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Adelmo ou Aldelmo (em inglês antigo: Ealdhelm) (Wessex, c. 639 – Doulting, Somerset, 25 de maio de 709) foi um abade da abadia de Malmesbury, bispo de Sherborne, poeta em latim e estudioso da literatura em inglês antigo, nasceu antes de meados do século VII. Ele disse ter sido filho de Kenten, que era da casa real de Wessex.[1] Não era, com toda certeza, irmão do rei Ine, como antigamente alegado pelo biógrafo de Adelmo, Farício. Após sua morte, foi venerado como santo, seu dia de festa é o dia da sua morte, 25 de maio.
Santo Adelmo | |
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Vitral mostrando Adelmo, instalado na abadia de Malmesbury em 1938 | |
Bispo de Sherborne | |
Nascimento | c. 639 Wessex |
Morte | 25 de maio de 709 (70 anos) Doulting, Somerset |
Veneração por | Igreja Ortodoxa Igreja Católica Comunhão Anglicana |
Principal templo | Abadia de Malmesbury, atualmente destruída. |
Festa litúrgica | 25 de maio |
Atribuições | monge tocando harpa; ou bispo com folhas de freixo brotando do báculo |
Padroeiro | Malmesbury, Sherborne, músicos, compositores |
Portal dos Santos |
Adelmo recebeu sua primeira instrução na escola de um estudioso e monge irlandês, Máeldub (também Maildubh, Maildulf ou Meldun) (morreu aproximadamente em 675), que morava na fortaleza britânica de Bladon (ou Bladow) no local da cidade chamado Mailduberi, Maldubesburg, Meldunesburg, etc., e finalmente Malmesbury, anos após a sua morte.
Em 668, o Papa Vitaliano mandou Teodoro de Tarso para ocupar o cargo de Arcebispo da Cantuária. Ao mesmo tempo, o estudioso africano Adriano, tornou-se abade de Santo Agostinho, na Cantuária. Adelmo foi um dos seus discípulos,[1] pois se dirigia a ele como o "venerável preceptor da minha infância rude". Deve, no entanto, ter aproximadamente trinta anos de idade quando começou a estudar com Adriano. Seus estudos incluíam: direito romano, astronomia, astrologia, matemática e as dificuldades de calendário. Aprendeu, segundo declarações duvidosas, o grego e o hebraico. Certamente apresenta muitas palavras latinizadas do grego em suas obras.
Problemas de saúde o obrigaram a deixar a Cantuária, e retornou para a abadia de Malmesbury, onde foi monge sob a administração de Máeldub por catorze anos, iniciando provavelmente em 661, incluindo o período de seus estudos com Adriano.
Quando Máeldub morreu, Adelmo foi nomeado em 675,[1] de acordo com uma carta de autenticidade duvidosa citada por Guilherme de Malmesbury, por Leutério, Bispo de Winchester (671-676), para suceder na direção do mosteiro, do qual se tornou o primeiro abade.
Adelmo introduziu a Regra de São Bento, e garantiu o direito da eleição do abade para os monges. A comunidade em Malmesbury aumentou, e Adelmo fundou outros dois mosteiros como centros de aprendizagem, em Frome, Somerset e em Bradford on Avon, Wiltshire. A pequena igreja de São Lourenço, em Bradford on Avon é do seu tempo, e pode seguramente ser considerada sua construção. Em Malmesbury, Adelmo construiu uma nova igreja para substituir o edifício modesto da época de Máeldub, e obteve consideráveis doações de terras para o mosteiro.
Sua fama de erudito se espalhou para outros países. Artwil, filho de um rei irlandês, apresentou seus escritos para a aprovação de Adelmo, e Celano, um monge irlandês de Péronne, foi um dos seus correspondentes. Adelmo foi o primeiro anglo-saxão, que se conhece, a escrever versos em latim, e sua carta a Acírcio (Aldfrido da Nortúmbria) é um tratado sobre a métrica em latim para uso de seus compatriotas. Neste trabalho incluiu suas produções mais famosas, 101 enigmas em hexâmetros latinos. Cada um deles é um quadro completo, e um deles chega a ter 83 linhas.
