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Resultados do Grande Prêmio do México de Fórmula 1 realizado na Cidade do México em 29 de maio de 1988. Quarta etapa do campeonato, foi vencido pelo francês Alain Prost, que subiu ao pódio junto a Ayrton Senna numa dobradinha da McLaren-Honda, com Gerhard Berger em terceiro pela Ferrari.[2][3]
Grande Prêmio do México de Fórmula 1 de 1988 | |||
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12º GP do México na capital do país | |||
Detalhes da corrida | |||
Categoria | Fórmula 1 | ||
Data | 29 de maio de 1988 | ||
Nome oficial | XII Gran Premio de México[1] | ||
Local | Autódromo Hermanos Rodríguez, Cidade do México, México | ||
Percurso | 4.421 km | ||
Total | 67 voltas / 296.207 km | ||
Condições do tempo | Quente e ensolarado | ||
Pole | |||
Piloto |
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Tempo | 1:17.468 | ||
Volta mais rápida | |||
Piloto |
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Tempo | 1:18.608 (na volta 52) | ||
Pódio | |||
Primeiro |
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Segundo |
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Terceiro |
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Realizado pela primeira vez em 1962 como uma prova extracampeonato, o Grande Prêmio do México integrou-se à Fórmula 1 no ano seguinte nela permanecendo até 1970 quando uma série de questões relativas à segurança determinaram a exclusão da etapa mexicana, reintegrada ao calendário em 1986.[4][5][6] Desde então as doze edições da corrida foram realizadas entre outubro e novembro, contudo a edição de 1988 foi transferida para maio de forma a coincidir com Canadá e Detroit, provas a serem realizadas também na América do Norte.[7]
Recordista de vitórias na Fórmula 1, com 30, Alain Prost chegou ao México exalando confiançaː "Acredito que tenho boas chances de vencer não só o Grande Prêmio do México, mas todas as demais provas desta temporada".[8] Considerando os números da tabela de classificação, os recordes e os dois títulos mundiais que detém, o líder do campeonato não está apenas alimentando o próprio ego, sobretudo por causa de uma declaração inopinada de Ayrton Senna em relação às características da reformada pista mexicana. "É muito fácil ultrapassar aqui, principalmente no retão, que é enorme. Se você larga em segundo lugar e tem um carro tão bom quanto o que largou em primeiro, não há muitos problemas para ultrapassá-lo".[9] Considerando o equipamento excelso ao dispor da McLaren, não é exagero afirmar que o brasileiro previu o futuro, contudo resta saber se esta frase enaltecerá mais uma de suas vitórias no campeonato de 1988 ou servirá como "justificativa plausível" para mais um triunfo de Alain Prost, aplainando o caminho do francês rumo ao tricampeonato.[3] Nos embates intrínsecos da competição, contudo, Senna trabalha em sentido inverso, pois na sexta-feira ele marcou o melhor tempo do treino, deixando Prost em segundo com Gerhard Berger e Michele Alboreto vindo a seguir enquanto a Lotus de Nelson Piquet cravou a quinta marca adiante da Benetton de Alessandro Nanini.[10]
Mesmo em posições tão excelsas, os brasileiros expressaram seus queixumesː Ayrton Senna reclamou da abertura intempestiva de sua válvula "pop-off", erro que fazia sua McLaren perder potência,[11] enquanto Nelson Piquet reprovou a nova suspensão da Lotus e, ao contrário de seu compatriota, criticou o recapeamento asfáltico feito pela organização e seus efeitos colateraisː sujeira, detritos e ondulações.[12] Quando o treino acabou, uma forte chuva caiu sobre o Autódromo Hermanos Rodríguez, adicionando mais um ingrediente a ser considerado numa disputa sob o ar rarefeito da Cidade do México.
