Loading AI tools
Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O Campeonato Paulista de Futebol de 1990 foi uma competição oficial realizada pela Federação Paulista de Futebol e marcada por ter uma final totalmente inédita e inesperada. Pela primeira vez desde que o torneio começou a ser disputado, duas equipes do interior de São Paulo disputaram a final do campeonato.
Campeonato Paulista de Futebol de 1990 | ||||
---|---|---|---|---|
Campeonato Paulista da Primeira Divisão de Futebol Profissional de 1990 | ||||
Dados | ||||
Participantes | 24 | |||
Período | 27 de janeiro – 26 de agosto | |||
Gol(o)s | 793 | |||
Partidas | 422 | |||
Média | 1,88 gol(o)s por partida | |||
Campeão | Bragantino (1º título) | |||
Vice-campeão | GE Novorizontino | |||
Melhor marcador | Alberto (Ituano) Rubem (Guarani) Vônei (Ferroviária) (12 gols)[1] | |||
|
A final, que ficou conhecida como "final caipira", foi entre Bragantino, de Bragança Paulista, e Novorizontino, de Novo Horizonte.
Com dois empates por 1 a 1 (o primeiro jogo foi realizado em Novo Horizonte, e o segundo, em Bragança Paulista) e novo empate, desta vez sem gols, na prorrogação, a equipe de Bragança Paulista, que tinha a vantagem de dois empates por ter feito melhor campanha e era comandada na época pelo ainda pouco conhecido Vanderlei Luxemburgo, conquistou o primeiro título de sua história.
Coroando ainda mais a participação do interior no futebol paulista, na categoria aspirantes o Noroeste, de Bauru, conquistou o título, com um time-base que revelou vários atletas que ficaram posteriormente conhecidos no cenário profissional, sendo o zagueiro Emerson (São Paulo, Botafogo) e o volante Claudecir (São Caetano e Palmeiras) dois dos mais conhecidos.
O Paulistão de 1990, com a participação de 24 clubes, era dividido em três fases:
Primeira fase: Os 24 clubes foram divididos em dois grupos de doze times cada, conforme a classificação deles no Campeonato Paulista de 1989. Nesta fase, os times de um grupo jogaram contra os times do outro.
Segunda fase: Nesta fase, os times jogaram dentro dos próprios grupos. A pontuação da primeira fase foi mantida, e os sete primeiros colocados do grupo I e os cinco melhores colocados do grupo II classificaram-se à terceira fase. O campeão de cada grupo ganhou vaga para a Copa do Brasil de 1991. Os demais clubes disputariam a repescagem.
Repescagem: Doze clubes eliminados da primeira fase foram divididos em dois grupos e jogaram em turno e returno. Dentro de cada grupo, os times jogariam entre si, em turno e returno. Apenas os campeões de cada grupo disputarão a segunda fase, enquanto os demais clubes estariam fora da disputa do título, e jogariam em um grupo separado dos catorze melhores colocados no campeonato do ano seguinte.
Terceira fase: Os doze melhores colocados da primeira fase e os dois melhores da repescagem foram separados em dois grupos de sete times cada. Dentro de cada grupo, os times jogaram entre si, em turno e returno. Os campeões dos grupos foram à final.
Finais: Os dois campeões dos dois grupos da segunda fase fizeram a final do campeonato em dois jogos, na casa de cada time. Caso os dois resultados fossem idênticos, seria realizada uma prorrogação. O time com a melhor campanha nas fases anteriores jogou pelo empate na prorrogação.
Rebaixamento: Não ouve rebaixamento.
Assim como nos campeonatos anteriores de 1988 e 1989, o regulamento de 1990 determinava que não haveria descenso de qualquer equipe, como afirma, por exemplo, o jornalista Paulo Vinícius Coelho.[2] O regulamento do campeonato daquele ano afirma, in verbis, em seu Artigo 5º:
Parágrafo 1º - "Para o Campeonato da Primeira Divisão de Futebol Profissional de 1991, o Grupo I será constituído pelas 14 associações classificadas para disputar a quarta fase do Campeonato de 1990 e o Grupo II será constituído pelas dez associações restantes que não se classificaram para a quarta fase e mais quatro advindas da Divisão Especial de 1990."
Parágrafo 2º - "No campeonato da primeira divisão de futebol profissional de 1990, não haverá descenso à divisão especial de futebol profissional. Mas a partir de 1991, ou a cada ano, haverá o descenso de uma associação da Primeira Divisão de Futebol Profissional e o acesso de uma associação da Divisão Especial de Futebol Profissional."
