Boqueirão
município brasileiro localizado na Região Metropolitana de Campina Grande, estado da Paraíba Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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Boqueirão é um município brasileiro localizado no Sertão do Cariri (Oriental) Paraibano e na Região Metropolitana de Campina Grande, estado da Paraíba. Sua população em 2011 foi estimada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 16.966 habitantes,[2] distribuídos em 424 km² de área.
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Município do Brasil | |||
Vista parcial da cidade. | |||
Símbolos | |||
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Hino | |||
Gentílico | boqueirãoense | ||
Localização | |||
Localização de Boqueirão na Paraíba | |||
Localização de Boqueirão no Brasil | |||
Mapa de Boqueirão | |||
Coordenadas | 7° 28′ 55″ S, 36° 08′ 06″ O | ||
País | Brasil | ||
Unidade federativa | Paraíba | ||
Região metropolitana | Campina Grande | ||
Municípios limítrofes | Campina Grande, Caturité, Cabaceiras, Riacho de Santo Antônio, Barra de São Miguel e Barra de Santana. | ||
Distância até a capital | 146 km | ||
História | |||
Fundação | 30 de abril de 1959 (65 anos) | ||
Administração | |||
Prefeito(a) | José Marcos de Freitas (PSD, 2021–2024) | ||
Características geográficas | |||
Área total [1] | 424,646 km² | ||
População total (estimativa populacional - IBGE/2011[2]) | 16 888 hab. | ||
• Posição | PB: 47º | ||
Densidade | 39,8 hab./km² | ||
Clima | Tropical Chuvoso, com verão seco. | ||
Altitude | 355 m | ||
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | ||
Indicadores | |||
IDH (PNUD/2000[3]) | 0,608 — médio | ||
PIB (IBGE/2008[4]) | R$ 87 165,875 mil | ||
• Posição | PB: 32º | ||
PIB per capita (IBGE/2008[4]) | R$ 5 338,76 |
Boqueirão, cidade do interior paraibano, foi fundada por volta de 1664/65, por Antônio de Oliveira Lêdo, filho do Capitão-mor Teodósio de Oliveira Ledo e de sua primeira esposa, Isabel Paes, bandeirante, emigrante da Bahia, também Capitão, casado duas vezes, a primeira com Joana Batista Acióli, a segunda, com Emerenciana de Lucena. Ele foi também fazendeiro, possuidor de muito gado no sertão de Piranhas e no Cariri, e faleceu em 1751. Pai de cinco filhos, três do primeiro casamento e dois do segundo .
A família Oliveira Lêdo teve um papel crucial e diferenciador nas entradas de gado no sertão paraibano. Foram os Oliveira Lêdo os primeiros a se situarem no interior da Paraíba, a uma distância superior a 14 léguas de distância do mar.
A priori, se fixaram onde, atualmente, está localizada a cidade de Boqueirão, então denominada Carnoió, terra dos ferozes índios cariris. A fazenda dos Oliveira Lêdo tornou-se, então, o centro irradiador da ocupação do Sertão.
O Arraial de fundação do município, pouco tempo depois, serviu como ponto referencial para aqueles que procuravam passagens para explorar os sertões da Paraíba.
O nome “Boqueirão”, que o Dicionário Aurélio define como [sm. 1. Bocarra; 2. Abertura em encosta marítima, rio ou canal], origina-se, justamente, de um grande corte que o rio Paraíba fez na serra de Cornoió.
Desde o tempo de sua fundação, tornou-se célebre a famosa missa de Natal neste município, pelo fato de arrastar centenas de pessoas para essa liturgia; o que, provavelmente, justificaria, dada a proximidade em datas, a tradição da tão famosa Festa de Janeiro de Boqueirão. Todavia, sobre a origem desta festa, existem apenas conjecturas e algumas versões que não atestam tal relação.
Conta-se que nesta época, uma média de 300 km eram percorridos por gentes vindas do Piranhas e Piancó. Era a fé católico-cristã batendo nos corações nordestinos que buscavam o conforto para a vida e o encontro com Deus. Aliado a isso, o espírito festivo que imperava naquelas pessoas que ansiavam por encontros com familiares, com amigos e diversão as motivavam na busca de entretenimento.
