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política brasileira; Ministra do Turismo do Brasil Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Daniela Moté de Souza Carneiro (Campos dos Goytacazes[nota 2], 10 de fevereiro de 1976), também conhecida como Daniela do Waguinho, é uma pedagoga e política brasileira filiada ao UNIÃO.[1] É deputada federal desde 2019, e foi ministra do Turismo do terceiro governo Lula de 1.º de janeiro de 2023 a 14 de julho do mesmo ano.[2]
Sua Excelência Daniela Moté de Souza Carneiro Daniela Carneiro | |
---|---|
Deputada federal pelo Rio de Janeiro | |
No cargo | |
Período | 1.º de fevereiro de 2019 à atualidade[nota 1] |
Legislaturas | 56.ª (2019–2023) 57.ª (2023–2027) |
24.ª Ministra do Turismo do Brasil | |
Período | 1.º de janeiro de 2023 até 14 de julho de 2023 |
Presidente | Luiz Inácio Lula da Silva |
Antecessor(a) | Carlos Brito |
Sucessor(a) | Celso Sabino |
Secretária de Assistência Social e Cidadania de Belford Roxo | |
Período | 1.º de fevereiro de 2017 a 30 de março de 2018 |
Prefeito | Wagner Carneiro |
Dados pessoais | |
Nome completo | Daniela Moté de Souza Carneiro |
Nascimento | 10 de fevereiro de 1976 (48 anos) Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro |
Nacionalidade | brasileira |
Cônjuge | Wagner dos Santos Carneiro (Waguinho) |
Partido | PSC (2003-2011) PRTB (2011-2013) PR (2013-2018) MDB (2018-2022) UNIÃO (2022-presente) |
Religião | cristianismo |
Profissão | pedagoga |
Em 2003, trabalhou na Secretaria Municipal de Educação do município do Rio de Janeiro. Depois trabalhou na Secretaria de Assistência Social e Cidadania do mesmo município.[3]
Entre fevereiro de 2017 e março de 2018, Daniela exerceu o cargo de Secretária de Assistência Social e Cidadania de Belford Roxo no primeiro mandato de seu marido, Waguinho.[4] Com a nomeação, foi alvo de reclamação ajuizada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro por nepotismo (a irmã de Waguinho, Fabiane, também foi nomeada secretária).[5]
Nas eleições de 2018, Daniela foi eleita para o cargo de deputada federal pelo Movimento Democrático Brasileiro, tornando-se a mais votada do MDB no estado, a sexta no total do estado e a deputada mais votada em Belford Roxo, com 136 286 votos.[6][7]
Durante a campanha, foi acusada de agressão por Tainá Sena, candidata a deputada estadual pelo PT. Segundo ela: "Um dos seguranças do Waguinho tirou o microfone da minha mão e bateu na minha boca. Eles estavam armados e deram tiros para o alto. O Waguinho, a Daniela e o [também candidato, Marcelo] Canella ficaram de longe, rindo".[8] Por nota de impressa, Daniela e Waguinho afirmaram que "repudiam atos de violência e lamentam o ocorrido".[8]
Na Câmara, como membro da 56.ª legislatura, votou a favor da reforma da previdência proposta pelo governo Bolsonaro em 2019.[9] No ano seguinte, um projeto de lei feito pela deputada foi aprovado. Unido com outro similar pela relatora Marina Santos (Solidariedade-PI), a lei criou o Dia Nacional da Luta contra a Endometriose, a ser comemorado no dia 13 de março.[10] Daniela declarou esperar que, com a aprovação, "[…] poderemos apresentar os caminhos para um tratamento efetivo e oferecer um atendimento digno e de qualidade para essas mulheres, principalmente no Sistema Único de Saúde."[10] Daniela Carneiro foi autora também de um projeto que, no rescaldo da repercussão do caso Mariana Ferrer, aumentaria a pena por estupro de vulnerável a até 20 anos de prisão.[11]
Em 15 de fevereiro de 2019, Daniela e seu marido foram alvos de um tiro de fuzil, em Belford Roxo, ao voltarem da inauguração de uma creche. Segundo a deputada, a provável causa foi um mal entendimento com as facções criminosas que comandam a região: "Lá tem duas facções. Para entrar, tem que se identificar. Estava tudo já alinhado nesse sentido. Tem um vereador da área que conhece lá os caras e quando chegamos vimos muitos fuzis, muitos caras armados. A gente teve que fazer toda aquela questão lá, tivemos que abaixar o vidro, aquelas questões todas que quando entra em área de risco tem de fazer. Mas a questão mesmo foi na volta. Por quê? Porque tem uma parte de outra facção, no morro de cima, que não sabia o que estava acontecendo, que ninguém avisou."[12]
