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empresa brasileira de capital aberto que atua na geração e transmissão de energia em alta e extra-alta tensão Da Wikipédia, a enciclopédia livre
A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) é uma sociedade anônima de capital aberto que atua na geração e transmissão de energia em alta e extra-alta tensão, explorando a bacia hidrográfica do rio São Francisco, com sede no Recife.
Chesf | |
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Razão social | Companhia Hidrelétrica do São Francisco |
Empresa de capital aberto | |
Slogan | Energia para novos tempos |
Atividade | Energia Elétrica |
Gênero | Sociedade anônima |
Fundação | 3 de outubro de 1945 (79 anos) |
Fundador(es) | Brasil sob a presidência de Getúlio Vargas, tendo como articulador principal o presidente |
Sede | Recife, PE |
Proprietário(s) | Eletrobras |
Presidente | Antônio Varejão |
Produtos | Geração e transmissão de energia elétrica |
Website oficial | www.chesf.com.br |
Em 1576, o historiador e cronista português Pero de Magalhães Gândavo, esteve no rio São Francisco e descreveu que o rio era navegável, mas que a partir de um ponto não se podia passar, em razão da existência de uma grande cachoeira.[1]
Em 1801, o naturalista José Vieira Couto escreveu a respeito da potencialidade oferecida pelo São Francisco para beneficiar a agricultura de suas regiões ribeirinhas.[1]
O aproveitamento da energia hidráulica de Paulo Afonso, na divisa de Alagoas com a Bahia, é uma antiga aspiração. Vários pedidos relativos à exploração do seu potencial hidráulico foram feitos ao longo dos anos.[1]
Em 1910, o cidadão inglês Richard G. Reidy solicitou a concessão das cachoeiras de um trecho do rio, mas a solicitação foi indeferida pelo governo do Marechal Hermes da Fonseca.[1][2]
Em 1913, o industrial cearense Delmiro Gouveia foi o primeiro a utilizar a força da cachoeira, instalando ali a Usina Hidrelétrica de Angiquinho para movimentar sua fábrica de fios e linhas.[2]
Em 1921, foi realizado primeiro levantamento topográfico da cachoeira de Paulo Afonso. Os estudos foram ampliados na década de 1940.[2]
Em 1944, o engenheiro agrônomo pernambucano Apolônio Sales, ministro da Agricultura do governo Getúlio Vargas, apresentou a proposta de criação da Chesf como empresa pública sob controle da União e que seria responsável pela construção de uma grande central geradora em Paulo Afonso, como instrumento para o desenvolvimento econômico da região Nordeste.[2]
A Chesf foi criada durante o Estado Novo, pelo presidente Getúlio Vargas através do Decreto-Lei nº 8.031 de 3 de outubro de 1945, e constituída na primeira assembleia geral de acionistas, realizada em 15 de março de 1948. Foi a primeira empresa pública de eletricidade do país.[2]
Desde o primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945), quando se implantou uma vigorosa política de substituição das importações, ficou assentado que os grandes empreendimentos, de interesse estratégico para o desenvolvimento do país, deveriam ficar sob tutela estatal. Criaram-se então, a Companhia Siderúrgica Nacional (1940), a Companhia Vale do Rio Doce (1942), e a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (1945). No seu segundo governo (1951-1954), foi fundada a Petrobrás - Petróleo Brasileiro S/A (1953).[3]
Em 15 de janeiro de 1955, a Chesf inaugurou a usina de Paulo Afonso I.[2]
Com a reestruturação do setor elétrico na década de 1960, tornou-se uma subsidiária da Eletrobras, vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Na época, havia uma crescente demanda por energia elétrica necessária para a industrialização e uma carência de investimentos por parte da concessionárias privada para a expansão do setor elétrico do país, o que promoveu a entrada do Estado no setor energético.[4]
Em 1967, foi concluída a usina de Paulo Afonso II.[4]
Em 1973, a Chesf absorveu a Companhia Hidro Elétrica de Boa Esperança (Cohebe), responsável pela construção da Usina Hidrelétrica de Boa Esperança em 1970, no rio Parnaíba, na divisa entre Piauí e Maranhão. Outras usinas também foram incorporadas, como as de Bananeiras, Funil, Curemas e Araras.[4]
