Embora haja variantes e acepções mais ou menos restritas, o termo tem o seguinte significado:
- Botânica — designa o caule de palmeiras (e outras monocotiledóneas), uma estrutura não dividida, aérea, que termina com uma coroa de folhas na parte superior e em raízes na inferior. Cresce perpendicularmente ao solo e apresenta formato cilíndrico, com espessura maior que a dos colmos, e folhas com somente numa ponta, o que pode ser observado nas palmeiras. O caule da palmeira e do coqueiro é um espique.[1][3][4] O termo também é frequentemente usado para designar a haste que sustenta flores e frutos (ou nalguns casos o ovário) como, por exemplo, as vagens das leguminosas, assumindo uma configuração específica no caso das orquídeas, nas quais designa a faixa ou tira não viscosa que liga a polínia ao viscídio (a parte viscosa do rostelo ou bico).
- Pteridologia — designa o caule dos fetos arborescentes, caso em que o estipe é apenas o pecíolo da estrutura radicular (raízes) que se prolonga até ao início do tecido foliar da fronde. A continuação da estrutura dentro da lâmina é então denominada ráquis.
- Micologia — designa a estrutura semelhante ao caule (estrutura cauloide) que suporta o píleo (chapéu) dos fungos agaricales (pé dos cogumelos).
- Ficologia — na anatomia das algas, especialmente das macroalgas, designa-se por estipe a estrutura cauloide encontrada em organismos anteriormente estudados por botânicos, mas que já não são classificados como plantas. Por ser a parte semelhante ao caule das plantas, a designação é dada à parte do talo das algas que tem funções de suporte, sendo a designação particularmente comum na descrição das algas castanhas. O estipe das algas marinhas geralmente contém uma região central de células que, como o floema das plantas vasculares, serve para transportar nutrientes dentro da alga.
FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 723.
AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Fundamentos da Biologia Moderna. 2ª ed. São Paulo: Moderna, 1997. Cap.15, p. 265 - 285.
LOPES, Sonia Godoy Bueno Carvalho; Bio Volume 3; 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 1997. Cap. 08, p. 159-177.