Ninguém foi capaz de derrubar os tempos marcados pela McLaren na sexta-feira e assim Ayrton Senna assegurou a pole position com Alain Prost ao seu lado. Numa disputa entre Ferrari e Lotus, Gerhard Berger assegurou o terceiro posto enquanto Nelson Piquet subiu para o quarto lugar no treino de sábado tendo atrás de si seus respectivos companheiros de equipe, Michele Alboreto e Satoru Nakajima. Como o ar rarefeito legado pela grande altitude da Cidade do México (situada 2.250 metros acima do nível do mar) é prejudicial aos motores aspirados, a Arrows de Eddie Cheever conquistou o sétimo tempo graças ao seu motor BMW M12 (rebatizado como Megatron) deixando em oitavo lugar a Benetton de Alessandro Nannini, o melhor dentre os bólidos com propulsores aspirados.[13] Fato negativo do dia foi o acidente sofrido por Philippe Alliot, o qual perdeu o controle de sua Lola na reta ao subir numa zebra, atingir a mureta de proteção e capotar três vezes espalhando destroços na pista, mas felizmente ele saiu andando do carro.[13][14] Outro que safou-se ileso foi o britânico Julian Bailey, que não se classificou para a prova ao bater sua Tyrrell de frente contra o muro.[15] Este fato, somado ao mau desempenho de Jonathan Palmer, levou o time de Ken Tyrrell a não se classificar para uma corrida pela primeira vez na história.
O percurso da corrida foi reduzido em uma volta devido a um procedimento extra de largada causado pela Benetton de Alessandro Nanini, cujo motor falhou antes do sinal verde e com isso Ayrton Senna sofreu um grande baque no momento da partida. "Quando engatei a segunda marcha, a válvula limitadora de pressão abriu. Engatei a terceira e a quarta e a válvula continuou abrindo. Até achar a pressão correta, o Prost já estava longe, Piquet tinha passado e o Berger quase passou também",[16] disse Ayrton Senna ao final da corrida ao explicar seu mau desempenho no instante da largada. Embora tenha ultrapassado Nelson Piquet nos metros iniciais da corrida, o piloto da McLaren não pôde alcançar Alain Prost devido ao equipamento similar em poder de ambos. Nas duas primeiras voltas um fato curioso chamou a atenção de quem assistia ao Grande Prêmio do Méxicoː cinco equipes ocupavam as primeiras posições, com a McLaren adiante da Lotus e esta colocada à frente de Ferrari, Arrows e Benetton num grid simétrico.[17] Nesse instante, Prost mantinha o carro de Senna a dois segundos de distância enquanto Gerhard Berger superou Satoru Nakajima e Nelson Piquet entre as voltas três e nove.
Com pista livre, Alain Prost estabeleceu sucessivamente o melhor tempo da corrida enquanto Ayrton Senna sofria com bolhas nos pneus, combinação que aos poucos elevou a diferença em prol do francês.[16] Após vinte e cinco voltas, um aperto de Berger sobre Senna forçou este último a pelo menos tentar diminuir a vantagem de Prost, a qual oscilou entre cinco e oito segundos devido aos retardatários.[18] Preocupado também com o consumo de combustível, o brasileiro diminui o ritmo embora o austríaco da Ferrari estivesse a dois segundos de distância na volta trinta e dois[19] e não revelasse preocupações com Nelson Piquet, a essa altura um reles coadjuvante na prova.[7] As pretensões de Berger, entretanto, caíram por terra quando o boxe o orientou a diminuir sua toada por temer uma pane seca.[20] Outra desventura recorrente foi a quebra de motor, anátema que recaiu sobre as Williams de Riccardo Patrese e Nigel Mansell e a Lotus de Satoru Nakajima (então o sexto colocado), dentre outros competidores.[21][22]
Somente Alain Prost, Ayrton Senna e Gerhard Berger estavam na mesma volta e destes o francês da McLaren marcou cinco vezes o melhor tempo a contar da volta quarenta e dois, firmando a quinquagésima segunda como a mais rápida da prova com 1:18.608, novo recorde do circuito.[23] Quanto aos demais pilotos, tivemos como destaque a quebra do motor da Lotus de Nelson Piquet na volta cinquenta e oito quando este era acossado por Michele Alboreto na disputa pelo quarto lugar,[22] pois a contar deste momento a modorra imperou e nisso Alain Prost venceu a corrida sete segundos adiante de Ayrton Senna e este finalizou cinquenta segundos Gerhard Berger, sendo este o pódio da etapa mexicana,[2] com Michele Alboreto em quarto, Derek Warwick em quarto e Eddie Cheever em sexto lugar,[7] ou seja, o resultado final trouxe dois carros da McLaren, dois da Ferrari e dois da Arrows na zona de pontuação, cabendo uma menção honrosa aos carros da Benetton pilotados por Alessandro Nanini (sétimo lugar) e Thierry Boutsen (oitavo lugar) os melhores entre os usuários de motores aspirados.[24]
Graças aos resultados colhidos no México, a liderança do mundial de pilotos continuava nas mãos de Alain Prost com 33 pontos, soma equivalente aos resultados de Gerhard Berger com 18 pontos e Ayrton Senna com 15 pontos e entre os construtores a McLaren era a melhor equipe com 48 pontos ante os 27 da Ferrari, com os demais times somando menos de dez pontos cada.[1] Tomando por base os 92% de aproveitamento exibidos por Alain Prost na tabela, o mesmo credencia-se como favorito ao tricampeonato enquanto Ayrton Senna age como um "leão de treino"ː imbatível aos sábados e mediano aos domingos.
