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filólogo e lexicógrafo brasileiro Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Eduardo de Almeida Navarro (Fernandópolis, 20 de fevereiro de 1962)[2] é um filólogo e lexicógrafo brasileiro, especialista em tupi antigo e nheengatu. Ele é professor catedrático da Universidade de São Paulo,[3] onde leciona tupi antigo desde 1993,[4] e nheengatu desde 2009.[4][5][6][7] Eduardo Navarro é autor do Método Moderno de Tupi Antigo (1998), um curso de tupi antigo, e do Dicionário de tupi antigo (2013), sua maior obra até o momento. Entre seus principais méritos estão a publicação do dicionário, a tradução das cartas dos índios Camarões, e o fato de ter popularizado o conhecimento da língua tupi antiga, tornando-a mais acessível a um público não especializado.[8][9][10][11]
Eduardo Navarro | |
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Eduardo Navarro encerrando a Semana Orlando Villas-Bôas, no dia 27 de abril de 2007 | |
Nome completo | Eduardo de Almeida Navarro |
Conhecido(a) por | contribuições à tupinologia |
Nascimento | 20 de fevereiro de 1962 (62 anos) Fernandópolis, São Paulo |
Nacionalidade | brasileiro |
Progenitores | Mãe: Dalva de Almeida[1] Pai: Gabriel Navarro[1] |
Alma mater | Universidade de São Paulo Universidade Estadual Paulista |
Ocupação | professor pesquisador tradutor |
Principais trabalhos | Teatro Poemas: lírica portuguesa e tupi |
Gênero literário | crítica literária método de línguas |
Magnum opus | |
Assinatura | |
Página oficial | |
tupi.fflch.usp.br |
Eduardo Navarro graduou-se em Geografia pela Universidade Estadual Paulista e concluiu seu mestrado em Geografia Física pela mesma instituição. Seu doutorado, iniciado aos 29 anos, foi inicialmente em Linguística, mas depois passou a ser Letras Clássicas pela Universidade de São Paulo. Possui outra graduação, também em Letras Clássicas.[12][13][4]
Iniciou uma graduação em Filosofia na Faculdade São Bento, de São Paulo, mas interrompeu o curso. Mesmo assim, manteve o apreço por aquela área do conhecimento. Seu primeiro livro, publicado quando tinha 25 anos, intitulava-se O Pensamento Vivo de Sócrates.[12]
Em 1995, doutorou-se com uma tese sobre a questão das línguas no Renascimento.[4][9] Ele publicou, em 1997, Anchieta: vida e pensamentos, livro a respeito do padre jesuíta espanhol José de Anchieta, autor da primeira gramática da língua tupi antiga e um dos primeiros autores da literatura brasileira.[14]
Em 1998, Navarro lançou a obra Método Moderno de Tupi Antigo: a língua do Brasil dos primeiros séculos, um curso cujo objetivo é capacitar o estudante a ler os textos quinhentistas e seiscentistas nessa língua e ao mesmo tempo mostrar a penetração do tupi antigo na cultura do Brasil.[3][15] Ele realizou, em 2005, pós-doutoramento na Índia, onde foi estudar as origens do mito de São Tomé no Brasil.[4]
Em 2013, Navarro lançou a obra Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil, em que descreve quase oito mil vocábulos dessa língua, superando assim o Tesoro de la lengua guaraní, de Antonio Ruiz de Montoya, que exibe cerca de cinco mil entradas.[4][16][17] Atualmente está preparando um dicionário de nheengatu.[5]
Eduardo Navarro foi o organizador e principal tradutor dos livros Poemas: lírica portuguesa e tupi, de 1997, e Teatro, de 1999, nos quais redigiu notas explicativas e modernizou a ortografia original dos textos, cujo conteúdo havia sido majoritariamente escrito em tupi antigo por José de Anchieta.[4][18][19][20]
Ele também foi o responsável por redigir o prefácio e as notas de rodapé da reedição do livro Uma festa brasileira, de Ferdinand Denis, além de ter traduzido parte de tal obra diretamente do tupi antigo. A primeira edição desse livro havia sido publicada em 1850 na cidade de Paris. A reedição foi lançada em outubro de 2007, com versão bilíngue em francês e em português. O trecho traduzido por Navarro foram os Poemas brasílicos, do padre Cristóvão Valente.[21]
Em 2021, Eduardo Navarro anunciou ter traduzido as seis cartas dos índios Camarões, descobertas há mais de 130 anos nos Países Baixos, onde lá estão guardadas há quase 400 anos. As cartas, todas em tupi, são o único registro de indígenas alfabetizados que escreveram no Período Colonial. Ele planeja publicá-las em livro.[6][22][23][24][25]
Desde o ano 2000, Eduardo Navarro tem formado professores de tupi antigo para escolas indígenas da Paraíba, em uma iniciativa chamada Projeto Poti.[26] O primeiro curso de tupi clássico, ocorrido no município de Baía da Traição,[6] teve duração de dois anos e formou 17 monitores para atuarem como professores nas escolas potiguaras, objetivando multiplicar o conhecimento a respeito dessa língua, a fim de recuperá-la.[27][28]
Houve, ainda, a institucionalização da língua tupi no currículo das escolas indígenas. Com efeito, a disciplina é ministrada desde os anos iniciais até o ensino médio.[29]
Eduardo Navarro foi o responsável pela tradução para o tupi de todo o roteiro do filme sobre o aventureiro alemão Hans Staden, que esteve por duas vezes no Brasil do século XVI.[30] O longa-metragem, dirigido por Luiz Alberto Pereira, foi lançado em 1999 por ocasião das comemorações do aniversário de 500 anos do Brasil.[31]
Para além desse filme, Navarro também traduziu alguns diálogos da minissérie A muralha, da Rede Globo.[3]
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