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Da Wikipédia, a enciclopédia livre
A Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (em inglês: Asia-Pacific Economic Cooperation - APEC) é um fórum de 21 países-membros localizado no Círculo do Pacífico,[1] que visa promover o livre-comércio e a cooperação econômica em toda a região da Ásia-Pacífico. A organização foi criada em 1989, em resposta à crescente interdependência das economias da região Ásia-Pacífico e do advento dos blocos comerciais regionais em outras partes do mundo e aos temores de que o Japão (que é altamente industrializado e um membro do G7) passasse a dominar a atividade econômica na região. Tem o objetivo de estabelecer novos mercados para os produtos agrícolas e matérias-primas para além da Europa (onde a demanda tinha vindo a diminuir).[2]
Estados membros da APEC | |
Tipo | Fórum econômico |
Fundação | 1989 |
Sede | Singapura |
Membros | |
Diretor Executivo | Alan Bollard |
Sítio oficial | www.apec.org |
A APEC trabalha para elevar os padrões de vida e os níveis de ensino de seus membros através de um crescimento econômico sustentável e para fomentar um sentimento de comunidade e uma valorização de interesses compartilhados entre os países da região Ásia-Pacífico. O fórum inclui algumas das economias recém-industrializadas e seus membros são responsáveis por aproximadamente 40% da população, cerca de 54% do produto interno bruto (PIB) e aproximadamente 44% do comércio de todo o mundo.[3][4]
São realizadas cúpulas anuais dos líderes da APEC, frequentadas pelos chefes de governo de todos os membros da APEC, exceto Taiwan (que é representado por um funcionário de nível ministerial sob o nome de Taipé Chinesa).[5] O local das reuniões muda todo ano entre as economias dos membros e uma tradição famosa, seguida pela maioria (mas não todas) as cúpulas, envolve que os líderes participantes vistam-se com um traje típico do país anfitrião.
A APEC se mantém através de contribuições anuais de seus países membros. Desde 1999 estas contribuições totalizaram 3,38 milhões de dólares. Este dinheiro é usado para manter uma pequena secretaria em Singapura e para apoiar os projetos da APEC. Desde 1997 o Japão vem contribuindo com uma quantia extra para projetos, que varia entre US$ 2,7 e US$ 4,2 milhões dependendo do valor em relação ao Iene. Os outros países também contribuem com um dinheiro extra para projetos ou outros interesses de seus líderes (como encorajar a participação de empresas não governamentais), além de enviar profissionais para as reuniões e para a secretaria do grupo.
A APEC é dividida em quatro grupos ou comitês, cada um responsável por determinada seção. O BMC é responsável pelos orçamentos e administração. O CTI comanda a facilitação e liberalização dos investimentos e do comércio. O EC conduz pesquisas e discussões que dizem respeito à economia. E o ESC auxilia os líderes dos países membros na administração e coordenação das agendas.
Cada país membro deve entregar, anualmente, um IAP (Individual Action Plan), no qual irá traçar seus objetivos individuais quanto à abertura do comércio e os investimentos. Simultaneamente ao IAP é desenvolvido o CAP (Collective Action Plan). Este traça as ações que deverão ser seguidas por todos os países membros quanto à abertura do comércio e os investimentos.
Todos os anos acontecem as seguintes reuniões:
A criação da APEC muito contribuiu para o crescimento e desenvolvimento da região pacífico-asiática. Em sua primeira década de existência, 195 milhões de empregos foram criados, sendo 174 milhões nos países em desenvolvimento. O PIB da região triplicou e o dos países em desenvolvimento cresceu cerca de 70%. Investimentos internacionais aumentaram em 210% em toda a região e em 475% nos países em desenvolvimento. As exportações cresceram 113%, passando para mais de US$25 Trilhões. A segurança contra o terrorismo e contra doenças infecciosas também aumentou.
Atualmente a APEC engloba quase metade da população mundial, ou seja, cerca de 3 bilhões de pessoas; seu PIB é de aproximadamente US$60 trilhões, 60% do PIB mundial; é responsável por cerca de 50% do comércio mundial, movimentando US$28 Trilhões em exportações e US$30 Trilhões em importações.
A APEC é formada por países muito distintos, econômica, política, social e culturalmente. Temos a maior potência mundial, o Japão e a China lado a lado com diversos países subdesenvolvidos. Para os EUA, a área de livre comércio é muito vantajosa, já que os principais produtos que importa são primários e matéria-prima, e exporta produtos industrializados. Já para os países subdesenvolvidos, a vantagem não é tão grande, já que eles aumentam a exportação, mas continuam dependentes da economia de países desenvolvidos.
Alguns países do leste africano questionam o objetivo da APEC, que acaba atuando como um mecanismo para abrir mercados e aumentar os lucros de países desenvolvidos, sem necessariamente beneficiar o conjunto da região.
Em 9 de setembro de 2005, os ministros das Finanças dos países membros da APEC se reuniram na Coreia e decidiram se unir para combater a alta do petróleo. Em um comunicado conjunto, os 21 membros da organização pediram “investimentos apropriados na produção de petróleo, nas capacidades de refinamento, além da transferência de tecnologia para a economia de energia”. Os ministros das Finanças pediram também uma redução nos sistemas de subsídio dos preços do combustível que mantêm artificialmente baixo o preço da gasolina ao consumidor, causando uma “distorção da demanda”. Vários países asiáticos, incluindo a China e a Indonésia, ainda dispõem de tais sistemas.