A deputada esteve envolvida no escândalo da Ceperj. Uma de suas assessoras na Câmara, Íris Campos Ramalha, estava simultaneamente empregada na Fundação Ceperj, recebendo ambos os salários; o acúmulo de funções e cargos públicos é proibido.[3] A assessora foi exonerada.[13]
Daniela Carneio chegou a ser indicada pelo União Brasil para candidata à vice-governadora na chapa de Cláudio Castro, que tentava a reeleição. Waguinho, que era o presidente estadual do partido, disse em 17 de março de 2022 que: "Daniela tem todo o perfil para ser a vice. É uma deputada atuante, é mulher e da Baixada Fluminense".[14] No final, Cláudio acabou escolhendo o deputado estadual Thiago Pampolha, também do União.[15]
Nas eleições de 2022, Daniela foi reeleita como deputada federal e alcançou a posição de mais bem votada em todo o estado, com um total de 213 706 votos.[16] Daniela recebeu quase a metade de todos os votos validos de Belford Roxo (48,9%); somente ela e o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello ultrapassaram a marca de 200 mil votos.[17] A jornalista Berenice Seara, do Extra, relata que, ainda antes do segundo turno, Waguinho andava "todo pimpão" pela vitória da esposa.[18] Em fevereiro de 2023, o Ministério Público do Rio de Janeiro instaurou inquérito para investigar supostas irregularidades em sua campanha, aberto em resposta a um questionamento do deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR).[19] Dos 3 milhões de reais gastos em sua campanha, 1,09 milhão de reais foram gastos em gráficas que não se encontravam nos endereços indicados. Em nota, a equipe da deputada respondeu que Daniela "não tem responsabilidade sobre fornecedores de sua campanha que não informaram devidamente seus dados cadastrais à Receita".[20]
Tanto Daniela quanto Waguinho haviam apoiado o presidente Bolsonaro, em sua eleição em 2018. No segundo turno da eleição presidencial de 2022, no entanto, Waguinho e Daniela decidiram apoiar a candidatura de Lula, da oposição,[21] em troca da garantia de um ministério para Daniela.[22]
A primeira-dama Michelle Bolsonaro ironizou a posição do casal em suas redes sociais. Num comício de apoio a Lula, Daniela declarou que foi recebida por Bolsonaro em seu gabinete, na ocasião da sanção de sua lei, com "indiferença e desprezo"; Michelle contrapôs a afirmação com um vídeo da própria deputada no qual agradecia o encontro, definindo-o como "uma grande alegria e sensação indescritível".[23]
Após a vitória de Lula, tanto ela quanto Waguinho foram nomeados para a equipe de transição do novo governo — Daniela foi para a pasta Mulheres.[24] Na ocasião declarou: "O prefeito Waguinho, eu e nosso grupo político sofremos ataques nas redes sociais por causa do nosso apoio ao presidente Lula, que, juntamente com a [primeira-dama] Janja, nos recebeu muito bem. Mas tínhamos o propósito de não deixar que a democracia fosse achincalhada e ameaçada. Zombaram da gente, mas lutamos até o fim e, contra tudo e contra todos, conseguimos colaborar com a vitória do Lula."[24]
Em dezembro de 2022, Daniela foi anunciada como a Ministra do Turismo do terceiro governo Lula.[25] Ao assumir o ministério, trocou oficialmente seu nome profissional, com o qual havia se registrado junto ao Tribunal Superior Eleitoral, tirando assim a referência ao marido.[26]
No começo do governo, a imprensa publicou uma série de matérias sobre as relações entre o grupo político de Daniela e Waguinho e a milícia fluminense.[27] Ambos receberam o apoio do ex-policial militar Juracy Alves Prudêncio, vulgo "Jura", chefe do grupo miliciano "Bonde do Jura", condenado por homicídio e formação de quadrilha em 2009 e que chegou a ser nomeado assessor numa secretaria da prefeitura de Belford Roxo em 2017.[28] Jura trabalhou como cabo eleitoral na campanha de Daniela.[29]