Ignorando o regulamento do campeonato, o jornal Folha de S.Paulo publicou no dia seguinte como manchete o rebaixamento do São Paulo.[3] Já o jornal O Estado de S. Paulo tratou o caso como uma simples desclassificação, explicando como seria o regulamento do Paulistão de 1991. "O campeonato de 1991 terá 28 times divididos em dois grupos de 14", escreveu o jornalista do Estadão. "O São Paulo terá de ficar entre os primeiros nas duas primeiras fases para, na quarta [sic], voltar a enfrentar Coríntians [sic], Palmeiras, Portuguesa e Santos."[4] No dia seguinte, o mesmo jornal afirmou mais uma vez: "O São Paulo vai disputar o Paulista de 1991 no grupo 'B', que incluirá os dez piores times deste ano e mais os quatro melhores colocados na Divisão Especial, mas não está, desde já, afastado da briga pelo título da Primeira Divisão, como alguns, erradamente, interpretaram."[5] O Estadão argumenta, nessas reportagens publicadas no dia seguinte à eliminação, que tal regulamento já previa naquele instante que os times relegados ao Grupo B disputariam o título paulista de 1991 contra os classificados no Grupo A. Assim, não teria havido uma mudança radical no regulamento do Paulistão de 1991, feita posteriormente à desclassificação do São Paulo, a chamada "virada de mesa".
O regulamento de 1990 causa, entretanto, até hoje polêmica e discussões sobre o suposto rebaixamento do São Paulo para a segunda divisão do Campeonato Paulista. Em 2009, o guia oficial do Campeonato Paulista daquele ano, distribuído pela própria FPF, informou que o São Paulo não havia se classificado "nem na repescagem" e que havido sido "rebaixado para a segunda divisão" na disputa de 1990, ignorando, portanto, o regulamento do campeonato que explicitamente afirmava que não haveria rebaixamento em 1990.[6] Dias depois, após protestos da diretoria do São Paulo, a FPF voltou atrás, renegando o próprio guia. A entidade culpou o historiador Rodolfo Kussarev pelas informações. Kussarev, por sua vez, assumiu a responsabilidade pelas informações e alegou ter usado como base o livro A História do Campeonato Paulista, dos jornalistas André Fontenelle e Valmir Storti, lançado pela Publifolha em 1997.[7]
Após este conflito de ideias e de acusações de lado a lado, Fontenelle, que trabalhou na Folha na década de 1990 e foi chefe do jornalista Paulo Vinícius Coelho na revista Placar, elaborou artigo na versão online da revista Época, afirmando que houve a queda da equipe do Morumbi para a Série B do Paulistão, porém sem demonstrá-la com base nos regulamentos oficiais, tratando-se, portanto, de mera opinião pessoal do jornalista.[8] "O clube do Morumbi caiu, sim", disse o jornalista da Época. "Houve a virada de mesa e, embora o São Paulo tenha disputado o equivalente à segunda divisão em 1991, classificou-se para as finais, eliminando o Palmeiras, que vinha do grupo mais forte", destaca o jornalista, já se referindo também ao Campeonato Paulista de 1991.
Em outro texto veiculado em 2009 no site Lancenet, do jornal esportivo Lance!, o jornalista Mauro Beting também abordou o assunto polêmico, avaliando que uma "brilhante sacada regulamentar" impediu o rebaixamento do São Paulo à segunda divisão do estadual. "No frigir das bolas: o São Paulo começou o SP-91 na divisão inferior — mas não foi tecnicamente rebaixado. A mesa não foi virada para beneficiar o São Paulo — apenas foi um truque discutível da FPF, ainda em 1990, e sem saber que um grande passaria pelo vexame tricolor, para rebaixar sem ações na Justiça dez clubes do SP-90 para o SP-91", escreveu o jornalista.[9]
Em 2021 por meio de uma brincadeira em suas redes sociais, o perfil oficial do Paulistão deu fim à polêmica, o perfil oficial do Campeonato Paulista respondeu um seguidor que havia questionado se o São Paulo havia sido rebaixado no campeonato de 1990 e a resposta foi:
"Mentira. O regulamento do Paulista de 1990 não previsa rebaixamento para a chamada Divisão Especial."
FPF bate o martelo e diz que São Paulo não foi rebaixado no Paulistão de 1990 ponto ao fim uma das maiores polêmicas do futebol brasileiro é o rebaixamento ou não do São Paulo no Campeonato Paulista de 1990. Segundo a Federação Paulista de Futebol, a resposta é não.
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
Every time you click a link to Wikipedia, Wiktionary or Wikiquote in your browser's search results, it will show the modern Wikiwand interface.
Wikiwand extension is a five stars, simple, with minimum permission required to keep your browsing private, safe and transparent.