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antropólogo, publicista e político português (1920-1999) Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Fernando Bayolo Pacheco de Amorim (Coimbra, 6 de Julho de 1920 - Porto, 4 de Maio de 1999) foi um professor universitário, antropólogo, publicista e político português.
Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Universidade de Coimbra foi professor contratado dessa mesma Universidade até 1975, centrando a sua vida académica nas áreas da Antropologia e da Etnologia. Foi um dos líderes da oposição monárquica ao Estado Novo e o teorizador e permanente defensor, em Portugal, do integracionismo como solução adequada para uma eficaz política ultramarina. Tinha, neste seu combate, o apoio dos Ministros Franco Nogueira e José Gonçalo Correia de Oliveira. Fundaria, após a revolução de 25 de Abril, o Movimento Federalista Português, mais tarde Partido do Progresso, que viria a ser ilegalizado pelo MFA na sequência do 28 de Setembro. Refugiado em Madrid, regressaria a Portugal após o Golpe de 25 de Novembro de 1975.[1]
O seu inconformismo lúcido, que particularmente se manifestava na defesa das teses integracionistas e numa militância monárquica esclarecida fizeram, de Fernando Pacheco de Amorim, um dos inspiradores ideológicos da direita universitária coimbrã na primeira metade da década de setenta.
A sua acção política, numa primeira fase, centra-se, essencialmente, na oposição monárquica ao Estado Novo. Nessa qualidade, e sendo, então, alferes miliciano de Cavalaria, é um dos conspiradores da Revolta da Mealhada em 10 de Outubro de 1946. Essa tentativa de insurreição militar contra o Estado Novo foi organizada por um grupo de oficiais milicianos, de várias sensibilidades políticas. Parte o movimento insurrecional de uma única unidade, o Regimento de Cavalaria 6, no Porto. A coluna marcha até à Mealhada onde é detida. Comanda a revolta o capitão Fernando Queiroga. A revolta estaria para ser acompanhada por um levantamento em Tomar e teria a coordenação de Mendes Cabeçadas. O julgamento ocorre em Março de 1947, sendo defensores dos revoltosos Ramada Curto, Vasco da Gama Fernandes, Adelino da Palma Carlos e Fernando Abranches Ferrão. Nessa altura, Fernando Pacheco de Amorim é condenado a dois anos de prisão, pena que cumpriu no Forte de Peniche. Ainda como militante monárquico é um dos fundadores, com João Vaz Serra de Moura e outros, e primeiro Presidente, da Liga Popular Monárquica.
A partir de 1962 centra a sua actividade política na teorização e combate em prol do integracionismo, insurgindo-se contra a política de autonomia, então protagonizada pelo ministro do Ultramar, Adriano Moreira. Distancia-se também da perspectiva adoptada por Cunha Leal. Em 1971 é um dos ferozes críticos da política assumida por Marcelo Caetano no plano das autonomias ultramarinas. A obra nesse ano editada, “Na Hora da Verdade”, ia-lhe valendo nova passagem pela prisão: em Conselho de Ministros, o então Ministro do Ultramar Silva Cunha, propôs a sua prisão. Os restantes ministros apoiaram. Opôs-se o ministro César Moreira Baptista por considerar que isso teria efeitos contraproducentes. Marcelo Caetano decidiu a favor de Moreira Batista.
É em 1974 presidente do Movimento Federalista Português pouco depois transformado em Partido do Progresso (MFP/PP), que foi proibido e perseguido após ter feito parte da chamada "Maioria Silenciosa", no 28 de Setembro de 1974. Com novo mandato de captura passado, agora pelo novo regime, refugiou-se em Madrid, onde presidiu ao Gabinete político (que configurava a direcção política) do MDLP, Movimento Democrático para a Libertação de Portugal, liderado pelo General António de Spínola. Regressa a Portugal após o Golpe de 25 de Novembro de 1975, abandona então a actividade política, por entender que o país perdera, por completo, qualquer possibilidade de uma existência verdadeiramente independente. Aí, com o mesmo critério de honestidade com que tinha deixado a Universidade de Coimbra para se dedicar à política,[2] nessa altura retoma a sua actividade académica, agora na Universidade Portucalense, assumindo as funções de secretário-geral[3] e de orientador de teses.[4]
Família directa:
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