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Alfred Ernest Jones (1 de janeiro de 1879 – 11 de fevereiro de 1958) foi um neuropsiquiatra e psicanalista galês, além de biógrafo oficial de Sigmund Freud. Aluno de Emil Kraepelin, Ernest Jones introduziu a psicanálise na Grã-Bretanha e foi presidente da Associação Psicanalítica Internacional.
Ernest Jones | |
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Nascimento | 1 de janeiro de 1879 (Cardif) País de Gales |
Morte | 11 de fevereiro de 1958 (79 anos) Londres |
Nacionalidade | Galês |
Cidadania | Reino Unido |
Cônjuge | Morfydd Llwyn Owen |
Alma mater |
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Ocupação | Psicanalista, psiquiatra |
Distinções |
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Empregador(a) | University College London, Universidade de Toronto |
Filho de engenheiro, Jones estudou na universidade de Cardiff , tornando-se mais tarde médico especialista em neuropsiquiatria. Ele residiu em Viena ( Áustria) , em Zurique (Suissa), onde trabalhou na famosa clínica Burghölzli , em Munique (Alemanha) com Emil Kraepelin e em Bicêtre (França), no serviço do professor e médico Pierre Marie. Jones tornou-se professor de psiquiatria em Toronto (Canadá). Em 1916, Jones casa com a pianista e compositora Morfydd Llwyn Owen, morta seis meses depois de complicações consecutivas a uma apendicite. Em 1919, ele encontra e casa com Katherine Jokl, uma vienense amiga da família Freud. O casamento é descrito como feliz, eles tiveram quatro crianças entre as quais a escritora Mervyn Jones, nascida em 1922, e Gwenith, nascida em 1921.
Jones ouviu falar das obras de Sigmund Freud e aprendeu o alemão para ler a Interpretação dos sonhos’’, uma das obras mais importantes do inventor da psicanálise.
Em 1906, Jones começou a praticar a psicanálise por conta própria , antes mesmo de seu primeiro contacto com Freud por ocasião do seu aniversário, em maio de 1908. Freud encontrou nesta ocasião ‘’dois novos convidados vindos do mundo anglo-saxão : Abraham A. Brill, que representava a psicanálise nos Estados Unidos, e Ernest Jones, que se tornaria um dos maiores analistas e que escreveria, entre muitas outra obras, uma biografia de Freud em tres volumes[1].
Em 9 de maio de 1911 E. Jones e J. J. Putnam fundam a Associação Psicanalítica Americana (APA), composta de membros vindos do Canadá e da América inteira. Seu presidente foi Putnam, o secretário : Ernest Jones’’[2].
Em julho de 1912, marcado pela secessão de Adler, de Stekel e de Jung, ‘’Jones encontra Ferenczi em Viena para falar sobre a situação. Propôs a criação de um pequeno grupo composto de discípulos mais próximos de Freud a fim de defender a causa analítica. Ferenczi acatou a ideia, Freud apoiou-os e Jones fundou o Comité secreto formado por S. Ferenczi, O. Rank, K. Abraham, H. Sachs e, naturalmente, E. Jones e Freud’’[3].
Durante a Primeira Guerra Mundial, Jones continuou praticando a psicanálise. Não sendo médico militar, não submetido às obrigações hierárquicas, ele dispõe das condições permitindo-lhe fazer psicanálises com os neuróticos de guerra. Foi o primeiro analista a fazer isto, donde sua competência para escrever sobre o assunto [4].
Ele inventou o conceito de racionalização, adotado por Freud como um dos mecanismos de defesa. Jones também elaborou o conceito de afânise, relativo à sexualidade feminina. "Para este autor, a afânise seria, nos dois sexos, o objeto de um receio mais fundamental do que o medo da castração"[5].
Durante a guerra, ao lado de Marie Bonaparte e Abraham Arden Brill, contribuiu para ajudar e a fazer com que seus colegas ingleses acolhessem, entre outros, os analistas alemães, húngaros e vienenses que fugiram do regime nazista por serem analistas, judeus ou ambos. Alguns deles repartiram da Grã-Bretanha para os Estados Unidos.
Afora suas múltiplas atividades em prol da psicanálise, Jones foi também um célebre jogador de xadrez e mesmo campeão de patinagem artística [6].
Duas filhas de Jones, Mervin e Gwenith, nascidas respectivamente em 1922 e 1921, foram analisadas por Melanie Klein em 1926. Melanie Klein “havia deixado Berlim por Londres graças a influência de Jones, que tinha a intenção de enviar-lhe suas filhas e sua esposa para fazerem uma análise. Nos anos seguintes, um grave conflito ocorreu entre Melanie Klein e Anna Freud sobre questões de teoria e de técnica em psicanálise de crianças, início de uma profunda dissensão na Sociedade Britânica de Psicanálise[7].
Jones viajava muito entre Genebra e Toronto quando começou uma prolongada correspondência com Freud. Sua primeira carta foi escrita em 13 de maio de 1908 e a última em 1939, pouco antes da morte do criador da psicanálise. A partir de 26 de novembro de 1908, Freud escreveu uma carta a Ferenczi na qual ele revela ‘’estar se correspondendo de maneira regular com Brill, Jones, Abraham e Jung"[8]. E a amizade entre Freud e Jones é o objeto da carta que Freud lhe escreveu em 1/01/1929: (...) “tenha certeza que sempre o considerei como fazendo parte de meu círculo familial mais próximo e que o considerarei sempre assim’’[9].
Jones tornou-se um próximo de Freud e seu biógrafo com The life and work of Sigmund Freud (A vida e a obra de Freud),(La vie et l’œuvre de Freud, em francês). "Os três volumes são uma fonte para compreender notadamente, o contexto social e político da época, as influências intelectuais, médicas, filosóficas e culturais de Freud, a epistemologia da psicanálise e o crescimento do movimento psicanalítico em Viena e no mundo".
Este primeiro livro sobre Freud e a psicanálise apresenta defeitos realçados por historiadores e psicanalistas :Paul Roazen[10], Max Schur[11],Didier Anzieu :[12], André Haynal[13], Alain de Mijolla[14], Elisabeth Roudinesco[15]), e depois por Henri Ellenberger, o qual, apoiândo-se muito em seus trabalhos e pesquisas, realçou numerosas imperfeições e até falsidades [16]. A biografia de Freud escrita por Jones foi também muito criticada pelo filósofo Michel Onfray[17] e por Pierre-Henri Castel[18], que a considera como um exemplo da hagiografia freudiana.
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