Pos. | Nº | Piloto | Construtor | Tempo | Dif. |
---|---|---|---|---|---|
1 | 22 | Andrea de Cesaris | Rial-Ford | 1:24.720 | — |
2 | 36 | Alex Caffi | Dallara-Ford | 1:27.331 | + 2.611 |
3 | 32 | Oscar Larrauri | EuroBrun-Ford | 1:27.523 | + 2.803 |
4 | 31 | Gabriele Tarquini | Coloni-Ford | 1:28.498 | + 3.778 |
EXC | 33 | Stefano Modena | EuroBrun-Ford | 1:31.473 | + 6.753 |
Pos. | Nº | Piloto | Equipe | Q1 | Q2 | Diferença |
---|---|---|---|---|---|---|
1 | 12 | Ayrton Senna | McLaren-Honda | 1:17.468 | 1:17.666 | — |
2 | 11 | Alain Prost | McLaren-Honda | 1:18.097 | 1:18.301 | + 0.629 |
3 | 28 | Gerhard Berger | Ferrari | 1:19.725 | 1:18.120 | + 0.652 |
4 | 1 | Nelson Piquet | Lotus-Honda | 1:20.380 | 1:18.946 | + 1.478 |
5 | 27 | Michele Alboreto | Ferrari | 1:20.328 | 1:19.626 | + 2.158 |
6 | 2 | Satoru Nakajima | Lotus-Honda | 1:21.694 | 1:20.275 | + 2.807 |
7 | 18 | Eddie Cheever | Arrows-Megatron | 1:21.691 | 1:20.475 | + 3.007 |
8 | 19 | Alessandro Nannini | Benetton-Ford | 1:20.740 | 1:21.403 | + 3.272 |
9 | 17 | Derek Warwick | Arrows-Megatron | 1:20.775 | 1:21.403 | + 3.307 |
10 | 16 | Ivan Capelli | March-Judd | 1:22.335 | 1:21.952 | + 4.484 |
11 | 20 | Thierry Boutsen | Benetton-Ford | 1:22.164 | 1:22.029 | + 4.561 |
12 | 22 | Andrea de Cesaris | Rial-Ford | 1:22.864 | 1:22.245 | + 4.777 |
13 | 30 | Philippe Alliot | Lola-Ford | 1:22.348 | 1:22.557 | + 4.880 |
14 | 5 | Nigel Mansell | Williams-Judd | 1:23.246 | 1:22.363 | + 4.895 |
15 | 10 | Bernd Schneider | Zakspeed | 1:24.335 | 1:22.642 | + 5.174 |
16 | 15 | Maurício Gugelmin | March-Judd | 1:22.801 | 5:30.133 | + 5.333 |
17 | 6 | Riccardo Patrese | Williams-Judd | 1:24.142 | 1:22.972 | + 5.511 |
18 | 9 | Piercarlo Ghinzani | Zakspeed | 1:25.375 | 1:23.078 | + 5.610 |
19 | 14 | Philippe Streiff | AGS-Ford | 1:23.191 | 1:23.750 | + 5.723 |
20 | 25 | René Arnoux | Ligier-Judd | 1:24.315 | 1:23.287 | + 5.819 |
21 | 31 | Gabriele Tarquini | Coloni-Ford | 1:24.662 | 1:23.603 | + 6.135 |
22 | 29 | Yannick Dalmas | Lola-Ford | 1:24.279 | 1:23.606 | + 6.138 |
23 | 36 | Alex Caffi | Dallara-Ford | 1:25.564 | 1:23.716 | + 6.248 |
24 | 26 | Stefan Johansson | Ligier-Judd | 1:25.277 | 1:23.721 | + 6.253 |
25 | 24 | Luis Pérez-Sala | Minardi-Ford | 1:23.911 | 1:23.857 | + 6.389 |
26 | 32 | Oscar Larrauri | EuroBrun-Ford | 1:23.405 | 1:24.032 | + 6.564 |
DNQ | 3 | Jonathan Palmer | Tyrrell-Ford | 1:24.390 | 1:24.849 | + 6.922 |
