Bento de Figueiredo Tenreiro Aranha (Vila Barcelos, 4 de setembro de 1769Belém, 11 de novembro de 1811) foi um escritor brasileiro. Seu neto de mesmo nome, foi um dos sócio-fundadores do Instituto Histórico e Geográfico do Pará em 1900.[1][2][3]

Factos rápidos
Tenreiro Aranha
Nascimento 4 de setembro de 1769
Barcelos
Morte 11 de novembro de 1811 (42 anos)
Belém
Cidadania Estado do Brasil, Estado do Grão-Pará e Rio Negro, Império Português
Ocupação escritor, poeta
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Biografia

Tenreiro Aranha nasceu na Capitania de São José do Rio Negro, atual estado do Amazonas, na época pertencente ao Grão-Pará, nove anos após a fundação do distrito por Francisco Xavier de Mendonça Furtado, foi filho de Raimundo de Figueiredo Tenreiro e Teresa Joaquina Aranha. Seus pais faleceram deixando-o ainda pequeno sob a tutela de um amigo da família que obrigou o órfão a trabalhar no campo. Quando estava entrando na adolescência, buscou apoio de seu padrinho, o Arcipreste e Vigário-geral Monsenhor José Monteiro de Noronha, que o enviou para estudar no convento de Santo Antônio, onde completou os estudos preparatórios.[4] Na idade de dezenove anos, se casou com a jovem Rosalina Espinoza. Foi diretor da aldeia dos índios de Oeiras e, em seguida, funcionário da Alfândega do Grão-Pará e admitido na Mesa Grande. Da produção do poeta, pouco foi salvo e pouco é conhecido. Dois incidentes resultaram na perda da maioria dos seus trabalhos. A primeira ocorreu em 1832: seu filho, João Batista, quando se tornou presidente da província do Amazonas, havia perdido uma bagagem num naufrágio em Icoaraci, extraviando assim uma coleção de originais do poeta; no segundo, em 1835, os escritos que estavam em sua casa em Belém foram saqueados por tropas repressivas que destruíram os manuscritos preciosos.[5]

O que foi salvo foi coletado em um volume póstumo nas Obras literárias de Bento de Figueiredo Tenreiro Aranha,[4] publicado em 1850, 39 anos após sua morte, e tendo sua segunda edição em 1899, que inclui: idílios, dramas, oratórios, odes e cantatas em português e na língua geral amazônica.

Segundo Silvio Romero, o caráter nacionalista da poesia de Tenreiro Aranha reside no fato dele ter trazido dos índios brasileiros algumas de suas produções. Já Haroldo Paranhos critica veemente o modo como o poeta amazônico tratou os nativos em sua ode dedicada a Manuel da Gama Lôbo d'Almada,[6] governador da Capitania de São José do Rio Negro.[7]

Obras de Tenreiro Aranha

Poucas obras de Tenreiro Aranha chegaram aos nossos dias, o que chegou tornou-se de grande importância para compreendermos seu trabalho. Entre as obras que chegaram estão:

  • Oração ou Breve discurso
  • Ode Pindarica
  • Ode a Manuel da Gama Lôbo d'Almada
  • Drama pela fundação da casa para depósito de pólvora no rio Aurá, perto da Cidade do Pará
  • Os pastores do Amazonas, drama pastoril
  • A felicidade no Brasil, drama em hum só acto
  • Melizo, Idyllio

Referências

  1. «IHGP: História, sócios e, objetivos» (PDF). Instituto Histórico e Geográfico do Pará. Revista IHGP online. 14
  2. CARDOSO, WANESSA CARLA RODRIGUES CARDOSO (2013). “ALMA E CORAÇÃO”: O INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO PARÁ E A CONSTITUIÇÃO DO CORPUS DISCIPLINAR DA HISTÓRIA ESCOLAR NO PARÁ REPUBLICANO (1900-1920). Belém-PA: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO (PPGED UFPA)
  3. PEDROSA, Fábio Augusto de Carvalho (2021). “Revista Eletrônica Discente do Curso de História – UFAM, volume 5, ano 2, 2021. Manaus-AM: UFAM
  4. «Obras do Literato Amazonense Bento de Figueiredo Tenreiro Aranha (versão em PDF)» (PDF). Companhia Nacional Editora de Lisboa. 1850. Consultado em 15 de outubro de 2018
  5. «Tenreiro Aranha». Amazônia de A a Z. Consultado em 15 de outubro de 2018
  6. BLAKE, Augusto Victorino Alves Sacramento (1883). Diccionario Bibliographico Brazileiro. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional
  7. PARANHOS, Haroldo (1937). História do romantismo no Brasil. São Paulo: Edições Cultura Brasileira

Bibliografia

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