Na década de 1970, a Chesf atuou simultaneamente na construção de várias obras. Em 1974, foi concluída a Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso III. A Usina Hidrelétrica de Moxotó (Apolônio Sales) entrou em operação em abril de 1977. A Usina de Paulo Afonso IV entrou em operação no ano de 1979. Também atuou na expansão de sistemas de transmissão no Nordeste.[4]
Em 1975, a sede da Chesf foi transferida do Rio de Janeiro para Recife. [4]
Em 1981, foi concluída a interligação dos sistemas de transmissão do Norte-Nordeste, possibilitando o intercâmbio de energia entre a Chesf e a Eletronorte, que estava construindo a hidrelétrica de Tucuruí.[4]
Para o pleno aproveitamento do Complexo Hidrelétrico de Paulo Afonso, seria necessária a regularização da vazão do rio São Francisco. Em 1973, foi iniciada a construção da Barragem de Sobradinho, formando um dos maiores lagos artificiais do mundo, com 4 214 quilômetros quadrados de área e 32,2 quilômetros cúbicos de água, além de aproveitamento para construção da Usina Hidrelétrica de Sobradinho. A barragem foi inaugurada em outubro de 1978; a primeira unidade da usina em novembro de 1979; em 1980, a eclusa que permite a navegação entre Pirapora e Juazeiro. A obra envolveu o deslocamento de 70 mil pessoas.[4]
Em 1988, foi inaugurada a Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga (Itaparica). Entre 1994 e 1997, os geradores da usina de Xingó entraram em operação. A usina tem 3162 MW de capacidade e é a maior da Chesf e uma das maiores do país.[4]
A companhia chega ao século XXI com a missão de produzir, transmitir e comercializar energia elétrica para a Região Nordeste do Brasil. Atende tradicionalmente a oito estados do Nordeste (Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí). Com a abertura permitida pelo novo modelo do setor elétrico brasileiro, a Eletrobras Chesf tem contratos de venda de energia em todos os submercados do Sistema Interligado Nacional (SIN).
A partir de 2006, a Chesf voltou a investir na construção de usinas hidrelétricas, participando de usinas na Amazôniaː Usina Hidrelétrica de Jirau, Usina Hidrelétrica de Belo Monte, Usina Hidrelétrica de Sinop e Usina Hidrelétrica Dardanelos. A partir de 2010, passa a atuar na construção de usinas eólicas.[4]
Em 14 de junho de 2022, foram vendidas 802,1 milhões de ações da Eletrobrás, com um preço base de R$ 42, em uma operação que movimentou R$ 33,7 bilhões. Com isso, a participação da União no capital votante da estatal foi reduzida de 68,6% para 40,3%.[5]
Entre os principais acionistas estão o GIC, fundo soberano de Singapura, o veículo de investimentos de fundo de pensão canadense CPPIB e a gestora brasileira 3G Radar, ligada ao 3G Capital.[5]
A Chesf é uma das maiores geradoras de energia elétrica do Brasil, com 10.460.430 kW de potência instalada. Opera doze usinas hidrelétricas e catorze usinas eólicas.[6]
A maior usina hidrelétrica construída do sistema Chesf é Xingó, com 3.162 MW de potência instalada.
Em 2018 iniciou a produção de energia através de fonte solar com a implantação da Plataforma Fotovoltaica de Petrolina, com 2,5 MW, instalada no Centro de Referência de Energia Solar de Petrolina, o CRESP.
Usinas hidrelétricas:[6]
Pequenas centrais hidrelétricas (PCH):[6]
Usinas eólicas:[6]
Participações em usinas (SPE)ː[6]
A Chesf possui um sistema de transmissão com abrangência nos nove estados do Nordeste, composto por 136 subestações (sendo 15 de propriedade de terceiros onde a Chesf possui ativos), o que representa cerca de 38% das instalações operacionais de transmissão do Grupo Eletrobras, totalizando uma capacidade de transformação de 70.296,37 MVA (geração + transmissão), além de 21.801,22 km de linhas de transmissão de corrente alternada, nas tensões de 500, 230, 138 e 69 kV, que tem a finalidade de transportar tanto a energia gerada pelas usinas próprias quanto a recebida do Sistema Interligado Nacional (SIN).[6]
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