Existem, ainda, no imaginário do cidadão boqueirãoense, muitas histórias, lendas e mitos, acerca da origem do município e seus personagens fundadores, bem como de muitas outras histórias de seus moradores e pessoas de alto prestígio social que passaram por Boqueirão. Tais histórias, ainda hoje, circulam nas rodas de conversa entre amigos que se reúnem no Mercado Público Municipal, histórias reais, ficcionais, tristes e engraçadas, enfim, “causos” que permanecem em aberto para estudos culturais.
A independência do município, no seu aspecto administrativo, ocorreu em 1959, embasada pela Lei n. 2.078 de 30 de abril, desmembrando-se da vizinha cidade de Cabaceiras e ficando formada por 5 distritos, a saber: Sede, Alcantil, Bodocongó, Caturité e Riacho Santo Antonio.
O município de Cabaceiras serviu apenas como limite para o município de Boqueirão, que estava adquirindo sua emancipação administrativa, consequentemente, uma vida própria para alocar individualmente seus recursos.
Na classificação das microrregiões, Boqueirão encontra-se na microrregião dos Cariris Velhos, tendo por limites demarcatórios ou fronteiriços as cidades de Campina Grande, Caturité, Cabaceiras, Barra de Santana e Riacho de Santo Antônio. O seu comércio quando da emancipação política até bem próximo era normalmente feito em Campina Grande, entretanto, a maioria de seus produtos, que são exportados, vão para essa cidade, devido a sua demanda precisar destes produtos, que atendem muito bem àqueles que necessitam.
No aspecto demográfico, constata-se que, em 1960, a população do município era de 19.600 habitantes, com uma densidade demográfica de 15,99 hab/km². Para o ano de 1970 a densidade demográfica era de 20.92 hab/km². Do total da população 12.903 eram do sexo masculino e 13.404 do sexo feminino. Entretanto, na zona rural, viviam em 1970, 21.721 habitantes. Já em 1980 a população municipal era de 30.624 habitantes, sendo 14.874 do sexo masculino e 15.874 do sexo feminino. A densidade demográfica era de 24,36 hab/km². No total da população houve um crescimento apreciável no seu contingente, em todo o território municipal.
Atualmente, cobre uma área de 425 Km2, com uma população de 15. 877 habitantes, com densidade demográfica de 37,4 hab/km², segundo dados do IBGE/2006.
No que se refere a acidentes geográficos, temos, em Boqueirão, a serra de Cornoió com oitocentos metros pertencente ao conjunto da serra da Borborema.
O município está incluído na área geográfica de abrangência do semiárido brasileiro, definida pelo Ministério da Integração Nacional em 2005.[5] Esta delimitação tem como critérios o índice pluviométrico, o índice de aridez e o risco de seca.
No tocante ao aspecto climático, verifica-se o clima quente e seco, com temperatura máxima em torno de 37º e mínima de 16º. O mês de março é o começo da temporada de chuvas, que termina em julho de cada ano. Deste modo, considerando que tal projeção climática não fuja destas perspectivas meteorológicas, o clima da região acaba impulsionando uma economia de subsistência, no cultivo de uma agricultura rasteira e até uma atividade de pesca, que é a salvação daqueles que não tem condições de sobrevivência em outros lugares.
O município apresenta uma estrutura comercial bastante diversificada, com micro e pequenos empresários que investem tanto no comércio de bens de consumo quanto nas construções e moradias; como também, empresários do setor têxtil, tanto artesanal quanto industrial, como é o caso do comércio de tapetes e redes, e da confecção de roupas em jeans.
Com relação à produção artesanal de redes e cobertores, Boqueirão já foi conhecida como uma dos municípios mais ativos na produção e comercialização destes produtos. Todavia, sofreu, durante um longo período, um decréscimo considerável desta atividade comercial.
Boqueirão, antes da emancipação política de seus distritos, cobria aproximadamente 1.257 km², no posto de 3º maior Município do Estado, em extensão territorial na Paraíba.
