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Em epistemologia, e em filosofia da mente, se diz que a primeira pessoa (o sujeito, o eu) tem acesso privilegiado aos seus próprios pensamentos. Isso significa que a primeira pessoa acessa (e conhece seus próprios pensamentos (tem autoconhecimento) de uma maneira que a terceira pessoa (os outros) não acessam. O acesso privilegiado pode ser caracterizado de duas maneiras:
A posição tradicional, e ainda dominante, defende que cada um de nós tem acesso privilegiado aos próprios pensamentos. Descartes é um exemplo paradigmático de defensor do acesso privilegiado (ainda que o termo seja posterior a ele):
Para Descartes, temos acesso privilegiado mesmo no cenário extremo da dúvida. Isto é, temos autoconhecimento mesmo quando não podemos ter conhecimento de nenhuma outra coisa.
No extremo oposto à posição de Descartes está Gilbert Ryle. De acordo com o behaviorismo radical de Ryle, cada um de nós conhece os próprios pensamentos da mesma maneira que conhecemos os pensamentos dos outros. Conhecemos os pensamentos dos outros observando seu comportamento lingüístico e corporal, e temos que fazer o mesmo para conhecer nossos próprios pensamentos. Não há acesso privilegiado. Cada um descobre o que pensa a partir das evidências fornecidas pela fala e outros movimentos corporais.
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