Que o seu mérito como erudito era reconhecido em seu próprio país é demonstrado pelo elogio de Beda (Historia ecclesiastica gentis Anglorum 5.18), que fala dele como um prodígio de erudição. Sua fama chegou a Itália e, a pedido do Papa Sérgio I, fez uma visita a Roma, sobre a qual, contudo, não há registros em seus escritos existentes. Quando regressou, trouxe com ele privilégios para o seu mosteiro e um magnífico altar, e recebeu a ovação popular.
Adelmo foi convocado para participar de um sínodo da Igreja em Wessex para protestar junto aos britânicos de Dumnônia (Devon e Cornualha) sobre a controvérsia da Páscoa. Os cristãos britânicos seguiam um exclusivo sistema de cálculo para a data da Páscoa e também tinham uma tonsura distinta; esses costumes estão geralmente associados com a prática conhecida como cristianismo céltico. Adelmo escreveu uma longa e muito áspera carta para o rei Gerúncio de Dumnônia (Geraint) objetivando alcançar um acordo final com Roma.
Em 705, ou talvez antes, Heda, Bispo de Winchester, morreu, e a diocese foi dividida em duas partes.[2] Sherborne foi escolhida a nova sé, da qual Adelmo tornou-se seu primeiro bispo aproximadamente em 705.[3] Quis renunciar à abadia de Malmesbury, que administrou por trinta anos, porém, cedendo aos protestos dos monges, continuou a dirigi-la até sua morte. Era agora um homem velho, mas mostrou grande atividade em suas novas funções. A catedral que mandou construir em Sherborne, embora posteriormente substituída por uma igreja normanda, é descrita por Guilherme de Malmesbury. Na sua qualidade de bispo, exibiu uma grande energia. Isto incluiu a entrada em lugares públicos onde cantava hinos e passagens dos evangelhos, intercalados com algumas palhaçadas para chamar a atenção para sua mensagem.
Adelmo morreu quando fazia suas rondas por sua diocese,[4] na igreja de Doulting, em 709.[3] Seu corpo foi levado para Malmesbury, e sepultado na igreja de São Miguel, abadia de Malmesbury.[5] Seus biógrafos relatam milagres ocorridos durante a sua vida e no seu santuário. O cabo em Dorset conhecido como Cabeça de Santo Albano (uma corruptela de "Cabeça de Santo Adelmo") recebe esse nome em sua honra.
Foi venerado como um santo depois de sua morte, com sua festa litúrgica sendo celebra em 25 de maio.[1] Suas relíquias foram transladadas em 980 por Dunstano, Arcebispo da Cantuária.[5] Foi homenageado com uma estátua na fachada ocidental da Catedral de Salisbúria.
A bandeira de Santo Adelmo pode ser içada em sua celebração. A bandeira, uma cruz branca sobre fundo vermelho, é uma versão inversa da bandeira da Inglaterra de São Jorge[6]
Adelmo escreveu em um elaborado, grandiloquente e muito difícil latim, que se tornou o estilo dominante por séculos, embora, posteriormente, veio a ser considerado bárbaro. Suas obras tornaram-se textos padrões nas escolas monásticas, até que sua influência diminuiu próximo à época da conquista normanda.
As obras reunidas de Adelmo foram editadas por Rudolf Ehwald, Aldhelmi opera (Berlim, 1919). Uma edição anterior por J.A. Giles, Patres eccl. Angl. (Oxford, 1844) foi reeditada por Jacques Paul Migne em sua Patrologiae Cursus, vol. 89 (1850).
De acordo com Guilherme de Malmesbury, Adelmo também escreveu poesia em inglês antigo, e verteu suas próprias composições para a música, mas nenhuma de suas canções, que ainda eram populares na época de Alfredo, o Grande, chegaram até nossos dias. Encontrando seu povo desinteressado em ir à igreja, disse ter-se apresentado no final de uma ponte cantando canções em língua vernácula, assim reunindo uma multidão para ouvir exortações sobre assuntos sagrados.[7]
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