Através do Projeto Cooperar, o Governo do Estado tem investido em Boqueirão, contemplando 241 famílias, assim distribuídos: agroindústria de Derivados de Cactus, no Sitio Moita; agroindústria de derivados de Cactus, no Sitio Moita, apoio ao artesanato no Sitio Tabuado; sistema de abastecimento d’água singelo no Sitio Tanques / Tanque Comprido; sistema de abastecimento d’água singelo nos sítios Olho d’água e Roberto; sistema de abastecimento d’água singelo, no Sítio Mineiro; e apoio a caprinocultura nos Sítios Carcará / Urubu. Em eletrificação rural, a previsão é de 64 ligações. O Governo também investe na construção de Matadouro Público na cidade.
Um estudo desenvolvido recentemente pela Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (CAGEPA) revelou que o volume hídrico acumulado no açude Epitácio Pessoa(Boqueirão) sofreu uma redução de 67,27% nos últimos 20 anos.
Neste mesmo período, segundo dados da pesquisa, o número de ligações de água em prédios residenciais e comerciais em Campina Grande, por exemplo, aumentou em 102,9%. As ligações de água nos prédios residenciais e comerciais passaram de 40.298, em 1983, para 81.796, em 2003.
A Represa Epitácio Pessoa, de acordo com dados do DNOCS, possui uma extensão 12 410 km², com um espelho d'água de 2 680 hectares, com capacidade máxima (sem ultrapassar a lâmina do vertedouro) de 381 036 000 m³. Construído entre os anos de 1951 e 1956, e inaugurado em 1957, já com mais de meio século de existência, portanto, é responsável pelo abastecimento de mais de 20 cidades.
Tipo de barragem: terra homogênea;
Vertedouro (sangradouro):
Cotas da soleira (altura): - sangradouro principal: 378,36 parte mais alta; 377,86 parte mais baixa. desnível de 0,50 cm de altura na lâmina do vertedouro.
- sangradouro auxiliar: 379,36 - diferença de 1 metro de altura em relação ao sangradouro principal.
Barragem auxiliar (Barragem do sangradouro):
Galeria (túnel, comportas): dois tubos com raio de 3,75 m e 210 m de extensão( da torre de controle ao rio), com vazão de 2, 240 m³ por segundo.
Não se pode deixar de mencionar que Boqueirão exerce uma importância fundamental na economia do Estado da Paraíba, tendo em vista que o açude Epitácio Pessoa acumula uma quantidade de água que beneficia não apenas sua população, mas a população das cidades circunvizinhas, além do que, é das águas do açude Epitácio Pessoa que Campina Grande “se apropria” de modo a suprir a energia necessária para o desenvolvimento da atividade econômica industrial e, inclusive, agrícola.
Todavia, existe, de acordo com o diretor do DNOCS em Boqueirão, Everaldo Jacobino de Moura, um fator preocupante: o assoreamento. Segundo ele, a batimeria (estudo do nível do assoreamento) feita no açude Epitácio Pessoa entre os anos de 1998 e 1999 revelou que, quando de sua fundação, o açude tinha a capacidade total de 535 680 000 m³, e, ao longo de meio século, esta capacidade foi reduzida para 411 686 287 m³.
Ainda segundo Everaldo Jacobino de Moura, o DNOCS pretende avaliar a possibilidade de aumentar a extensão do sangradouro auxiliar, para não comprometer a barragem principal nem a auxiliar.
A atividade cultural de Boqueirão, até bem pouco tempo atrás, concentrava-se apenas nas Quadrilhas Juninas e Festas de Padroeira animadas por grupos locais e pela Filarmônica Municipal, além da apresentação anual das peças teatrais da Paixão de Cristo e Natal. Além disso, também eram famosas as vaquejadas que contavam com a presença não apenas da vizinhança, mas, até mesmo, de pessoas vindas de outros Estados do Nordeste. As cantorias de violeiros também marcam as festas tradicionais do município, atividade esta ainda hoje realizada, todavia não muito valorizada pelo público.
