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As eleições municipais na cidade de São Paulo em 1985 ocorreram em 15 de novembro, como parte das eleições em 201 municípios nos 23 estados brasileiros e nos territórios federais do Amapá e Roraima.[1] Foi a primeira eleição da Nova República e a primeira vez que os paulistanos escolheram seu prefeito pelo voto direto desde José Vicente Faria Lima em 1965.[2][3][nota 1]
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Eleições municipais em São Paulo em 1985 | ||||||
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15 de novembro de 1985 (Turno único) | ||||||
Candidato | Jânio Quadros | Fernando Henrique Cardoso | ||||
Partido | PTB | PMDB | ||||
Natural de | Campo Grande, MS | Rio de Janeiro, RJ | ||||
Vice | Artur Alves Pinto (PFL) | Caio Pompeu de Toledo (PMDB) | ||||
Votos | 1.572.260 | 1.431.175 | ||||
Porcentagem | 39,33% | 35,80% | ||||
Resultados eleitorais por Distrito Eleitoral
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Titular Eleito | ||||||
Professor do Colégio Dante Alighieri e do Colégio Vera Cruz antes ingressar na Universidade de São Paulo, o advogado Jânio Quadros é natural de Campo Grande.[nota 2] Filiado à UDN nos meses finais do Estado Novo, migrou para o PDC e perdeu a eleição para vereador na capital paulista em 1947, mas assumiu o mandato no ano seguinte graças à cassação da bancada comunista.[nota 3] Eleito deputado estadual em 1950 e prefeito de São Paulo em 1953, ingressou no PTN e venceu a eleição para governador de São Paulo em 1954.[4][5] Em mais uma mudança partidária, foi eleito deputado federal pelo PTB do Paraná em 1958, mas voltou ao PTN no curso do mandato.[6][nota 4]
Eleito presidente da República em 1960, governou o país entre 31 de janeiro e 25 de agosto de 1961, quando renunciou ao cargo num gesto interpretado como "o primeiro passo de um autogolpe de Estado".[7] Nas horas seguintes, a falta de apoio entre os políticos, militares e a população, demonstrava o isolamento presidencial. O presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, assumiu o governo até a volta de João Goulart ao Brasil, sendo empossado no dia 7 de setembro perante o Congresso Nacional. Quanto a Jânio Quadros, o mesmo disputou o governo paulista em 1962, mas foi vencido por Ademar de Barros. Quando o Regime Militar de 1964 tomou o poder, cassou os direitos políticos de Quadros por dez anos, mas ele permaneceu fora da vida pública além desse prazo. Recriado o PTB, disputou, sem sucesso, o governo de São Paulo em 1982, mas elegeu-se prefeito da capital paulista em 1985.[4]
Nascido em São Paulo, o advogado Artur Alves Pinto elegeu-se vereador na nesta cidade pela ARENA em 1972 e 1976.[8] Nos anos seguintes, venceu a eleição para deputado estadual em 1978, ingressou no PDS em 1980 e nesse mesmo ano tornou-se secretário do Interior no governo Paulo Maluf. Reeleito para a Assembleia Legislativa de São Paulo em 1982, migrou para o PFL com a instauração da Nova República, e por esta legenda foi eleito vice-prefeito de São Paulo na chapa de Jânio Quadros em 1985.[9][nota 5]
Contando com o apoio de figuras do empresariado como Olavo Setúbal e Herbert Levy,[10] além dos setores e figuras mais conservadoras da sociedade paulistana, como a TFP, Opus Dei, o deputado federal Paulo Maluf e o ex-ministro Antônio Delfim Netto, Jânio Quadros retornou à cena política pelo PTB, derrotando o senador Fernando Henrique Cardoso (PMDB), apoiado pelo governador Franco Montoro e o prefeito Mário Covas, num pleito onde o deputado federal Eduardo Suplicy (PT) representou a esquerda. Vitorioso, o ex-presidente tornou-se o décimo segundo prefeito eleito diretamente pelos paulistanos.[11]
A vitória de Jânio Quadros contrariou os prognósticos dos institutos de pesquisa e contradisse as avaliações segundo as quais o ex-presidente era tido como um nome "ultrapassado" no novo contexto da política brasileira emergente do processo de redemocratização e da campanha das Diretas Já. Fernando Henrique Cardoso, o então primeiro colocado nas pesquisas, chegou a tirar uma foto, publicada pela revista Veja, sentado na cadeira de prefeito de São Paulo. Tal fato levou Jânio a tomar posse com um tubo de inseticida nas mãos, declarando: "Estou desinfetando a poltrona porque nádegas indevidas a usaram".[12]
Foram apurados 3.997.697 votos nominais (95,41%), 37.575 votos em branco (0,90%) e 154.769 votos nulos (3,69%), resultando no comparecimento de 4.190.041 eleitores.
Candidatos a prefeito de São Paulo | Candidatos a vice-prefeito | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Jânio Quadros PTB | Artur Alves Pinto PFL | ||||
Fernando Henrique Cardoso PMDB | Caio Pompeu de Toledo PMDB | ||||
Eduardo Suplicy PT | Luiza Erundina PT | ||||
Francisco Rossi PCN | Rogério Monteiro da Silva PCN | ||||
Ana Rosa Tenente PH | Afonso Henrique Horta Sampaio PH | ||||
Pedro Geraldo Costa PPB | Dorival Zito PPB | ||||
Antônio Carlos Fernandes PMC | José Ribamar PMC | ||||
Ruy Côdo PL | Renato Baruffaldi PL | ||||
José Maria Eymael PDC | Celso Kassab PDC | ||||
Armando Corrêa PMB | Carlos Mitio Yamashita PMB | ||||
Rivailde Ovídio PSC | Sérgio Bueno PSC | ||||
Rogê Ferreira PSB | Oswaldo Melantonio PSB | ||||
Ademar de Barros Filho PDT | David Lerer PDT | ||||
Fontes:[3][14][15][nota 7] | |||||
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