a El Greco, do escritor grego Nikos Kazantzakis, Hilda decidiu afastar-se da vida agitada de São Paulo e, em 1964, passou a viver na sede da fazenda de sua mãe, próxima a Campinas, durante a construção da sua casa numa parte daquela propriedade. Em 1966, findos os trabalhos da construção, Hilda mudou-se para sua Casa do Sol, casa planejada detalhadamente pela autora para ser um espaço de inspiração e criação artística.[5] Hilda Hilst viveu o resto de sua vida na Casa do Sol e nela hospedou diversos escritores e artistas por vários anos. Os escritores Bruno Tolentino e Caio Fernando Abreu foram hóspedes da Casa do Sol.
Hilda Hilst escreveu por quase cinquenta anos, tendo sido agraciada com os mais importantes prêmios literários do Brasil. Em 1962, recebeu o Prêmio PEN Clube de São Paulo, por Sete Cantos do Poeta para o Anjo (Massao Ohno Editor, 1962). Em 1966, ao mudar-se para a Casa do Sol, passou a viver com o escultor Dante Casarini. Em setembro do mesmo ano, morreu seu pai. Dois anos depois, Hilda casou-se com Casarini (de quem se separou em 1980, embora continuassem a residir na mesma propriedade - Casa do Sol).[6] Em 1969, a peça O Verdugo arrebatou o Prêmio Anchieta, um dos mais importantes do país na época. No mesmo ano, a cantata Pequenos Funerais Cantantes, composta por seu primo, o compositor Almeida Prado, sobre o poema homônimo de Hilda, dedicado ao poeta português Carlos Maria Araújo, conquistou o primeiro prêmio do I Festival de Música da Guanabara.[7]
A Associação Paulista de Críticos de Arte (Prêmio APCA) considerou Ficções (Edições Quíron, 1977) o melhor livro do ano. Em 1981, Hilda Hilst recebeu o Grande Prêmio da Crítica para o Conjunto da Obra, pela mesma Associação Paulista de Críticos de Arte. Em 1984, a Câmara Brasileira do Livro concedeu o Prêmio Jabuti, idealizado por Edgard Cavalheiro (1959)[8] a Cantares de Perda e Predileção (Massao Ohno - M. Lydia Pires e Albuquerque editores, 1983), e, no ano seguinte, a mesma obra recebeu o Prêmio Cassiano Ricardo (Clube de Poesia de São Paulo). "Rútilo Nada", publicado em 1993, pela Pontes Editores, levou o Prêmio Jabuti como melhor conto em 1994. E, finalmente, em 9 de agosto de 2002, foi premiada na 47ª edição do Prêmio Moinho Santista na categoria Poesia.
A escritora ainda participou, a partir de 1982, do Programa do Artista Residente, da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP.
Assuntos tidos como socialmente controversos foram temas abordados pela autora em suas obras. No entanto, conforme a própria escritora confessou em sua entrevista ao Cadernos de Literatura Brasileira,[9] seu trabalho sempre buscou, essencialmente, retratar a difícil relação entre Deus e o homem.
Parte de seu arquivo pessoal foi comprado pelo Centro de Documentação Alexandre Eulálio, Instituto de Estudos de linguagem - IEL, UNICAMP, em 1995, estando aberto a pesquisadores do mundo inteiro e o restante, notadamente sua biblioteca particular, encontra-se na Casa do Sol, sede do Instituto Hilda Hilst - IHH.
Alguns de seus textos foram traduzidos para o francês, inglês, italiano e alemão. Em março de 1997, seus textos Com os meus olhos de cão e A obscena senhora D foram publicados pela Editora Gallimard, tradução de Maryvonne Lapouge, que também traduziu Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa.
Muitos de seus livros se esgotaram devido a uma escassa distribuição. Porém, em 2001, a Editora Globo adquiriu os direitos de sua obra e, em dezembro daquele mesmo ano, passou a reeditar a Obra Completa da escritora.
A escritora Hilda Hilst morreu na madrugada do dia 4 de fevereiro de 2004, aos 73 anos, em Campinas (interior de São Paulo). Internada havia 35 dias no Hospital das Clínicas da Unicamp para a realização de uma cirurgia, após sofrer uma queda que causou uma fratura no fêmur, a escritora tinha deficiência crônica cardíaca e pulmonar, o que agravou seu quadro clínico. Hilda Hilst deu entrada no Hospital das Clínicas no dia primeiro de janeiro. A escritora teve falência múltipla de órgãos e sistemas.
Após seu falecimento, o amigo Mora Fuentes liderou a criação do Instituto Hilda Hilst. O IHH tem como primeira missão a manutenção da Casa do Sol, seu acervo e o espírito de ser um porto seguro para a criação intelectual.
Prêmio PEN Clube de São Paulo |
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1962: Por Sete Cantos do Poeta, Para o Anjo (Massao Ohno Editor, 1962)[10] |
Prêmio Anchieta |
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1969: Pela peça O Verdugo[10] |
Prêmio Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) de Melhor Livro do Ano |
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1977: Ficções (Edições Quíron, 1977) de Hilda Hilst[10] |
Grande Prêmio da Crítica pelo Conjunto da Obra - Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) |
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1981: Hilda Hilst[10] |
Prêmio Jabuti |
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1984: Hilda Hilst, por Cantares de Perda e Predileção (Massao Ohno - M. Lídia Pires e Albuquerque editores, 1983)[10] |
Prêmio Cassiano Ricardo |
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1985: Hilda Hilst, por Cantares de Perda e Predileção (Massao Ohno - M. Lídia Pires e Albuquerque editores, 1983)[10] |
Prêmio Jabuti - Melhor Conto |
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1994: Hilda Hilst, por "Rútilo Nada" (em A Obscena Senhora D. Quadós, Pontes Editores, 1993)[11] |
Ordem do Mérito Cultural |
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1997: Hilda Hilst, entre outros[12] |
Prêmio Moinho Santista |
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2002: Hilda Hilst na categoria Poesia[10] |
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