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O Castelo de Torres Vedras localiza-se na freguesia de Santa Maria, São Pedro e Matacães, na cidade e no Município de Torres Vedras, região Oeste e distrito de Lisboa, em Portugal.
Castelo de Torres Vedras | |
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Castelo de Torres Vedras e Igreja de Santa Maria, Portugal. | |
Informações gerais | |
Construção | Desconhecido |
Aberto ao público | |
Estado de conservação | Razoável |
Património de Portugal | |
Classificação | Imóvel de Interesse Público [♦] |
DGPC | 74111 |
SIPA | 6348 |
Geografia | |
País | Portugal |
Localização | Santa Maria do Castelo e São Miguel |
Coordenadas | 39° 05′ 41″ N, 9° 15′ 40″ O |
Localização em mapa dinâmico | |
[♦] ^ DL 41.191 de 18 de Julho de 1957. |
Ergue-se em posição dominante sobre um monte escarpado e íngreme, envolvido pela malha urbana e por arvoredo.
A primitiva ocupação humana de seu sítio remonta à Invasão romana da Península Ibérica, conforme o demonstram diversos testemunhos arqueológicos, como lápides, moedas e outros artefatos, atualmente no Museu Municipal, assim como a análise da argamassa na alvenaria de uma das cisternas do castelo. Embora Pinho Leal remonte a primitiva fortificação de Torres Vedras aos Godos ou aos Alanos (Portugal Antigo e Moderno), terão sido os Muçulmanos que a terão reedificado.
À época da Reconquista cristã da Península Ibérica, no contexto da conquista de Santarém (1147), a fortificação de Torres foi tomada em 1148 pelas forças de D. Afonso Henriques (1112-1185). No ano seguinte, o soberano doou os domínios da povoação e seu castelo a D. Fuas Roupinho, nobre a quem se atribuiu a reconstrução e reforço das muralhas da fortificação.
Desse modo consta ter resistido em 1184, por onze dias, ao assédio que em vão lhe foi imposto por uma coluna das tropas muçulmanas espalhadas pela região de Santarém, após o insucesso do ataque aquela cidade sob o comando do califa almóada Abu Iacube Iúçufe I (r. 1163–1184).
Recebeu, mais tarde, as atenções de Dinis I de Portugal (1279-1325), que reforçou e lhe ampliou as defesas (1288), e de D. Fernando (1367-1383), que lhe mandou reparar a cerca da vila (1373).
À época da crise de 1383-1385, tendo o seu Alcaide-mor, João Duque, tomado partido por D. Beatriz, sofreu assédio das forças do Mestre de Avis, em fins de 1384. A sua defesa assim foi descrita à época:
A povoação e o seu castelo constituíram-se em residência temporária de diversos reis de Portugal, entre os quais D. João I (1385-1433), o qual reuniu aqui o Concelho para decidir sobre a conquista de Ceuta, marco inicial dos Descobrimentos portugueses.
Sob o reinado de D. Manuel (1495-1521), a vila recebeu o Foral Novo (1510), tendo o soberano lhe determinado obras de reconstrução nas defesas (1516), das quais são testemunhos a Porta em arco ogival, encimado pelas armas do soberano, ladeadas por esferas armilares com a Cruz de Cristo. Essas obras na cerca da vila prosseguiam ainda em 1519.
Durante a Dinastia Filipina, forças sob o comando de D. António, prior do Crato, desembarcado em Peniche pela armada de Sir Francis Drake, marchando sobre Lisboa, chegaram a tomar o Castelo de Torres Vedras (1589), sendo, entretanto, desalojadas em seguida por Manuel Martins Soares e pelo Capitão António Pereira, quase sem resistência, obrigando D. António a retornar ao exílio.
No alvorecer do século XVII, de acordo com o Auto de Posse de D. João Soares de Alarcão e Melo, Alcaide-mor de Torres Vedras (1604), dá-se conta de que os muros do castelo apresentavam ruína em diversos troços e que a barbacã encontrava-se desmantelada.
Em meados do século XVIII o terramoto de 1755 causou o desmoronamento das edificações internas do castelo, bem como do remate das suas muralhas. Em um período posterior a 1790, a Câmara Municipal deixou de arrendar área junto às muralhas do castelo para sementeira, devido ao adiantado estado de ruína da mesma. Talvez por essa razão de perigo iminente, a Vereação tenha ordenado, em 1792, que ninguém retirasse pedra alguma dos muros, casas ou cisternas do castelo.
No contexto da Guerra Peninsular, o antigo castelo medieval viu a sua posição ser revalorizada quando da construção das chamadas Linhas de Torres. À época, a sua estrutura foi reaproveitada para a instalação de artilharia e as suas dependências utilizadas como reduto n° 27 do 1º Distrito das Linhas de Torres (1810).
Posteriormente, durante as Guerras Liberais, foram reconstruídos os troços de muralha a Leste e alguns torreões do lado Norte, sob a direção do Corregedor Lourenço Homem da Cunha de Eça (1830). Utilizado como quartel das tropas sob o comando do Conde de Bonfim, foi bombardeado em Dezembro de 1846 pelas do Marechal Saldanha, o que acarretou a explosão do paiol de pólvora e a sua consequente rendição.
Vinte anos mais tarde, em 1866, o troço da muralha do lado da rua dos Polomes foi reparada por soldados sapadores.
Afetado à Câmara Municipal de Torres Vedras por auto de 11 de Julho de 1940, recebeu algumas obras de restauro (1947), vindo a ser classificado como Imóvel de Interesse Público por Decreto publicado em 18 de Julho de 1957.
Ao final da década de 1950 iniciaram-se novos trabalhos de reparação em suas muralhas, que se estenderam até ao final do século XX, compreendendo trabalhos de consolidação, restauro, beneficiação e conservação. Em meados da década de 1980 procederam-se escavações arqueológicas, sob a supervisão do IPPC.
Novos trabalhos arqueológicos têm sido levados a cabo no castelo - os últimos dos quais em 2001, organizados pelo Museu Municipal de Torres Vedras . As escavações tiveram como objectivo procurar vestígios numa antiga lixeira medieval situada em frente ao torreão norte. Entre os vestígios encontrados contabilizaram-se diversos ossos de animais, que permitiram conhecer mais aprofundadamente os hábitos alimentares da nobreza medieval.
O castelo apresenta os estilos gótico e manuelino, constituído pelas seguintes estruturas:
A cerca da vila desapareceu quase por completo, ainda que, em 1830, tenha se procedido a reconstrução dos troços Oeste e Norte.
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