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O Cerco da Lapa foi um episódio militar envolvendo o Exército Brasileiro, a Guarda Nacional, a Polícia Militar do Paraná e voluntários, que ocorreu durante a Revolução Federalista no início de 1894, quando a cidade de Lapa tornou-se arena de um sangrento confronto entre as tropas republicanas, os chamados pica-paus (legalistas), e os maragatos (federalistas), contrários ao sistema presidencialista de governo. Os legalistas resistiram ao cerco por 26 dias, mas sucumbiram pela falta de munição e comida.[2]
Cerco da Lapa | |||
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Revolução Federalista | |||
O Coronel Gomes Carneiro e os heróis da Lapa | |||
Data | 14 de janeiro – 11 de fevereiro de 1894[1] | ||
Local | Lapa, Paraná | ||
Desfecho | Vitória pírrica federalista | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Forças | |||
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A batalha deu ao Marechal Floriano Peixoto, chefe da República, tempo suficiente para reunir forças e deter as tropas federalistas. Ao todo foram 938 homens entre forças regulares e civis voluntários, lutando contra as forças revolucionárias formadas por três mil combatentes. Os restos mortais do General Carneiro, assim como de muitos outros que tombaram durante a resistência, estão sepultados no Panteão dos Heróis.
Os meios da política do Paraná não se sentiram com entusiasmo a partir do princípio pela ideia da república. O manifesto republicano de 1870, favorável ao regime republicano, divulgado na província paulista, mais precisamente na Convenção de Itu, não era grandemente repercutido na província paranaense.[3]
As ideias da república só ganharam força em 1888, na época em que um líder local de prestígio, Vicente Machado da Silva Lima, fez sua adesão estardalhaçando maiormente a causa da república, pregando ser necessária a descentralização da administração pública para proporcionar maior autonomia às províncias. Os meios de comunicação que difundiam as ideias da república foram o jornal A República, o Clube Republicano de Curitiba, fundado em 1885, e o Clube Republicano de Paranaguá, em 1887.[3]
Diversos fatores foram favoráveis à difusão das ideias da república: a terceira idade do Imperador do Brasil Dom Pedro II; o isolamento do Império do Brasil, única monarquia na parte meridional da América Latina; e a atitude indiferente com que os fazendeiros passaram a tratar o regime monárquico depois de 13 de maio de 1888, data de assinatura da abolição da escravatura, que lhes trouxe prejuízo com sensibilidade.[3]
Assim se explica a inexistência prática de qualquer reação popular à nova forma de governo: a população do Paraná continuou com indiferença, recebendo o regime republicano sem se manifestar, e estranha a tudo o que mudava na política.[3]
O número de deputados que defendiam o desejo pela república no Paraná era de apenas um, dos 20 monarquistas de que era composta a antiga Assembleia Provincial.[4]
Ambos os maiores partidos políticos que existiram em tempos imperiais, o Partido Liberal e o Partido Conservador, foram adaptados às novas condições circunstanciais. O Partido Conservador, cujo líder era Ildefonso Pereira Correia, o futuro Barão do Cerro Azul, este autorizando depois a chefia por desejo de seu colega Vicente Machado da Silva Lima, foi transformado no Partido Republicano Federal, e os antigos liberais, cujo chefe era Generoso Marques dos Santos, foram os fundadores do Partido Republicano Paranaense. Os antigos liberais, que receberam afastamento do governo em 1889 com a Proclamação da República no Brasil, voltaram ao poder nas eleições estaduais no Paraná em 1891, em que se elegeu como presidente do Estado o doutor Generoso Marques dos Santos, substituindo a junta de governo dirigente estadual que esteve no poder a partir de 15 de novembro. Mas seu governo durou pouco tempo, por causa da mudança que ocorreu na política do Brasil, quando Manuel Deodoro da Fonseca renunciou, após o golpe de Estado que não teve êxito. De qualquer maneira, este governo que durou pouco tempo, deu assinatura à primeira constituição do Paraná, em 1891.[4]
O então vice-presidente Floriano Peixoto, que assumiu o cargo de presidente da República dos Estados Unidos do Brasil, como era assessor do então presidente Manuel Deodoro da Fonseca, deu afastamento do poder aos poderes executivo e legislativo de todos os 20 estados brasileiros da época que tinham apoiado a Proclamação da República. O estado paranaense foi administrado pela segunda vez por uma junta militar. Esta tinha a intenção de convocar segundas eleições de acordo com novas regras de eleição, com características bem marcantes da república:[4]
A nova administração, tanto governadoria como Assembleia Legislativa, tomou posse no mês de fevereiro do ano de 1892. Deste modo, passou a chefiar no poder o Partido Republicano Federal, do qual se elegeu governador o doutor Francisco Xavier da Silva, cujo vice foi o doutor Vicente Machado da Silva Lima, este o líder de maior prestígio do estado na época.[4]
O então presidente da República dos Estados Unidos do Brasil Floriano Peixoto desconfiava das tendências da política da monarquia imperial e do sistema parlamentar de governo de Silveira Martins, embora Castilhos tenha apoiado o ex-presidente Manuel Deodoro da Fonseca.[5]
Nas eleições estaduais no Rio Grande do Sul, em 1893, foi eleito governador, com a maioria absoluta dos votos válidos, o jornalista Júlio de Castilhos. Os partidários do Partido Federalista do Rio Grande do Sul, liderados por Gaspar Silveira Martins, que estiveram insatisfeitos com a derrota, resolveram invadir o Paraná em 1893, com tropas que vieram do Uruguai, onde se organizaram.[5]
Então começou a Revolução Federalista, a mais bárbara já ocorrida em território brasileiro, que se ensanguentou por muito tempo em diversas unidades federativas do Brasil.[5]
Em 21 de dezembro de 2017, foi sancionado pelo Presidente Michel Temer o projeto de Lei que criou o Dia Nacional do Cerco da Lapa (Lei 13.570, de 21 de dezembro de 2017) a ser comemorado todo dia 9 de fevereiro.[6]
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