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Finta (desporto)
manobras que visam distrair ou enganar o adversário Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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A finta(português europeu) ou revienga(português angolano) é um acto simulado e enganador, praticado no âmbito dos mais variados desportos, por meio do qual um jogador sugere ao adversário uma determinada intenção, de maneira a despoletar nele uma reacção previsível e equivocada, da qual se possa tirar proveito.[1][2]
Se o adversário se deixar enganar pela finta, dá oportunidade ao fintador para o apanhar de surpresa.[3] As fintas mais comuns passam por insinuar ao adversário que se vai enveredar numa direcção, de maneira a convencê-lo a encaminhar-se nesse sentido, para depois, de repente, guinar numa direcção diferente, esquivando-se do adversário.[4] Outro tipo de fintas é aquele que dá a entender ao adversário que se vai fazer certo tipo de ataque ou investida, de maneira a suscitar no adversário a necessidade de assumir determinada pose defensiva correspondente e assim que o fizer, desferir sobre ele um ataque para o qual não está preparado para se conseguir defender.[5]
As fintas só surtem efeito se conseguirem ludibriar o adversário e, para que isso aconteça, é necessário que sejam convincentes e que sejam inesperadas. Se não for possível apanhar de surpresa o adversário, a finta gora-se.[6][7]
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O substantivo finta chega ao português por via do italiano «finta» (lit. «simulação», do latim ficta, particípio passado feminino do verbo «fingere», que significa «fingir, representar, inventar»).[8][9]
O substantivo revienga, por seu turno, entra no português por via do quimbundo, com étimo em «nviem», que significa "pirueta" ou "volteio súbito das aves no ar".[10] [11]
Resumir
Perspectiva
As fintas são uma das possibilidades tácticas dos desportos. Dadas as limitações naturais da capacidade de processamento de informação do ser humano, a finta aproveita-se dessas limitações, dando a entender ao adversário que se vai fazer uma coisa, quando, na verdade, se vai fazer outra. Este tipo de manobra táctica aperfeiçoa-se pelo treino e pela prática.[12][13]
Ao arrepio disto, o tempo de reacção de discriminação de quem é alvo de uma finta, também pode ser melhorado, através de treino situacional.[14]
Aspecto neurofisiológico
De acordo com Schmidt e Wrisberg, na sua obra «Aprendizagem e performance motora», a análise neurofisiológica que perpassa os desportistas, durante a execução de uma finta, assenta numa sobrecarga dos poderes de reacção e decisão humanos, que recebem a solicitação de dois estímulos diferentes e contraditórios, num espaço de tempo muito curto, que exigem uma resposta rápida.[15]
Nas circunstâncias em que dois estímulos são apresentados inesperadamente e muito próximos um do outro, dentro do mesmo espaço de tempo, o encéfalo do defensor capta o primeiro estímulo e começa logo já a selecionar e gerar uma resposta para ele. No entanto, quase logo de seguida, quando o segundo estímulo é apresentado, o encéfalo já está a processar o primeiro estímulo, pelo que ocorre uma interferência com o segundo par de estímulo e resposta. Esse atraso do tempo de reacção é mais longo, quando o estímulo e resposta são muito curtos (cerca de 50 a 60 milissegundos), no entanto, se o estímulo demorar menos de 40 milissegundos, o encéfalo já consegue responder aos dois estímulos em simultâneo, como se fossem um só.[16] [17]
O tempo de reacção para se tomar a decisão é mais moroso porque a latência do processamento mental é, por sua vez, mais demorada, aplicando-se neste ensejo a chamada Lei de Hick.[7] Nos conformes da Lei de Hick, o tempo de reacção aumenta logaritmicamente à medida que aumenta a quantidade de estímulo e resposta. Assim sendo, a título de exemplo, se houver dois ou três estímulos de ataque quase concomitantes, o tempo de reacção do defensor retarda-se, à custa da quantidade assoberbante de opções de escolha com que esse atleta se vê confrontado e às quais tem de dar uma correspondente resposta (mesmo que essa resposta seja a inação). O tempo de reacção de escolha não ocorre apenas na finta do futebol, acontece durante as mais diversas jogadas em desportos colectivos, desportos de combate, nos desportos de viação, entre outras modalidades.[16]
Na pendência do tempo de reacção usado para discriminar e discernir, qual é actuação a adoptar, o atleta é bombardeado com a solicitação de vários estímulos, que pedem uma resposta motora correspondente.[18]
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