DNQ | 21 | Nicola Larini | Osella | 1:24.405 | 1:24.408 | + 6.937 |
DNQ | 4 | Julian Bailey | Tyrrell-Ford | 1:25.525 | 1:25.231 | + 7.763 |
DNQ | 23 | Adrián Campos | Minardi-Ford | 1:26.696 | 1:26.058 | + 8.590 |
Fonte:[2] |
Pos. | Nº | Piloto | Construtor | Voltas | Tempo/Diferença | Grid | Pontos |
---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | 11 | Alain Prost | McLaren-Honda | 67 | 1:30:15.737 | 2 | 9 |
2 | 12 | Ayrton Senna | McLaren-Honda | 67 | + 7.104 | 1 | 6 |
3 | 28 | Gerhard Berger | Ferrari | 67 | + 57.314 | 3 | 4 |
4 | 27 | Michele Alboreto | Ferrari | 66 | + 1 volta | 5 | 3 |
5 | 17 | Derek Warwick | Arrows-Megatron | 66 | + 1 volta | 9 | 2 |
6 | 18 | Eddie Cheever | Arrows-Megatron | 66 | + 1 volta | 7 | 1 |
7 | 19 | Alessandro Nannini | Benetton-Ford | 65 | + 2 voltas | 8 | |
8 | 20 | Thierry Boutsen | Benetton-Ford | 64 | + 3 voltas | 11 | |
9 | 29 | Yannick Dalmas | Lola-Ford | 64 | + 3 voltas | 22 | |
10 | 26 | Stefan Johansson | Ligier-Judd | 63 | + 4 voltas | 24 | |
11 | 24 | Luis Pérez-Sala | Minardi-Ford | 63 | + 4 voltas | 25 | |
12 | 14 | Philippe Streiff | AGS-Ford | 63 | + 4 voltas | 19 | |
13 | 32 | Oscar Larrauri | EuroBrun-Ford | 63 | + 4 voltas | 26 | |
14 | 31 | Gabriele Tarquini | Coloni-Ford | 62 | + 5 voltas | 21 | |
15 | 9 | Piercarlo Ghinzani | Zakspeed | 61 | + 6 voltas | 18 | |
16 | 16 | Ivan Capelli | March-Judd | 61 | + 6 voltas | 10 | |
Ret | 1 | Nelson Piquet | Lotus-Honda | 58 | Motor | 4 | |
Ret | 22 | Andrea de Cesaris | Rial-Ford | 52 | Câmbio | 12 | |
Ret | 2 | Satoru Nakajima | Lotus-Honda | 27 | Motor | 6 | |
Ret | 5 | Nigel Mansell | Williams-Judd | 20 | Motor | 14 | |
Ret | 10 | Bernd Schneider | Zakspeed | 16 | Motor | 15 | |
Ret | 6 | Riccardo Patrese | Williams-Judd | 16 | Motor | 17 | |
Ret | 25 | René Arnoux | Ligier-Judd | 13 | Acidente | 20 | |
Ret | 36 | Alex Caffi | Dallara-Ford | 13 | Freios | 23 | |
Ret | 15 | Maurício Gugelmin | March-Judd | 10 | Pane elétrica | 16 | |
Ret | 30 | Philippe Alliot | Lola-Ford | 0 | Suspensão | 13 | |
DNQ | 23 | Adrián Campos | Minardi-Ford | ||||
DNQ | 3 | Jonathan Palmer | Tyrrell-Ford | ||||
DNQ | 21 | Nicola Larini | Osella | ||||
DNQ | 4 | Julian Bailey | Tyrrell-Ford | ||||
EXC | 33 | Stefano Modena | EuroBrun-Ford | Asa traseira ilegal | [10] | ||
Fonte:[2][nota 1] |
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