O deputado Marcelo Freixo, notório por presidir a CPI das Milícias no Rio, foi indicado para a presidência da Embratur, sendo subordinado, portanto, à Daniela. Questionado sobre a relação, Freixo disse que "cabia à ela falar sobre" e que "minha relação com ela é muito recente, mas muito boa e de muito diálogo".[30] O governador do Rio, Claudio Castro, partiu para a defesa de Daniela, reconhecendo-a como "super séria": "O compliance foi feito na urna", afirmou.[31] Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação Social, defendeu a colega apontando a falta de relação da ministra com qualquer denúncia, afirmando ainda que ela possuía a "confiança do governo".[32] A ministra declarou por meio de sua assessoria que: "apoio político não significa que ela compactue com qualquer apoiador que porventura tenha cometido algum ato ilícito".[32] O Piauí Herald, noticiário satírico associado à revista Piauí, zombou: "Com ministério do Turismo para Daniela do Waguinho, esquerda pode continuar xingando governo de miliciano".[33] A ministra posicionou-se contrária a derrubada de uma medida provisória aprovada no governo anterior sobre a alíquota do imposto de renda de despesas no exterior.[34]
Em meio à pressão dos partidos do centrão em busca de mais espaço na Esplanada dos Ministérios e especulações de que deixaria o União Brasil para filiar-se ao Republicanos,[35][36] em junho de 2023 Daniela comunicou ao presidente Lula que seu cargo estaria à disposição.[37] Waguinho disse em entrevista que, na reunião com Daniela, Lula teria se emocionado ao afirmar que: "Daniela, você é minha cota, você é minha ministra, eu não quero que você saia".[38] A CNN divulgou que a decisão sobre a permanência de Daniela no cargo seria tomada após o retorno de Lula de uma viagem à Europa.[39] Após mais de um mês de negociações, em 13 de julho Lula confirmou que indicaria o deputado federal Celso Sabino, também do União, para assumir a pasta.[40] Em 14 de julho a exoneração de Daniela foi publicada no Diário Oficial da União.[2] Daniela não participou da sessão de posse de seu sucessor.[41] Em um vídeo publicado no seu Instagram, a deputada destacou seus feitos, dizendo que trabalhou para fortalecer o setor de turismo, "tornando-o mais sustentável, acessível e inclusivo para todos". Disse também, retornando à Câmara, iria apoiar o governo Lula.[42]
Em dezembro de 2023, o União, mesmo sendo da base governista, foi um dos partidos que votaram majoritariamente para derrubar vetos presidenciais sobre as leis que instituíam o marco temporal indígena e a desoneração fiscal da folha de pagamentos. Daniele questionou o partido publicamente, no Twitter: "Quando ministra, eu era a desculpa para o União Brasil não votar com o governo. Agora, a culpa é de quem?"[43]
Ano | Eleição | Candidata a | Partido | Coligação | Votos | % | Resultado |
---|---|---|---|---|---|---|---|
2018 | Estaduais no Rio de Janeiro | Deputada federal | MDB | O Rio Quer Paz (DEM, MDB, PP, PTB) |
136.286 | 1,93% | Eleita [44] |
2022 | Estaduais no Rio de Janeiro | UNIÃO | sem coligação | 213.706 | 2,47% | Eleita[45] |
Daniela nasceu em Italva, mas cresceu na cidade vizinha de Cardoso Moreira, até os 15 anos. Ao saber que foi a deputada mais votada de Italva na sua primeira eleição (939 votos), afirmou: "Reafirmo meu compromisso de garantir os recursos federais e ser a voz do interior".[46] Daniela é casada com o atual prefeito de Belford Roxo, Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, e é mãe de dois filhos: Nathan e Callebe.[46]
Daniela é formada em Pedagogia com especialização em orientação educacional e possui pós-graduação em psicomotricidade.[46]
Em 2 de janeiro de 2023, na solenidade de posse como ministra do Turismo do terceiro governo Lula, modificou o seu nome público para Daniela Carneiro. Anteriormente, era conhecida como Daniela do Waguinho, em referência ao seu marido.[47][26]
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