A China tem o maior percentual de crescimento entre os países membros da APEC, chegando a 7,8% mesmo com a epidemia de SARS em 2003, e não ficando abaixo de 7% nos anos seguintes. O país é considerado a locomotiva do crescimento de todo o bloco. Depois dela temos a economia do Vietnã e Tailândia, que apresentam crescimentos notórios, seguidos, surpreendentemente, pelos EUA e Japão, países que há muito não apresentavam tão significativo desenvolvimento, tendo o Japão sido considerado o “doente da Ásia”.
A explicação para esse crescimento é a chamada “economia de conhecimento”. Segundo estudos, quanto maior é o progresso do país nos setores baseados no conhecimento, (informática, comunicações e pesquisa) maiores são seus índices econômicos gerais e mais seguro é seu crescimento. A ciência universitária e corporativa, a compra e venda de informações e propriedade intelectual, a aplicação de conhecimentos na atividade empresarial formam um sistema que foi chamado de “produção de conhecimentos”. E esta é uma produção que, como se torna agora evidente, muda os destinos de países inteiros e promove o desenvolvimento de toda a região. Vale destacar a situação da Rússia perante esse novo sistema, que apresentou um crescimento de 6% e que graças ao seu potencial da “economia do conhecimento” pode depositar esperanças no prosseguimento deste crescimento.
Membro (nome usado na APEC) | Data de adesão |
---|---|
Austrália | Novembro de 1989 |
Brunei Darussalam | Novembro de 1989 |
Canadá | Novembro de 1989 |
Estados Unidos | Novembro de 1989 |
Indonésia | Novembro de 1989 |
Japão | Novembro de 1989 |
Coreia do Sul | Novembro de 1989 |
Malásia | Novembro de 1989 |
Nova Zelândia | Novembro de 1989 |
Filipinas | Novembro de 1989 |
Singapura | Novembro de 1989 |
Tailândia | Novembro de 1989 |
Taipé Chinesa[nota 1] | Novembro de 1991 |
Hong Kong[6] | Novembro de 1991 |
China | Novembro de 1991 |
México | Novembro de 1993 |
Papua Nova-Guiné | Novembro de 1993 |
Chile | Novembro de 1994 |
Peru | Novembro de 1998 |
Rússia | Novembro de 1998 |
Vietnã | Novembro de 1998 |
Todos os anos, os líderes das economias membros da APEC reunir-se-ão para discutir a situação financeira entre si e na região. No entanto, apenas uma das economias membros acolherá a cimeira, e esta será selecionada aleatoriamente anualmente.
Ano | Data | País | Cidade |
---|---|---|---|
1989 | 6 a 7 de novembro | Austrália | Camberra |
1990 | 29 a 31 de julho | Singapura | Singapura |
1991 | 12 a 14 de novembro | Coreia do Sul | Seul |
1992 | 10 a 11 de setembro | Tailândia | Banguecoque |
1993 | 19 a 20 de novembro | Estados Unidos | Seattle |
1994 | 15 a 16 de novembro | Indonésia | Bogor |
1995 | 18 a 19 de novembro | Japão | Osaka |
1996 | 24 a 25 de novembro | Filipinas | Manila |
1997 | 24 a 25 de novembro | Canadá | Vancouver |
1998 | 17 a 18 de novembro | Malásia | Kuala Lumpur |
1999 | 12 a 13 de setembro | Nova Zelândia | Auckland |
2000 | 15 a 16 de novembro | Brunei | Bandar Seri Begawan |
2001 | 20 a 21 de outubro | China | Xangai |
2002 | 26 a 27 de outubro | México | Cabo San Lucas |
2003 | 20 a 21 de outubro | Tailândia | Banguecoque |
2004 | 20 a 21 de novembro | Chile | Santiago |
2005 | 18 a 19 de novembro | Coreia do Sul | Busan |
2006 | 18 a 19 de novembro | Vietname | Hanói |
2007 | 8 a 9 de setembro | Austrália | Sydney |
2008 | 22 a 23 de novembro | Peru | Lima |
2009 | 14 a 15 de novembro | Singapura | Singapura |
2010 | 13 a 14 de novembro | Japão | Yokohama |
2011 | 12 a 13 de novembro | Estados Unidos | Honolulu |
2012 | 9 a 10 de setembro | Rússia | Vladivostoque |
2013 | 5 a 7 de outubro | Indonésia | Bali |
2014 | 10 a 11 de novembro | China | Pequim |
2015 | 18 a 19 de novembro | Filipinas | Cebu |
2016 | 19 a 20 de novembro | Peru | Lima |
2017 | 10 a 11 de novembro | Vietname | Da Nang |
2018 | 17 a 18 de novembro | Papua-Nova Guiné | Porto Moresby |
2019 | Chile | Santiago | |
2020 | 20 de novembro | Malásia | Kuala Lumpur (Realizado virtualmente) |
2021 | 12 de novembro | Nova Zelândia | Auckland (Realizado virtualmente) |
2022 | 18 a 19 de novembro | Tailândia | Banguecoque |
2023 | 15 a 17 de novembro | Estados Unidos | São Francisco |
2024 | 10 a 16 de novembro | Peru | Cusco |
2025 | A ser anunciado | Coreia do Sul | A ser anunciado |
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