Atualmente, Boqueirão exporta arte em todos os sentidos. São inúmeros os seus filhos que, pela Paraíba e pelo Nordeste como um todo, apresentam toda a riqueza de sua música (como é o caso do saxofonista Sarayva), dança, literatura, dramaturgia, etc. Podemos destacar a Filarmônica Municipal, o grupo Kiriri Band, a orquestra de frevo, as companhias de dança municipais, os grupos de chorinho, seus violonistas e, mais recentemente, seus escritores – poetas e poetisas, contistas e ensaístas.
O suporte da Prefeitura Municipal e dos Governos Estadual e Federal tem alavancado a produção cultural de Boqueirão, que realiza já há três anos o Balaio Cultural, que teve sua primeira edição em 2005 e, em 2007, sua segunda edição, que contou com cerca de 140 artistas vindos de vários estados brasileiros, como Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. No II Balaio Cultural, foram realizados espetáculos de dança, música, teatro, congresso de violeiros, além de seminários, oficinas de artes, feira de artesanato e exposição fotográfica. Destacaram-se, entre outros artistas, os professores André de Sousa, do Mato Grosso do Sul; Duda Braz, de São Paulo; Carlos Henrique, de Minas Gerais e Flávio Fortaleza, de Santa Catarina. A Paraíba esteve representada por grupos do próprio município e das cidades de Campina Grande, Alcantil, Cajazeiras, Sousa, Monteiro e Riacho de Santo Antônio.
De acordo com a avaliação dos organizadores, mais de 2.500 pessoas prestigiaram o acontecimento, com uma média de 500 participantes por noite, o que mostra a evolução cultural do município no cenário Paraibano e Nacional, sem sombra de dúvidas.
Boqueirão viu nascer, também em 2007, a “Parede poética”, evento que apresentou à sociedade boqueirãoense a literatura engajada do poeta e deputado Dunga Júnior , bem como as poesias de Paulo da Mata, Jane Luiz Gomes, Marilândia Pereira, Mirtes Waleska e Malcy Negreiros, bem como os contos, crônicas, poesias e outras produções literárias de Maxwell Fernandes Dantas e Kleber Brito.
A criação da ABES (Academia Boqueirãoense de Escritores), em meados de 2009, veio levantar a pedra fundamental da Literatura no município e inaugura uma nova fase na cultura do Cariri Paraibano.
A ABES, desde 2010, realiza a FLIBO (Feira Literária de Boqueirão). Durante o mês de março, a efervescência literária boqueirãoense se concretiza na realização de palestras, oficinas literárias, exposição, divulgação e publicação de livros. Já passaram pelo evento nomes como Jessier Quirino (2010), Bráulio Tavares (2010 e 2011), Ronaldo Cunha Lima (2010) e Ariano Suassuna (2011).
De Acordo com os dados do IBGE, em 2006, o município de Boqueirão apresentava um total de 276 docentes distribuídos da seguinte forma:
- 54 de escolas públicas estaduais;
- 118 de escolas públicas municipais;
- 21 de escolas privadas.
- 22 de escolas públicas estaduais;
- 37 municipais.
- 3 de escolas públicas estaduais;
- 8 de escolas públicas municipais;
- 13 de escolas privadas.
Estes dados não denotam "fidedignamente" a realidade do município no tocante ao número de docentes. O número é, hoje (em 2008), bem maior, considerando-se o aumento de jovens professores recém saídos das universidades e já inseridos no ensino público municipal e estadual, mediante contrato temporário.
Com relação ao número de escolas no município, o IBGE também informa que, em 2006, o total de escolas era de 49 escolas assim distribuídas:
- 5 escolas públicas estaduais;
- 26 escolas públicas municipais;
- 2 escolas privadas.
- 2 escolas públicas estaduais;
- 2 escolas públicas municipais.
- 2 escolas públicas estaduais;
- 7 escolas públicas municipais;
- 3 escolas privadas.
Do mesmo modo, como ocorreu com relação aos docentes, os dados das escolas hoje (em 2008) apresentam considerável diferença, uma dessas mudanças é a diminuição de escolas públicas municipais de ensino médio, pois a Escola Municipal Agropecuária atende hoje apenas aos alunos de ensino fundamental, ficando sob a responsabilidade do Estado as Escolas de ensino médio.
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