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As Linhas de Torres
filme de 2012 dirigido por Valeria Sarmiento Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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As Linhas de Torres (em francês: Les Lignes de Wellington; em inglês: Lines of Wellington; no Brasil: Linhas de Wellington) é um filme franco-português de género drama histórico de 2012, realizado por Valeria Sarmiento, escrito por Carlos Saboga e produzido por Paulo Branco.[3] O filme foi editado numa minissérie intitulada As Linhas de Torres, para ser exibida na RTP1.[4] A trama passa-se em torno da Batalha do Buçaco (1810).[5] Esta obra é protagonizada por John Malkovich, Mathieu Amalric, Nuno Lopes e Soraia Chaves.
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Ao longo do ano de 2012, o filme Linhas de Wellington estreou em Portugal a 6 de janeiro, em França no dia 21 de novembro e na Bélgica no dia 17 de dezembro. O filme esteve no Festival de Veneza a 4 de setembro. Participou ainda no Festival de Cinema de Nova Iorque e no Festival de Cannes. A minissérie As Linhas de Torres foi transmitida a partir de 31 de março de 2013, na RTP1.[6]
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Produção
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Perspectiva
Linhas de Wellington é o último projeto do cineasta chileno Raoul Ruiz, um grande apaixonado por Portugal. O filme conta com um guião original renascentista de Carlos Saboga e viria a ser realizado por Valeria Sarmiento, esposa de Raoul Ruiz, seguindo o desejo do marido antes de falecer.[7] Valeria Sarmiento, também realizadora, contava na altura com um curriculum de mais de uma dezena de filmes, onde se inclui L'inconnu de Strasbourg.[8]
O filme, produzido por Paulo Branco foi largamente rodado em Torres Vedras, com equipa criativa e técnica portuguesas, contando com um enorme elenco nacional e algumas participações internacionais mediáticas, tais como Michel Piccoli, Catherine Deneuve, John Malkovich e Isabelle Huppert.[7] Dada a qualidade do elenco e de toda a produção de época exigente, este tornou-se um dos filmes mais ambiciosos da história do cinema português. A produção custou cerca de 4,5 milhões de euros.[9]
Linhas de Wellington é um épico histórico que retrata um dos momentos mais importantes da história de Portugal e da Europa: as invasões napoleónicas.[4]
O filme estreou na edição de 2012 do Festival de Veneza, decorrida entre os dias 29 de agosto e 8 de setembro. Foi o único filme português na corrida ao prémio máximo do festival, o Leão de Ouro. Em Veneza, juntaram-se para a apresentação, o produtor Paulo Branco, a realizadora Valéria Sarmiento e dez atores do elenco multinacional.[10]
Após a estreia nos cinemas portugueses, o elenco nacional desdobrou-se pelo país para acompanhar sessões nos cinemas, como em Torres Vedras e em Coimbra, onde os atores Nuno Lopes e Albano Jerónimo, acompanhados de Paulo Branco, marcaram presença e conversam com o público do Teatro Académico Gil Vicente no dia 8 de outubro de 2012. Durante este mês de outubro, o filme já tinha sido visto por cerca de 22 mil espetadores, nas salas de cinema portuguesas.[11]
Em 2013, o Júri da Academia Portuguesa das Artes e Ciências Cinematográficas (Academia Portuguesa de Cinema), escolheu o filme As Linhas de Wellington para representar Portugal como candidato à edição de 2014 do Óscar de Melhor Filme Estrangeiro da Academia de Cinema Americana.[7][12] O júri justificou esta opção por se tratar de «uma produção de época muito conseguida fazendo-nos mergulhar no passado, conglomerando os mais diversos talentos numa obra de rasgo, profunda, ecléctica e transversal».[13] No entanto, o candidato português não constou sequer na lista dos nove pré-nomeados da categoria.[14]
O filme contou também com uma versão mais longa editada para a televisão, com o título As Linhas de Torres Vedras. Sucedendo a Vermelho Brasil, a versão do filme editada numa minissérie de três episódios,[15] estreou na RTP no dia 31 de março de 2013 e manteve-se na grelha até ao dia 14 de abril do mesmo ano, no horário das 22h.[16]
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Sinopse
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Perspectiva
Em 27 de setembro de 1810, as tropas francesas comandadas pelo marechal Massena, são derrotadas na Serra do Buçaco pelo exército anglo-português do general Wellington. Apesar da vitória, portugueses e ingleses retiram-se a marchas forçadas diante do inimigo, numericamente superior, com o objetivo de o atrair a Torres Vedras, onde Wellington fez construir linhas fortificadas dificilmente transponíveis. Simultaneamente, o comando anglo-português organiza a evacuação de todo o território compreendido entre o campo de batalha e as linhas de Torres Vedras, numa gigantesca operação de terra queimada, que tolhe aos franceses toda a possibilidade de aprovisionamento local. É este o pano de fundo das aventuras de uma plêiade de personagens de todas as condições sociais – soldados e civis; homens, mulheres e crianças; jovens e velhos -, arrancados à rotina quotidiana pela guerra e lançados por montes e vales, entre povoações em ruína, florestas calcinadas, culturas devastadas.
