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Rei consorte da Espanha Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Francisco de Assis Maria Fernando de Bourbon (Aranjuez, 13 de maio de 1822 – Épinay-sur-Seine, 17 de abril de 1902) foi o marido da rainha Isabel II e Rei Consorte da Espanha de 1846 até 1868. Era filho do infante Francisco de Paula da Espanha e da princesa Luísa Carlota das Duas Sicílias.
Francisco | |
---|---|
Duque de Cádis | |
Rei Consorte da Espanha | |
Reinado | 10 de outubro de 1846 a 30 de setembro de 1868 |
Predecessora | Maria Cristina das Duas Sicílias |
Sucessora | Maria Vitória dal Pozzo |
Nascimento | 13 de maio de 1822 |
Aranjuez, Espanha | |
Morte | 17 de abril de 1902 (79 anos) |
Épinay-sur-Seine, França | |
Sepultado em | Mosteiro e Sítio do Escorial, San Lorenzo de El Escorial, Espanha |
Nome completo | |
Francisco de Asís María Fernando de Borbón y Borbón-Dos Sicilias | |
Esposa | Isabel II da Espanha |
Descendência | Isabel, Princesa das Astúrias Afonso XII de Espanha Maria do Pilar de Espanha Maria da Paz de Espanha Eulália de Espanha |
Casa | Bourbon |
Pai | Francisco de Paula da Espanha |
Mãe | Luísa Carlota das Duas Sicílias |
Religião | Catolicismo |
Francisco de Assis Maria Fernando era o terceiro filho, segundo menino, do infante Francisco de Paula da Espanha, filho de Carlos IV, e da princesa Luísa Carlota das Duas Sicílias. Nascido em Aranjuez, onde se encontrava a corte nesse momento, foi batizado no mesmo dia no oratório do palácio. Foi nomeado em honra de São Francisco de Assis.[1]
O historiador Pierre Luz o definira desta maneira: "Francisco de Assis pertence a esta categoria de homens bem determinados, que somente se encontra um representante ilustre da Casa de Bourbon, o irmão de Luís XIV. Pequeno, delgado, de gesto efeminado, de voz esganiçada e andar de boneca mecânica. Na intimidade o povo o chamava de Paquita, Doña Paquita, Paquita Natillas o Paquito Mariquito. Ele gostava dos banhos, dos perfumes, das joias e das telas finas."[2]
Com a junção de política e dinastia, Francisco foi forçado a unir-se em matrimônio com a sua prima, a jovem rainha Isabel II de Espanha. Eles eram primos em primeiro grau, porque seus pais, o Infante de Espanha Dom Francisco de Paula e o Rei Fernando VII de Espanha, eram irmãos. A escolha de Francisco como cônjuge de Isabel II foi descartada após novas nomeações; o marido da rainha devia pertencer à aristocracia mas não deveria estar na linha de sucessão a tronos de outras Casas reais.
O casamento foi realizado no dia 10 de outubro de 1846, na capela do Palácio Real de Madrid, em conjunto com o casamento da Infanta Dona Luisa Fernanda de Bourbon (irmã de Isabel II), com Antônio, duque de Montpensier. No mesmo dia, ele recebeu o tratamento de Sua Majestade e o título honorífico de rei consorte, para além do posto de capitão-general dos exércitos e Cavaleiro da Ordem do Tosão de Ouro.
O governo de Isabel II e Francisco de Assis foi uma disputa eventual, ao qual foram acrescentadas as intrigas constantes, esquemas, conspirações, tramas e uma variedade de truques com a única finalidade de usurpar a coroa. Rimas e piadas são bem conhecidas à custa da suposta homossexualidade do rei, que foi apelidado de "Paquita" - algumas das quais foram publicadas em panfletos e jornais oficiais da época e que sobreviveram até aos dias de hoje.
A alusão ao rei urinar sentado é baseada em dados reais, porque Francisco de Assis sofreu de hipospádia,[4] uma malformação da uretra: não tinha nenhum furo de saída da glande, porém no eixo, e isso impediu-o de urinar de pé.
Por motivos óbvios e também devido à sua impulsividade, a rainha viveu romances sucessivos que ajudaram a azedar o clima político, especialmente após a Revolução de 1868 (La Gloriosa). Enquanto escritores contemporâneos tentavam compreender a vida pessoal da rainha num casamento infeliz e cheio de pressões na vida palaciana, os políticos da oposição tomaram esta circunstância para usá-la como uma arma. O mito é construído sobre uma rainha ninfomaníaca, ridicularizando a soberana e colocando-a mais longe de seu povo.[5]
Da mesma forma, o fanatismo religioso extremo da rainha Isabel, sob a influência de sua mentora espiritual, a Irmã Patrocínio de São José, bem como questões políticas, contribuíram de uma forma ou de outra para difamar e desacreditar o reinado de Isabel II.
Tendo que resistir, de enfrentar e lidar com a revolução de 1854, o Rei conseguiu salvar seu trono para chamar de volta o governo do general Baldomero Espartero. Mas em 1856, Francisco e Isabel II sentiam-se muito seguros no trono, com o apoio de Leopoldo O'Donnell.
No dia 7 de julho de 1868 começa a Revolução espanhola, conduzida, dirigida e comandada por Juan Prim e Antônio de Orléans, Duque de Montpensier, com o único propósito de destituir e usurpar a coroa de Isabel II, embora os reis fossem parentes de sangue do Duque. A família real foi para o exílio, estabelecendo-se em Paris. Em 1870, Isabel II abdicou a favor de seu filho o futuro Rei Afonso XII de Espanha.
Restaurada a monarquia, durante o reinado de seu filho Afonso XII, Francisco de Assis de Bourbon voltou a Espanha e se estabeleceu no Palácio de Riofrio, na Segóvia. Ele morreu na França, em 17 de abril de 1902, e foi sepultado quatro dias depois, no Mosteiro e Sítio do Escorial, ao lado de sua esposa, a rainha Isabel II.
Do casamento com sua prima Isabel nasceram doze crianças, mas somente cinco delas sobreviveram. Seus filhos foram:[6]
Francisco, Duque de Cádis Casa de Bourbon Ramo da Casa de Capeto 15 de maio de 1822 – 17 de abril de 1902 | ||
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Precedido por Maria Cristina das Duas Sicílias |
Rei Consorte da Espanha 10 de outubro de 1846 – 30 de setembro de 1868 |
Sucedido por Maria Vitória dal Pozzo |
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