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Daniël Seghers ou Daniel Seghers (Daniël Segers, Daniël Zegers, Daniël Zeghers) (3 de dezembro, 1590 – 2 de novembro, 1661) foi um padre Jesuíta e pintor do Barroco flamengo que se especializou em naturezas-mortas de flores e pinturas de guirlandas, muito apreciado por Rubens. [1]
Seghers nasceu em Antwerp e, após a conversão de sua mãe ao Calvinismo, mudou-se com ela para a República dos Países Baixos, provavelmente para Utrecht, em 1601.[2][3] Possivelmente começou seus estudos de arte em Utrecht.[3] Voltou para Antwerp em 1611, onde entrou para a Guilda de São Lucas como aluno de Jan Brueghel, o Velho.[1]
Converteu-se ao Catolicismo em 1614 e tornou-se noviciado na Ordem Jesuíta em Mechelen, tendo se tornado padre ou irmão leigo. Em 1625, partiu para Roma onde permaneceu por dois anos. Teve então a oportunidade de colaborar com pintores importantes como Nicolas Poussin e Domenichino.
Seghers recebia encomendas em Antuérpia do Cardeal-Infante Fernando de Áustria, o Arqueduque Leopoldo Guilherme de Áustria, Cristina da Suécia e Carlos II, Rei de Inglaterra.
Seus alunos foram Jan Philip van Thielen, Ottmar Elliger, Ignace Raeth e provavelmente Andries Bosman, entre outros.
Seghers foi exclusivamente um pintor de flores e suas primeiras obras tinham uma reconhecível influencia de Jan Brueghel, o Velho.[1] Como Brueghel, Seghers utilizava flores e plantas de sua região, [1] em especial rosas e tulipas.
A maioria das obras de Seghers segue um particular gênero flamengo, a chamada pintura de guirlandas, um tipo especial de natureza-morta desenvolvida em Antuérpia por Jan Brueghel, o Velho, em colaboração com o Cardeal Federico Borromeo, que consistia em uma guirlanda de flores ao redor de uma imagem devocional, mitológica ou um retrato.[4] Outros artistas aventuraram-se nesse gênero, tais como Hendrick van Balen, Andries Daniels e Peter Paul Rubens. A pintura de guirlandas estava relacionada com o imaginário visual da Contra-Reforma, [4] inspirada pelo culto de veneração e devoção à Maria, prevalente na Casa de Habsburgo, então governantes do sul da Holanda.[4][5] Suas obras tinham forte carga simbólica e meditativa, própria da filosofia jesuíta da época.
A pintura de guirlandas era geralmente um obra feita em colaboração com outros artistas, algo comum na Flandes do século XVII.[6][5] Seghers, em geral, apenas pintava as flores, enquanto que a imagem central era realizada por outra pessoa. Sabe-se que que Seghers colaborou com Cornelis Schut, Erasmus Quellinus II, Abraham van Diepenbeek, Jan van Balen, Simon de Vos, Jan van den Hoecke, Gonzales Coques, Rubens, [1]Thomas Willeboirts Bosschaert, Poussin e Domenichino.
A arte de Daniel Seghers foi amplamente admirada durante seu tempo de vida e seu estilo teve vários seguidores, entre eles, Jan Philip van Thielen, Andries Bosman, Jan Anton van der Baren, Frans Ykens e Jan van den Hecke.[7] Sua obra influenciou artistas como Jan Davidsz. de Heem em Antuérpia e Juan de Arellano em Madri.[8]
Sua pinturas podiam ser encontradas na corte de Frederico Henrique, Príncipe de Orange em Haia, sob a proteção do secretário do Príncipe e colecionador de arte, Constantijn Huygens, que lhe dedicou poemas, bem como o poeta Joost van den Vondel.[9] Outras coleções com pinturas suas foram as de Cristina da Suécia, Carlos I de Inglaterra, Filipe IV de Espanha]], Maria de Médici, Carlos II de Inglaterra e o Arqueduque Leopoldo Guilherme de Áustria.
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