Perseguida encarniçadamente pelos franceses, atormentada por um clima inclemente, a massa dos foragidos continua a avançar cerrando os dentes, simplesmente para salvar a pele, ou com a vontade tenaz de resistir aos invasores e rechaçá-los do país, ou ainda na esperança de tirar partido da desordem reinante para satisfazer os mais baixos instintos. Todos, quaisquer que sejam o seu carácter e as suas motivações – do jovem tenente idealista Pedro de Alencar, passando pela maliciosa inglesinha Clarissa Warren, ou pelo sombrio traficante Penabranca, até ao vindicativo sargento Francisco Xavier e à exuberante vivandeira Martírio -, convergem por diferentes caminhos para as linhas de Torres, onde o combate final deve decidir do destino de cada um.[4]
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Elenco e personagens
Principais
- Nuno Lopes, como Sargento Francisco Xavier.
- Soraia Chaves, como Martírio.
- Marisa Paredes, como D. Filipa Sanches.
- John Malkovich, como General Arthur Wellington.
- Carloto Cotta, como Pedro de Alencar.
- Victória Guerra, como Clarissa.
- Marcelo Urgeghe, como Major Jonathan Foster.
- Mathieu Amalric, como General Marbot.
- Melvil Poupaud, como Marechal Massena.
- Jemima West, como Maureen.
- Afonso Pimentel, como Zé Maria.
- Miguel Borges, como Manuel Penabranca.
- João Arrais, como autista.
- Filipe Vargas, como Vicente de Almeida.
- Gonçalo Waddington, como Eusébio.
- Francis Braddell Dawson, como Peter Warren.
Elenco adicional
- Vincent Pérez, como Lévêque.
- Malik Zidi, como Octave Ségur.
- Catherine Deneuve, como Severina.
- Isabelle Huppert, como Cosima Pia.
- Chiara Mastroianni, como Hussardo.
- Michel Piccoli, como Léopold Schweitzer.
- Elsa Zylberstein, como Irmã Cordélia.
- Christian Vadim, como Marechal Soult.
- Adriano Luz, como Bordalo.
- Maria João Bastos, como Maria de Jesus Almeida.
- Miriam Heard, como Odile de Ségur.
- Albano Jerónimo, como Abade.
Minissérie
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Perspectiva
O filme conta também com uma versão mais longa editada para a televisão, no formato de minissérie com três episódios. Intitulada As Linhas de Torres, a minissérie foi exibida semanalmente na RTP1, entre os dias 31 de março e 14 de abril de 2013.[6]
Lista de episódios
Abaixo, estão listados os episódios de As Linhas de Torres, exibidos entre 31 de março e 14 de abril de 2013:
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Receção
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Audiências
Em apenas 10 dias após a sua estreia nas salas de cinema portuguesas, Linhas de Wellington foi visto por 22 mil espectadores, ocupando o 6º lugar no ranking dos filmes mais vistos durante o fim-de-semana de estreia.[20] Até 7 de novembro, a produção épica foi vista por 41.331 espectadores e obteve uma receita bruta de 200.342,16€, segundo os dados do Instituto do Cinema e do Audiovisual.[21]
A sua transmissão na RTP1 encontrou uma audiência modesta. O episódio de estreia de As Linhas de Torres Vedras foi o sétimo programa da RTP mais visto do dia, com 2,8% de rating e 5,5% share.[22]
Crítica
No seio da crítica internacional e nacional, as opiniões relativamente ao filme foram consistentemente medianas.
Elogiando a realização de Sarmiento, Xan Brooks (The Guardian) argumenta que as direções narrativas e diversas personagens são equilibradas a gosto, o que orgulharia Ruiz.[23] Nuno Reis (Antestreia) valoriza «a excelente circulação entre personagens, os desempenhos dos actores são aceitáveis, e os vários idiomas falados (português, castelhano, francês, inglês e um pouco de polaco) alternam-se como seria de esperar numa situação real».[24] Escrevendo no Split Screen, Tiago Ramos caracteriza o filme como «visualmente elegante e erudito».[25] Olivier Bachelard (Abus de Ciné) elogia a trama, pelo marcante contraste entre a imagem desejada pelos personagens e realidade das aldeias desertas, terras devastadas e queimadas, enquanto o exército francês se retira da campanha de 1811.[26]
Na Slant Magazine, Jaime N. Christley apresenta uma opinião mediana, comentando que o filme é uma experiência estranha por ser um simples filme histórico desprovido do mistério característico na cinematografia de Ruiz, apesar da competência de produção de Paulo Branco.[27]
Tecendo críticas negativas ao filme, John Bleasdale (CineVue) destaca a má pronunciação das falas em inglês por muitos dos atores, o que contribuiu para que cenas dramáticas se tornassem hilariantes.[28]
Prémios e nomeações
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Ver também
Referências
Ligações externas
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